Capítulo 10

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- Deixa eu olhar para o senhor, não andou fazendo arte, né? - Rudolf pergunta para o Sr. Scott.

- Eu estou inteiro, não fiz nada de errado. - O Sr. Scott diz e Rudolf o examina.

- Fiquei sabendo do galho da árvore... - Rudolf fala e o Sr. Scott emite um som agudo.

- Aquele galho ia cair no telhado... - O Sr. Scott fala do tal galho e estou um pouco preocupada, passo os olhos na Sarah que olha para Rudolf com um sorriso, ela parece animada.

Acabamos de chegar da Califórnia, choveu, o voo atrasou e já é noite. Hoje acordamos, tomamos café e fiquei deprimida por conta do que aconteceu ontem. Fiquei ansiosa pelo voo e não fiz nada o dia todo.

- Trouxemos presentes. Vamos nos sentar. Que cheiro bom é esse? É macarrão com almôndegas? - Rudolf pergunta animado.

- Sim, a Sarah pediu para a Lara fazer macarrão com almôndegas. Vamos jantar muito bem hoje. - O Sr. Scott diz também animado.

Não me sinto em casa, não me sinto confortável e só tento ser simpática. Já havia cumprimentado a Sarah e o Sr. Scott e ainda estou me acostumando com a situação.

Nos sentamos, Rudolf pega a mala com os presentes e entrega os presentes que trouxemos. Tanto o Sr. Scott como Sarah parecem ter gostado dos presentes. Ficamos um pouco na sala e depois fomos jantar.

Durante o jantar Rudolf fala como se a nossa lua-de-mel tivesse sido perfeita, mal sabe o avô dele que foi uma porcaria. Já entendi que Rudolf quer deixar seu avô tranquilo e feliz, demonstrando que estamos nos dando 100% bem e que a vida de casado é uma maravilha, então para não deixar o Sr. Scott preocupado só sigo o baile.

- O lugar é lindo, o quarto era tão confortável, fiquei até surpresa por ter piscina na varanda, o resort é maravilhoso. - Falo tentando parecer animada.

- Fico feliz por ter dado tudo certo. Com certeza a lua-de-mel vai sempre ser lembrada por vocês. - O Sr. Scott diz e assinto.

Vai ser muito bem lembrada, o Rudolf bebendo e se comportando como um imbecil, eu tendo uma intoxicação alimentar, o meu marido não me tocando por ter nojo de mim, eu me sentindo humilhada e um lixo, enfim... vai ser inesquecível todos os péssimos momentos.

Depois do jantar Rudolf subiu nossas malas e eu não queria ficar fazendo sala, ou melhor, não queria ficar conversando e fingindo que estava tudo bem. Queria subir, tomar banho, me ajeitar e ir dormir, mas por educação fiquei na sala, Sarah começou a falar do trabalho, Rudolf e o Sr. Scott também e fiquei ali, me sentindo um peixe fora d'água.

Queria subir, mas não sabia como falar que ia subir sem parecer uma grossa. Eu ainda nem sei onde fica o quarto! Rudolf não se tocava e quando todos decidiram subir eu já estava desgastada mentalmente e fisicamente.

- O senhor já sabe, nada de perambular pela casa no escuro. Se acordar e precisar de algo é só chamar. O fato de eu estar casado não muda o nosso combinado, se o senhor acordar aperta a campainha ou me chama pelo rádio. - Rudolf diz enquanto subimos as escadas, o avô dele segura seu braço e chegamos no andar de cima, Sarah foi pegar água para o Sr. Scott.

- Eu sei das regras, nada de perambular pela casa no escuro. Já aprendi minha lição quando levei aquele tombo daquela vez. - O Sr. Scott fala emburrado.

- Querida aquela porta é do nosso quarto, entre lá e fique à vontade. Eu normalmente acompanho o vovô para o quarto dele e me certifico de que ele se deitou e está confortável. Se eu não cuidar, o vovô acaba caindo e se machucando. - Rudolf fala e acho bem fofo todo esse cuidado que ele tem com o avô.

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