Abri os olhos vendo tudo embaçado, levo uns segundos para pegar meus óculos, colocar no rosto e entender que estou no quarto do hotel.
A luminária está acesa, a luz do quarto está apagada e estou sozinha na cama. Pego meu celular e são 2 da madrugada. Me levanto, vou ao banheiro, faço xixi, escovo os dentes, lavo o rosto e nem vou colocar minhas lentes, vou ficar de óculos, me sinto um pouco enjoada, todas as bolinhas do meu corpo sumiram e estou normal.
Saio do banheiro e no que abro a porta do quarto vejo o idiota do Rudolf.
- Ei, querida. Eu sinto muito, não sou acostumado a beber, nem sei o que deu na minha cabeça. Eu fico um idiota quando bebo. Não queria te ofender, eu por alguma razão achei que você ia achar graça do que falei e agora vejo que foi ofensivo. Me perdoe, eu nunca mais vou beber. - Rudolf diz vindo até mim, ele me abraça, mas estou chateada,
Não retribuo o abraço, um pedido de desculpas não vai apagar a mágoa que estou sentindo, foi como os rapazes que fazem bullying comigo na faculdade.
- Sinto muito por não poder te acompanhar no hospital. Quando você precisou de mim eu estava apagado e isso é imperdoável, eu comprei um presente pra você. - Rudolf diz se afastando, ele sai do quarto e volta com uma caixinha.
- Presente. - Ele fala me entregando a caixinha, a abro e vejo um colar que sem dúvidas custou um rim, mas não me animo, vou usar a bosta do colar aonde? De que um colar vai me ser útil? Só queria respeito!
- Obrigada. - Falo a contragosto.
- Estou preocupado, pelo que fui informado, você dormiu muitas horas, está com fome? Como você se sente? - Ele pergunta parecendo preocupado.
- Estou enjoada e não sinto fome. Essa foi a primeira vez que tive esse tipo de alergia, eu nunca comi camarão e fiquei assim. - Explico.
- Bom, infelizmente às vezes acontece. Eu falei com o Reed, ele me disse sobre o hospital, eu peguei a receita médica na sua bolsa e pedi o remédio da farmácia, está lá na sala. - Ele diz e penso que pelo menos fez algo de útil.
- Obrigada, eu só tenho que tomar às 13 horas. Acho que vou ficar um pouco quieta, ainda não estou 100% e ainda é de madrugada. - Falo e ele assente.
- Claro. Qualquer coisa você fala comigo. - Ele diz e assinto.
- Você ligou para a Sarah? Quando você estava apagado ela ligou no seu celular e eu atendi, achei que poderia ser alguma emergência. - Explico.
- Sim, o Reed me avisou. Obrigado. O meu avô sossegou depois que o tronco da árvore foi cortado, está tudo bem lá em casa. Eu achei melhor não avisar meu avô sobre o que aconteceu aqui. - Ele diz me olhando meio que expectante. Será que ele acha que vou ir importunar o Sr. Scott?
- Não vou falar nada para o seu avô, sei que ele ia ficar chateado. - O Sr. Scott não precisa saber do que aconteceu.
Rudolf assente me olhando com cara de idiota e vou para a cama, coloco a caixa com o colar na mesinha ao lado da cama, meus óculos e me deito meio que encolhida, me cubro e fico quieta. Fecho os olhos pensando se vai ser assim? Cada vez que ele me magoar vai me dar uma joia cara achando que vai compensar alguma coisa.
Fico quietinha pensando que quando eu voltar quero ir visitar meu avô. Talvez uma vez por semana posso passar na casa dele, ou talvez duas vezes na semana.
Fico quieta me sentindo sozinha, não ter amigos é uma bosta. Acabei pegando no sono outra vez e quando acordei já eram 7 da manhã.
Acordei e não vi Rudolf no quarto, não me dei ao trabalho de ir nos outros cômodos procurar ele, só peguei uma troca de roupas e me enfiei no banheiro. Tive uma diarreia, o que é péssimo e depois de usar o banheiro tomei banho, sequei os cabelos e me vesti com um vestido simples, não pretendo sair do quarto hoje, amanhã vamos embora e é isso.
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A Mentira
RomanceKimberly Mendes é uma mulher Plus Size, com autoestima baixa e uma vida solitária. Sem muitas expectativas e por pressão psicológica, Kimberly acaba entrando em uma situação inusitada a levando a viver uma grande mentira. Será, Kimberly capaz de se...