Capítulo 23

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- Vê se hoje não se mete em encrenca. - Rudolf diz quando vamos sair do quarto.

- Imbecil! - O xingo e saio do quarto descendo apressada.

Estou ansiosa, nervosa por ter que ir à Reitoria e ao invés de receber apoio e cuidado, tenho que escutar bosta e ainda logo cedo.

Deixei minha mochila e minha bolsa na sala e fui para a sala de jantar, por respeito ao Sr. Scott fiquei aguardando todos descerem, coisa que não demorou muito.

No café da manhã comi frutas e tomei suco, queria comer pão com queijo, mas eu teria que pedir ajuda para cortar o pão, então só deixei pra lá, pois não quero nem falar com Rudolf, quanto mais pedir algo pra ele, que por sinal, estava com cara de bosta.

Na hora de sair, Rudolf para fazer média para o avô veio me acompanhar até o carro, mas nem falei com ele, simplesmente entrei no carro e o ignorei.

Cheguei na faculdade extremamente ansiosa. E quando entrei no prédio vi o Enfermeiro Gray. Ele veste uma calça jeans, sapatos e uma camisa polo com o logo da faculdade.

- Bom dia. Tudo bem? Como está sua mão? - Ele pergunta dando sua mão para eu pegar e pego a mão dele.

- Bom dia, apesar de tudo estou bem, vou ficar com os dedos imobilizados por três semanas, foi luxação mesmo. Como o senhor está? - Pergunto chacoalhando a mão dele.

- Bem. E pode me chamar de você, ou de Fredy. - Ele diz e assinto.

- Tudo bem, pode me chamar de Kimberly. - Falo também tirando as formalidades, pois me sinto à vontade pra isso.

- Claro, vamos para a Reitoria, ontem conversei sobre o seu caso com o Reitor, ele já está sabendo do que aconteceu e temos as imagens das câmeras, então basicamente você vai prestar uma queixa formal e o imbecil que colocou o pé para você cair vai ser advertido formalmente, quanto aos outros dois, eles vão receber advertência verbal. - Fredy diz e sinto medo.

- Será que isso não vai dar problema? Os três podem ficar piores. - Falo preocupada.

- Se piorar vamos colher provas e você mete um processo neles. Uma coisa é certa, eles precisam parar. Eu te ajudo com o que for necessário. - Fredy fala e assinto grata.

Caminho ao lado dele para a Reitoria e tenho tantos sentimentos dentro de mim, que nem sei definir.

- O Tomate, está bem? - Pergunto me lembrando do cachorro fofo dele.

- Sim, aquele preguiçoso acordou, comeu e voltou a dormir. - Ele diz e assinto.

Chegamos na Reitoria e sinto tanto medo, nunca denunciei ninguém na vida! O Reitor, a secretária dele e Fredy estão na sala e falo o que aconteceu ontem.

- Eles fazem bullying comigo há anos, mas eu sempre deixei pra lá, só que ultimamente tem piorado, ontem teve a situação do pé e um tempo atrás um deles esbarrou em mim de propósito. - Explico.

- A senhora se recorda do dia que ele esbarrou? - O Reitor pergunta e me recordo do dia, pois eu fui ao hospital ver o meu avô, olho no calendário do celular, faço as contas e nem 5 minutos depois o Reitor pega a imagem pela câmera.

- Temos imagens de um ano armazenadas. No momento temos provas de que dois te agrediram, então eu vou punir os dois, quanto ao terceiro, vai ser advertência verbal. - O Reitor explica.

- A Sra. Ward me disse que tem medo da situação se agravar, ela tem medo de sofrer represálias. Comentei com ela que se isso acontecer, ela pode colher mais provas e entrar com processo. - Fredy fala ao meu lado.

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