Capítulo 17

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- Vamos lá, Kimberly. - Falo baixinho.

Hoje é sábado acordei 5 da manhã e não consegui dormir, então levantei, me arrumei e vou para o hospital, a semana passou e meu avô piorou, sinto que a situação dele se agravou muito, ele não come mais nada! Por milagre e pelos remédios não sente dor.

Eu não tinha noção que o câncer era uma doença tão agressiva, a gente escuta falar, mas só entende como é quando vemos de perto.

Olho para Rudolf que ainda dorme, quero o avisar que vou ao hospital, são 6 da manhã e não quero esperar nada. Vou descer, comer algo e sair.

- Rudolf. - Chamo suavemente.

- Humm... - Ele balbucia.

- Rudolf, eu vou ao hospital, não sei que horas volto. - Falo quando vejo ele abrindo os olhos.

- Vai me avisando. Da meu celular, eu vou avisar os seguranças que você vai sair. Você comeu algo? - Ele pergunta sonolento

- Vou descer, comer e sair. - Falo e pego o celular dele na mesinha lateral, entregando em sua mão.

- Tudo bem, se alimente e me mantenha informado. - Ele diz e assinto.

- Tchau. - Falo e saio do quarto.

Desço e entro na cozinha, a Sra. Lara já está de pé, fazendo o que acho ser cookies.

Dou bom dia e falo pra ela não se preocupar que eu me viro. Rapidamente faço um lanche, pego iogurte e uma maçã, me sento e começo a comer.

A Sra. Lara pergunta se quero levar um lanche, ou algo para comer no hospital, pois eu falei que vou ao hospital, a agradeci e disse que não, que como por lá mesmo, afinal tem a lanchonete do hospital.

Quando sai pela porta da sala, Raul e mais dois seguranças da casa já me aguardavam.

Cheguei no hospital e o pessoal da recepção já sabe quem eu sou, só pego um crachá e subo para o quarto do meu avô.

Cheguei no andar que meu avô está internado e uma enfermeira diz para eu aguardar, ela disse que estavam fazendo a higiene do meu avô, no caso meu avô já acordou, mas ele não está se levantando da cama, então está de fralda.

Fico aguardando e só consigo entrar no quarto quase uma hora depois, pois deram banho no meu avô.

- Bom dia. - Falo entrando no quarto.

Meu avô está sentado na cama, o encosto está levantado e ele veste um pijama azul marinho, ele está abatido como ontem e segura o livro que eu dei, ele está no fim.

- Bom dia. Ainda é muito cedo. - Meu avô diz baixo.

- Bobagem, e então? Como vai o livro? - Pergunto colocando minha bolsa no aparador que há no local e passando álcool nas mãos.

- Acho que termino ele hoje. - Meu avô diz e abro um sorriso.

- Bom, o senhor está com dor? Quer comer alguma coisa? - Pergunto me aproximando da cama.

- Não estou com dor e também não sinto vontade de comer nada. - Ele diz e assinto.

Puxo a poltrona para perto da cama e fico ali, fazendo companhia para o meu avô. Ele lê algumas páginas do livro e coloca o livro de lado para descansar um pouco. Um tempo depois ele voltou a pegar o livro e voltou a ler.

- Acabei. Foi um dos melhores livros que li na vida. Obrigado pelo presente, Kimberly, foi um dos melhores que já ganhei. - Meu avô diz e me levanto indo para o lado da cama.

- De nada. Fico feliz pelo senhor ter gostado tanto. Deixa eu colocar esse livro na mesinha. - Falo e pego o livro colocando na mesinha ao lado da cama.

A MentiraOnde histórias criam vida. Descubra agora