Capítulo 18

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- Seu avô era um bom homem. Deu trabalho para os meus dois filhos, meus meninos se formaram na faculdade graças a bolsa de estudos que seu avô dava para os funcionários. Ele nunca será esquecido pela minha família. Sempre será lembrado como um homem bom, íntegro e honesto. - O senhor de uns 60 anos diz chacoalhando minha mão.

Ele é apenas uma das centenas de pessoas que vieram me cumprimentar. Estamos no velório do meu avô e há centenas de pessoas, muitos funcionários e amigos dele. Eu não tinha noção do quanto meu avô era querido e respeitado por seus amigos e ex-funcionários, todos os funcionários da casa do meu avô também vieram, já cumprimentei Richard, a Sra. Merry e Liah e os seguranças do meu avô.

Hoje é domingo e achei um absurdo a demora para o velório, mas meu pai que arrumou tudo e não me meti. Os enterros nos Estados Unidos são assim e paciência.

Estamos no teatro da empresa que era do meu avô, o velório começou às 8 da manhã e vai até as 14 horas, depois vamos para o cemitério, onde vai ter o sepultamento e ainda tem a missa mais a noite.

Comidas e bebidas estão sendo servidas, mas tudo que quero é prestar as últimas homenagens ao meu avô e ir para casa.

Minha semana foi péssima, fui para a faculdade a contragosto, estava ansiosa para a cerimônia de despedida e para o sepultamento do meu avô, Rudolf teve bom senso e me deixou em paz no quarto e foi isso, tudo péssimo.

Vou cumprimentando as pessoas, agradecendo pelo carinho e pelas palavras de consolo. Antes da saída do caixão para o cemitério, vai haver uma cerimônia em homenagem ao meu avô.

- Ei, querida. Beba um pouco de café. - Rudolf diz trazendo café pra mim.

O agradeço e olho ao redor. Meu pai nem me cumprimentou, não vi a esposa dele e ele veio sozinho.

O tempo foi passando, até que algumas pessoas discursaram, inclusive meu pai, que pelo menos teve a dignidade de fazer um discurso bonito, homenageando meu avô.

Depois dos discursos e de uma cerimônia bonita, onde um padre fez uma oração, seguimos para o cemitério.

Um comboio de carros seguiu para o local e quando chegamos ao cemitério, comprei rosas brancas para colocar sobre o caixão.

O caixão foi preparado no túmulo, e logo o local estava lotado. O padre novamente fez um discurso e uma oração e na hora que o caixão ia descer, depositei minhas flores sobre o mesmo.

Enquanto o caixão descia um louvor bonito foi tocado e chorei, nunca mais vou ver meu avô.

Depois do sepultamento me despedi de algumas pessoas que nem conhecia, agradeci o padre e saí do cemitério com uma sensação horrível de vazio.

- Kimberly, o seu pai está brigado com você? Não vi ele se aproximando em nenhum momento. - O Sr. Scott diz no carro. Rudolf guia o carro e o Sr. Scott está ao seu lado.

- Ele me acusou de querer que meu avô morresse para ficar com a herança. Isso no hospital e nós tivemos uma discussão. Meu avô confiava no meu pai para os negócios, mas reprovava algumas atitudes do meu pai em relação a vida pessoal dele. É complicado, meu pai nunca foi muito próximo, sempre viajou muito. - Falo a verdade.

- Entendo. Infelizmente nunca vamos entender a forma de pensar de algumas pessoas. Ainda bem que você se casou com o Rudolf e agora tem a nós, ou ia ficar sozinha. - O Sr. Scott fala e o que posso dizer? Ele não mentiu.

- Chegando em casa vamos tomar banho e comer algo. O senhor vai tirar um cochilo para mais tarde estar disposto na missa. - Rudolf diz mudando de assunto e acho bom.

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