BUSCA DE RESOSTA 3

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♥ VALENTINA BECKER ♥

Erik sustenta o olhar no meu por alguns segundos, antes de abrir mais a porta para me dar passagem.

A arma e o colete estão sobre a cama, quando me viro para ele, vejo que ainda está com uma pistola na coxa presa por um coldre, as botas também ainda estão em seus pés.

 Assim que ele fecha a porta, se encosta nela cruzando os braços sobre o peito, consigo ver muito mais como são grossos. Engulo em seco.
— Fale e seja breve.

Dou uma coçadinha na cabeça me esforçando para aplacar o nervosismo, eu não contava que teria de dizer a ele que Marcelo tinha tentado tirar minha inocência.

— Aconteceu uma coisa ontem à noite que eu não entendi muito bem, eu esperava que você pudesse me tirar algumas dúvidas.

Erik revirou os olhos e abaixou a cabeça.

— Só pode estar brincando... — disse baixinho.

— É que o Marcelo...

— Eu sei o que aconteceu — interrompe massageando o cenho com o indicador e o polegar antes de voltar a olhar para mim. — Eu estava de tocaia na porta quando você e ele estavam...

O quê? Erik tinha me ouvido gritar e não interveio!?

— Então por que não fez nada? Erik, eu estava...

— Gostando.

A palavra me pega de surpresa e me sinto ofendida, mas então me lembro do sonho e de minha intimidade em chamas antes de abrir os olhos.

— Até onde você escutou?

— O suficiente, Valentina. Eu não invadiria o quarto de um casal para interromper uma foda que parecia estar ótima, então saí e dei privacidade a vocês. — Está enganado, redondamente.
Só tinha ouvido os sons que fiz pensando... "nele". — Caso não saiba, quando uma mulher geme daquele jeito é porque está sentindo prazer.

— Eu não sabia que era ele! — defendo-me. — Eu estava dormindo e pensei estar sonhando com... outra coisa. Quando abri os olhos vi o Marcelo com a boca na minha...

— Espere... Ele fez isso com você dormindo?

— Sim... eu achei que era algum tipo diferente de febre ou... Eu não sei! 

Sento-me no banco estofado ao pé da enorme cama, passando as mãos nos cabelos, frustrada.

— Depois ele subiu em cima de mim e eu tentei pará-lo, e então ele... Minha voz é cortada pelos meus próprios gritos soando na minha memória, não consigo prosseguir.

O peso de Marcelo em cima do meu corpo, sua mão puxando meu short e me expondo, o medo da dor... Erik senta-se no banco, ao meu lado, com as mãos juntas e as coxas separadas.

— Ele estuprou você, Valentina? — perguntou muito sério, com uma voz baixa. — Marcelo te forçou a fazer sexo?

— Não. Quero dizer, eu não sei. Doeu quando ele tentou colocar os dedos, e depois que ele me virou, pensei que tentaria colocar o membro.

"Membro"? — indagou Erik com um sinal de sorriso.

— É como estava escrito no livro da biblioteca, não sei como dizer em inglês — perco a paciência e começo a falar em alemão e ele parece não se incomodar, nem ter dificuldades em entender aminha versão sueca.

— Por isso estava lendo aquilo? — indaga.

— Sim, eu estava procurando respostas. Eu não podia perguntar a ele.— Entendi. — Suspira em seguida. — O que você quer saber?

Eu me sinto encolher agora que estava bem mais receptivo às minhas dúvidas. O que eu deveria perguntar primeiro?

— Quando ele subiu em cima de mim, tentou tirar meu short e encostou uma coisa macia em meu corpo. Ele estava esfregando a coisa e depois parou! — conto, tentando parecer menos constrangedor. — Ficou sentado na cama e eu saí de perto, com medo que tentasse outra vez.

♣ ♥ ♠ ♦ Contínua no próximo capítulo. ♣ ♥ ♠ ♦

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