Cheguei ao andar de baixo da casa e fui para a porta receber as visitas, o Sr. Julian não falou que vinha, mas não tem problema.
- Ai! Caramba! - Falo sentindo minha perna doer.
Ando mais devagar e chego até a porta, a abro e vejo o Sr. Julian abrindo a porta do carro, vejo uma senhora descendo do carro e reconheço a mulher, ela estava no enterro do meu pai, foi a mulher que estava chorando e me olhando, ela tem seus olhos vermelhos e parece que chorou outra vez.
Quando a mulher me vê lágrimas escorrem pelo seu rosto, fico sem entender, ao mesmo tempo que fico curiosa. Por qual motivo o Reitor trouxe a mulher para a minha casa? Por qual motivo ela estava no enterro do meu pai? Quem é a mulher?
O Sr. Julian fecha a porta do carro e sussurra algo no ouvido da mulher, ela assente e os dois olham para mim, o Sr. Julian segura a mão da mulher e caminham até a porta, ele tem uma pasta na outra mão e parece preocupado.
- Boa tarde. - Falo ainda tentando entender o que está acontecendo.
- Boa tarde. Desculpe por não ter avisado que eu ia vir. Mas as coisas meio que fugiram do controle e eu tive que vir. - O Sr. Julian diz e aperto sua mão. - Essa é minha noiva, Savannah Horan. - O Sr. Julian diz apresentando a noiva dele.
- Boa tarde, senhora. A senhora se sente bem? - Pergunto estendendo o braço, dando a mão para cumprimentar a Sra. Savannah.
- Sim. E você está bem? - A mulher pergunta me olhando, me examinando. Será que o Sr. Julian mostrou o vídeo de eu sendo espancada para a noiva dele, e a mulher ficou abalada?
- E... eu sofri uma agressão na sexta-feira e dentro do possível estou bem. Por favor, entrem. - Peço e a Sra. Savannah ainda me olha, me examinando.
Fecho a porta e faço um gesto para a direção da sala.
- Por favor, vamos nos sentar um pouco. - Peço e caminhamos para a sala de estar.
- Tem certeza que está bem? Eu estou muito preocupada. - A Sra. Savannah fala e acho que foi o que pensei, ela viu o vídeo e ficou extremamente abalada, afinal, por qual motivo uma estranha ficaria preocupada comigo?
- Estou dolorida, tomando remédio para dor e passando pomada nos meus hematomas, mas estou bem dentro do possível. A senhora viu o vídeo da agressão? - Pergunto e a Sra. Savannah olha para o Sr. Julian.
- Tem vídeo da agressão? - Ela pergunta e o Sr. Julian faz uma cara engraçada.
- Sim, mas se eu te mostrasse ia ser pior... - Ele diz quase se defendendo, se a Sra. Savannah não viu o vídeo, por qual motivo está abalada?
- Sentem-se, por favor. - Peço e todos nos sentamos, então continuo. - Desculpe, mas eu estou confusa. Eu vi a Senhora no cemitério, no dia que meu pai foi sepultado. - Falo confusa.
- Eu tive que ir lá pessoalmente, queria ter certeza que aquele demônio morreu. - A Sra. Savannah fala e a olho por alguns segundos.
- Então a Senhora conhecia o meu pai? - Pergunto curiosa, ela chamou meu pai de demônio e não vou defender meu pai, pois não sei o que ele fez para ela, o meu pai se mostrou uma caixinha de surpresas no fim de sua vida.
- Melhor você contar tudo desde o início, Savanninha. - O Sr. Julian diz e acho fofo ele chamar a Sra. Savannah no diminutivo, mas contar tudo o quê? O que seria tudo?
- Sim. - Ela balbucia e me olha por uns segundos.
- Eu me casei com 18 anos, meu marido era 10 anos mais velho que eu, ele era policial, logo que me casei engravidei, tive um casal de filhos, a Ellie e o Ryan, com 22 anos fiquei viúva e foi um período muito difícil, eu tinha dois bebês pequenos e na época não tinha feito nem faculdade, a pensão que recebia do meu falecido marido era pouco, eu tinha que trabalhar, na época minha mãe cuidava dos meus filhos para eu trabalhar. - Ela diz e vou escutando.
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A Mentira
RomanceKimberly Mendes é uma mulher Plus Size, com autoestima baixa e uma vida solitária. Sem muitas expectativas e por pressão psicológica, Kimberly acaba entrando em uma situação inusitada a levando a viver uma grande mentira. Será, Kimberly capaz de se...