Capítulo 20

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- O quê... - Abro os olhos sentindo dor no meu ombro, levo uns segundos para entender que, sei lá, como Rudolf veio para o meu lado e está praticamente me esmagando.

Ainda está escuro e sinto vontade de empurrar Rudolf para o lado, o empurro devagar e ele acorda.

- Tá fazendo o quê? - Ele pergunta confuso se afastando e sinto o bafo dele, bafo matinal é horrível.

- Acordei com dor! Você veio para o meu lado e estava me esmagando. - Falo me sentando na cama e pegando meus óculos.

- Foi mal. - Ele diz e olho no celular, que ia despertar em 20 minutos.

Me levanto e vou ao banheiro, até na cama Rudolf consegue ser um chato, quer dizer, até para dormir na mesma cama que ele, passo nervoso.

Segui com a rotina da manhã e fui para faculdade. Na hora do intervalo não consegui ir para o refeitório, os idiotas estavam na porta de entrada do lugar e por sorte eu tinha chocolates na bolsa. Sai da faculdade pensando que eu deveria carregar os seguranças comigo para dentro da faculdade, assim ninguém ia fazer bullying comigo, mas logo tirei a ideia da cabeça, se eu fizer isso todo mundo ali vai me chamar de louca e desnecessária, afinal quem leva seguranças para dentro de uma faculdade?

Cheguei em casa com fome. Almocei, me arrumei e mandei mensagem para Rudolf, vou ir ao banco e depois vou passar na casa do meu avô, quero falar com os funcionários.

Antes de sair de casa, peguei uma pasta e enfiei os documentos que tenho que levar ao banco

Fui para o banco, apresentei os documentos e até me ofereceram champanhe, nem sabia que banco oferecia champanhe! Conversei com o gerente e fiquei com duas contas, uma com o dinheiro e investimento bruto e outra conta com uns poucos milhões, assim o risco de roubo é menor.

Sai do banco até me sentindo desorientada, é muito dinheiro e talvez eu deva doar uma boa parte para algum hospital que cuida de crianças com câncer.

- Senhora... chegamos... - Raul diz e saio dos meus devaneios, chegamos na casa do meu avô e nem percebi.

Richard abriu o portão para nós e quando sai do carro não resisti, chorei pensando que meu avô não estava ali. Me lembrei dele e fiquei mal, mas tenho coisas pra resolver, não posso simplesmente chorar e largar tudo de lado.

A Sra. Merry abriu a porta da sala e quando entrei pedi para ela chamar todos os funcionários da casa. Todos vieram para a sala, a Sra. Merry, Liah sua ajudante, Richard e mais dois seguranças.

- Em nome de todos os funcionários, quero dizer que sentimos muito a perda do seu avô. Ele era um bom patrão e um bom homem. - Richard diz e todos concordam.

- Obrigada. Ontem o testamento do meu avô foi aberto. Ele deixou essa casa para mim. - Falo o motivo de eu estar ali.

A Sra. Merry diz que o advogado do meu avô ligou para ela, todos ali estão cientes de que eu sou a dona da casa e que eles tem emprego garantido pelos próximos anos, isso se eu quiser, mas vou querer, não vou demitir todo mundo do nada, nem sei o que vou fazer com a casa.

- Apesar de eu ter casado, não tenho planos de vender essa casa. Sei que um dos advogados do meu avô cuida da papelada de contratação de todos, eu peguei o contato dele e qualquer coisa ele me liga, ou eu ligo para ele. - Meu avô deixou os honorários dos advogados pagos, quer dizer, o homem que está cuidando da papelada dos funcionários, então há um fundo em uma conta bancária para tirar um valor específico por mês, eu não quero lidar com isso, então tudo bem o advogado continuar administrando.

- O que quero dizer é que vamos manter tudo como está. Ninguém está morando aqui, mas a casa precisa de cuidados. Sei que vocês não vão ter muito o que fazer. Só cuidem da limpeza da casa e de manter os carros funcionando. Podem continuar usando a área de funcionários, se for o caso façam uma tabela de folgas. No momento está tudo meio confuso pra mim, eu ainda estou assimilando a morte do meu avô e a herança, só... mantenham tudo em ordem. - Falo ainda não sabendo como vai ser e continuo.

A MentiraOnde histórias criam vida. Descubra agora