Capítulo 30

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- Meus sentimentos. - Uma senhora diz apertando minha mão e a agradeço, ela trabalhava na empresa do meu avô e também estava no velório do meu avô.

Hoje é domingo e estou no velório do meu pai. O velório está sendo feito em um local próprio para velórios, o local fica próximo ao cemitério e a funerária forneceu o espaço.

Escolhi as flores, o caixão, a roupa do meu pai e todos os detalhes da cerimônia, inclusive fiz isso sozinha, pois Rudolf não pode me acompanhar. Acertei tudo com a funerária e não quis alongar o velório nem o sepultamento. A notícia do falecimento do meu pai foi divulgada em jornais e mídias sociais, quem quisesse vir ao velório e ao enterro poderia vir.

Olho ao redor e vejo a esposa do meu pai, a mulher não olhou na minha cara e está perto do caixão, não a vi chorando e nem vou chegar perto dela, quando o caixão chegou e arrumaram tudo eu fui a primeira e entrar no salão da cerimônia e já chorei e orei pelo meu pai, agora algumas pessoas estão me cumprimentando e só quero que tudo acabe, pois estou cansada e desgastada. A Sra. Merry, Richard e outros funcionários da casa do meu avô vieram ao velório, afinal conheciam o meu pai, inclusive conversei um pouco com a Sra. Merry e com Richard, tudo está bem na casa do meu avô.

Meus últimos dias não foram fáceis, não consegui ver Fredy, mas conversei com ele por telefone, tranquei a porta do quarto e me tranquei no banheiro, então falei com ele bem baixinho pelo celular, mas não o vi, ele disse que ia vir ao velório do meu pai, tem muita gente no velório e ninguém vai saber quem é ele.

- Querida, vá tomar um café, você está há umas duas horas de pé. - Rudolf diz chegando do meu lado e continua. - O vovô está vindo com a Sarah, daqui a pouco chegam. - Rudolf fala e assinto.

O Sr. Scott e a Sarah iam vir mais para o fim do velório, até para não desgastar o Sr. Scott, no velório do meu avô, o Sr. Scott ficou do início ao fim, afinal ele era bem amigo do meu avô, já em relação ao meu pai a história é outra.

- Tudo bem. - Digo e caminho para o outro lado do salão, onde está sendo servido café, chá, suco e uns canapés, coisa que é normal nos velórios americanos.

Chego até a mesa de café e me sirvo, pego um pouco de café e olho ao redor, nesse momento vejo Fredy, ele me olha e disfarçamos, mas sinto meu coração bater acelerado, ele também pega um café e vem para perto de mim, como se fosse um estranho.

- Meus sentimentos. - Ele diz dando sua mão e o cumprimento.

- Obrigada. - Falo querendo o abraçar, nos olhamos e sei que ele queria falar mais coisas, sei que queria me abraçar, me beijar e dizer que vai ficar tudo bem.

- Como você está? - Ele pergunta e não tem ninguém muito perto que possa nos escutar.

- Bem, dentro do possível. Não vejo a hora de tudo isso acabar. - Falo e ele assente.

- Seja firme. Eu não posso ficar muito perto para não gerar desconfiança, mas estou aqui com você. - Fredy diz e assinto.

- Obrigada por estar aqui. - Falo e ele assente.

- Estou com você. - Fredy diz, faz um gesto com a cabeça e se vai para o outro lado.

Se ele ficar muito comigo vão desconfiar, para todos os efeitos ele é conhecido do meu pai e veio ao velório, para os olhos de todos, nós não temos vínculo, ele só veio me dar os pêsames e se foi para velar meu pai.

Saber que Fredy está no ambiente me faz sentir melhor. Tomo um gole do meu café e um senhor vem me dar os pêsames.

Em dado momento o embuste do Rudolf vem para perto de mim, vejo Fredy conversando com um senhor e tudo está tranquilo. Fredy olha para Rudolf com certa raiva, mas fica batendo papo com o senhor.

A MentiraOnde histórias criam vida. Descubra agora