O ZELO DE ERIK.

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♦ Erik Ludwig ♦

— O que foi aquilo entre você e Clark? — indaga Luke quando estamos do lado de fora longe dos olhos de todos.

— O que quer dizer?

— Até você chegar, soube que ninguém peita o Marcelo daquele jeito.

— Eu não vou abaixar a cabeça diante de um erro.

— Tenha cuidado.

— É o que estou fazendo, não só por mim.

— Valentina não sabe nada da vida, e assim como você, ela também bate de frente com ele, isso não é bom.

— Eu sei, estou tentando ensinar ela a lidar com ele.

— Ela precisa de você. E com suas habilidades pode protegê-la. Mas você ainda não respondeu a minha pergunta.

— Conheço o Marcelo desde que sai de casa.

— E a menina? — Ergo os olhos para ele estranhando as perguntas. — Você ficou super protetor com ela de repente.

— Fui a pessoa que a trouxe para cá, sem saber na merda que ela enfrentaria.

— Entendi. O Clark sabe convencer quando quer.

Você nem imagina, pensei.

— Marcelo falou alguma coisa sobre o que pretende fazer? — Pergunto.

— Ele comprou armas para abastecer um exército, contratou mais homens. Não disse nada ainda, mas tenho certeza de que quer fazer uma entrada dramática em algum lugar.

— Dave está aqui há mais tempo que nós, você conseguiu tirar informações dele? — Tento dimensionar a situação em que me meti.

— Nos últimos três anos, um braço da Bratva tem avançado muito por aqui. Os russos estão querendo dominar o território, e a situação está ficando tensa...

— Ainda mais agora que um maldito russo veio ameaçar Valentina dentro da casa de Marcelo .
— Isso foi audacioso, mas o palpite mais forte do meu informante é que ele vai atacar o porto. Há a suspeita de que Mikhail tem um navio chegando no meio do ano com um carregamento tão grande que daria para abastecer a costa leste inteira por seis meses. Toneladas de drogas e armas.

— Mikhail Kozlov? Ele ainda está vivo? — indago, surpreso. Eu tinha visto o homem uma vez e havia sido naquela mesma casa. Quando eu era menino, ele já parecia velho, mais até que Caesar Clarke tinha olhos verdes gelados e quase fechados. Se o pai de Marcelo estivesse vivo, teria mais de setenta anos. Mikhail deve ter algo a mais que isso. — Aquele filho da puta vai morrer depois de todos nós.

Kozlov fazia todo o sentido. A memória de vê-lo na casa, cercado de guarda-costas, me fez avaliar de outro ângulo.

Talvez não tenha sido uma reunião de negócios tranquila, e depois de exatamente um ano, as AKs vieram. Tudo fazia sentido agora.

— Por que voltou para a Alemanha? Você nunca tocou nesse assunto. — Perguntou Luke.
— Você me conhece, me afastei porque não queria conquistar as coisas na brutalidade e terror. Sinto minha alma ser devastada.

— Queria que fosse diferente, e agora estou de volta. A garota é minha culpa, o mínimo que posso fazer é protegê-la.

— Por isso deve ter cuidado, se afaste um pouco, deixe que eu fico de olho, aquele maldito pode causar mais sofrimento a ela.

— Isso eu não quero. Preciso dar um jeito de saber como ela está.

♣️♥️♠️♦️ Contínua no próximo capítulo. ♣️♥️♠️♦️

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