Capítulo 16

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Ando apressada para o refeitório da faculdade, minhas aulas acabaram, mas quero comer algo de almoço, vou comprar algo nas máquinas, comer e ir para o hospital.

Minha manhã foi chata, eu fiquei preocupada o tempo todo, na hora do intervalo não consegui comer nada e agora só quero comer algo antes que eu passe mal, pois no café da manhã só tomei um gole de café e comi uma bisnaguinha.

Ontem passei o dia no hospital e meu avô está na mesma, não melhorou nada.

Entro no refeitório e vou para as máquinas de comida. Compro um lanche natural, um suco de laranja e alguns chocolates, os chocolates coloquei na minha bolsa, me sentei e rapidamente comi o lanche e tomei o suco.

Enquanto comia mandei mensagem para Rudolf avisando que eu ia para o hospital, falei que estava comendo algo e depois ia pra lá. Sai do refeitório preocupada e os corredores da faculdade já estão vazios, estava pensando no meu avô, quando alguém esbarrou de um jeito em mim, que fui jogada contra a parede.

- Baleia. - Escuto e na hora sinto meu braço doer, olho para o lado e vejo um dos idiotas que faz bullying comigo caminhando e rindo.

- Deus! - Balbucio sentindo dor. Saio quase que correndo da faculdade e vou direto para o carro, vejo Raul e os gêmeos me aguardando.

Entro no carro com raiva, estou cansada disso. Penso em ligar para Rudolf, mas desisto, fico na minha e logo chego ao hospital.

Dou meu nome na recepção, subo e ao entrar no quarto vejo meu avô lendo, ele está igual ontem, o cumprimento e me preocupo que ele sinta dor.

- Como o senhor se sente? Está com dor? - Pergunto preocupada.

- Não estou com dor, estão me medicando, fique tranquila. - Meu avô diz e pergunto como foi a manhã dele e se ele comeu algo, meu avô diz que tomou chá e que almoçou sopa.

Não querendo atrapalhar a leitura dele, puxo uma poltrona que há no local e fico ali, falo que vou ver umas coisas da faculdade e assim o faço.

Passei a tarde com o meu avô, acompanhei o café da tarde dele, e desci só uma vez para comer algo e usar o banheiro, a noite chegou, meu avô jantou e claro que durante o dia alguns enfermeiros e médicos entraram no quarto, também falei com Rudolf por mensagem. Decidi ir embora quase 20 horas e só fui por ver que meu avô estava sonolento e que ia dormir.

Uma enfermeira veio para ficar com ele, ela me explicou que durante a noite uma enfermeira vai ficar no quarto com o meu avô, então me despedi do meu avô, sai do quarto e fui falar com o médico.

Fui para a recepção que tem no andar e vi o médico do meu avô, de tarde ele passou no quarto, mas não fiz perguntas.

- Com licença. Eu queria conversar com o senhor um pouco. Até agora não sei a real situação do meu avô. - Falo para o médico que é um senhor de uns 50 e poucos anos.

- Vamos para um lugar mais calmo. - Ele diz e o acompanho para uma sala, entramos ele pede que eu me sente e assim o faço.

O médico pega um copo d'água para mim, o agradeço e ele se senta na cadeira da sua mesa, ficando na minha frente.

- A situação do seu avô é grave, ele está em situação paliativa. Estamos fazendo ele ficar confortável e sem dor. - O médico fala e não entendo.

- Paliativo? Ele vai pra casa quando? - Pergunto preocupada.

- A situação dele é irreversível. Seu avô tem câncer, Sra. Ward. - O médico termina de falar e na hora meus olhos enchem de lágrimas

- Câncer? - Pergunto sentindo medo e uma dor no peito.

O doutor me explica que meu avô descobriu a doença tem 4 meses, quando a doença foi descoberta viram que era um câncer raro e que já estava em metástase, o tratamento seria ineficaz, e meu avô decidiu não fazer o tratamento, ele ia prolongar a dor e no final não ia ter a cura. O doutor explica que tentaram convencer o meu avô, mas ele disse que já havia vivido tudo que tinha para viver, que estava cansado e que não via mais graça no mundo, então sem ter o que fazer os médicos respeitaram a decisão do meu avô.

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