Capítulo 4

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- Você sabe que ele é o melhor que você vai ter. O que está acontecendo é um milagre, Kimberly. Então abra um sorriso e não seja uma ingrata. - Falo baixinho pra mim mesma me olhando no espelho.

Pensei bastante ontem e acordei decidida, o casamento vai ser o melhor para mim. Estou arrumada e pronta, tomei café da manhã e subi para escovar os dentes, Rudolf deve passar em breve para me buscar e não quero o fazer ficar esperando.

Escovei meus dentes e fiquei pronta, o dia por milagre está quente e vai fazer calor, então coloquei um vestido discreto azul marinho, sandálias nude, e peguei uma bolsa nude, deixei meus cabelos soltos, e estou cheirosa, não passei muito perfume com medo do Rudolf ter um ataque alérgico.

Desci e meu pai estava na sala, sentado no sofá mexendo no celular. Meu avô foi cortar o cabelo e saiu na hora que subi para escovar os dentes.

- Kimberly, eu vou para Portugal ainda hoje, talvez na hora que você chegar não vou estar aqui. Devo voltar em umas duas semanas. Se tudo der certo o seu casamento sai em um mês. - Meu pai diz e sinto medo.

- Bem rápido. - Balbucio.

- Seu avô e eu estamos cansados. - Meu pai diz e assinto.

- Tudo bem. - Falo baixo.

- Aproveite sua juventude, Kimberly. Eu trabalhei igual um louco por anos, viajei sem parar, não tive a oportunidade que você está tendo de se casar e de sossegar. Hoje percebo que o tempo passou e eu envelheci, a empresa foi só trabalho e a única coisa que quero fazer é não ter hora pra acordar, quero curtir uma piscina, ir viajar sem preocupações. Você tem a opção de terminar a faculdade e de ficar em casa, sem passar nervoso com o trabalho. Se case com o rapaz, termine sua faculdade, faça uns cursos, mas não queira entrar nesse mundo corporativo, ele é cruel, quando você percebe está velho e não viveu, só trabalhou. - Meu pai diz e assinto.

Escuto o barulho do portão e vou para perto da janela, vejo o carro de Rudolf passando pelos portões.

- O Rudolf chegou. Vou indo. - Falo me virando e olhando para a direção do meu pai, que está de costas.

- Mande um abraço para o Rudolf. - Meu pai diz, dou tchau e vou para a porta.

Abri a porta, saí, passei a chave, Rudolf estacionou o carro e fiquei sentindo borboletas no estômago, sei que é ansiedade, medo, vergonha, tudo é uma mistura de sentimentos.

- Bom dia. - Ele diz assim que sai do carro e vem para a minha direção.

- Bom dia. - Falo e ele chega até mim.

Rudolf vem pra cima de mim, me da um abraço e retribuo, então ele se distancia.

- Está animada para ver uns peixinhos? - Ele pergunta simpático.

- Estou. - Falo dando um sorriso.

Rudolf pega a minha mãe, vamos para o carro, ele abre a porta, entro e coloco o cinto, ele da a volta, entra, coloco o cinto e sai guiando.

Rudolf diz que olhou o site do aquário e vai me contando o que viu. Ele não para de falar e parece animado. Chegamos no aquário, ele comprou os ingressos, e assim começou nosso passeio.

Fomos andando observando os aquários, as espécies de peixes e não me senti deslocada, o passeio de hoje está melhor do que o de ontem. Temos assunto, comentamos o tempo todo sobre o que vemos e gosto da presença de Rudolf.

- Olha aquilo! É perfeito. - Falo vendo um peixinho de cor violeta, estamos nos aquários pequenos, ainda vamos ver os gigantes, onde tem até tubarão.

- Deveríamos ter um peixe desse no nosso aquário. - Rudolf diz e concordo, mas penso que deve ser um peixe raro, é melhor deixar o coitado no mar mesmo.

A MentiraOnde histórias criam vida. Descubra agora