Capítulo 09

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— Lilith?O que você está fazendo aqui? — Vejo Bill olhando para mim com uma sobrancelha levantada

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— Lilith?O que você está fazendo aqui? — Vejo Bill olhando para mim com uma sobrancelha levantada.

Ele tem olhos na nuca, não é possível.

Me viro de frente para ele, meu corpo paralizado, meus olhos vão de um lado para o outro e minha boca abre e fecha à procura de resposta.

Merda.
Merda.
Merda.
Merda.

— Eu ía pegar o...último biscoito do Tom...e...tinha medo que ele descobrisse. — Acabo e dou um sorriso.

Boa Lilith.
Bem discreta.

Revirando os olhos discretamente, rezo para que ele tenha acreditado ou caso eu tenha sido descoberta, o que é bem provável, as consequências sejam leves.

— Certo.Ele realmente fica uma fera quando comem as coisas dele. — Um sorriso malicioso sai de Bill. — Faça isso, tem meu total apoio.

Dou um suspiro de alívio.
Foi uma pequena turbulência mas nada está perdido.

— Mais uma coisa... — Diz Bill dando meia volta. — Você ta muito arrumada para alguém que vai ficar só em casa, não?

Os olhos de Bill se estreitam na minha direção.
Eu não vou aguentar isto por muito tempo, a pressão está me matando.

— Ahm...eu tava aborrecida e...decidi experimentar looks, sabe? — Solto uma risada forçada. — Só para passar o tempo, não tem muito o que fazer aqui.

— Você tem literalmente uma piscina, sala de jogos e uma biblioteca. — Retrucou.

— Está frio hoje, os jogos só dão para jogar com outra pessoa e já li maior parte dos livros.

Bill levanta as mãos em surpresa e desaparece da minha vista.
Espero mais uns segundos para ter certeza que ele não volta e aí sim, eu liberto um verdadeiro suspiro de alívio.

Sem esperar mais, saio pela porta das traseiras tomando cuidado para fazer o menos barulho possível.
Tenho a preocupação de me abaixar sempre que passo perto das janelas da sala para evitar que me vejam.

Chegando perto do carro, vejo a imagem de Georg encostado nele.
Ele está fumando e com uma garrafa de cerveja quase vazia na mão.

E agora?
Estou tão perto.

Abaixo a minha cabeça tentando pensar numa ideia e ouço um grunhido.
Me encosto o máximo possível à parede e espreito discretamente na direção do moreno.

Georg agita a garrafa, agora totalmente vazia, e joga o cigarro no chão o amassando com o pé.

— Caralho.Preciso mijar. — Georg vai em direção à porta de entrada.

Eu prendo uma risada.

Quando ouço a mesma bater, aproveito a oportunidade para ir adiante.

Chegando perto do carro, abro uma das portas de trás e deixo o banco do meio um pouco solto, tomando cuidado para deixar ele o mais natural possível.
Abro o porta-malas do carro e entro.
Tento sair pelo banco do meio e eu consigo lindamente.

Estou pronta.

Tom aparece bem na hora e eu me apresso para voltar para dentro do espaço escuro deixando o banco da mesma maneira que antes.
Ouço as quatro portas do carro abrirem e fecharem.

Pela pequena fresta eu consigo ver que Tom está conduzindo o carro, Bill no banco ao seu lado e Gustav e Georg nos bancos de trás.

A luz reflete numa superfície metálica situada em cima do banco do meio, mesmo á minha frente.
Estreito mais os olhos e vejo o semblante de uma faca, logo ao lado uma arma e um facão.

Eles com toda certeza vão matar alguém.
Eu jurava que eles não se envolviam nessa parte.

Eu sei como funciona a máfia e os assuntos que circulam nela, mas eu nunca vivenciei nada.
Tenho memórias do meu pai chegar em casa com as suas roupas rasgadas e amassadas, olhos roxos e pequenos machucados a cortes profundos.
Mas também vi ele chegar com a sua camisa branca manchada de sangue, sangue que por sinal, não o pertencia.

E eu sempre fiquei escondida.
Nunca vi com os meus próprios olhos as coisas que deixavam o meu pai de tal maneira.
Nunca tive interesse e talvez por isso papai e eu nunca criámos uma conexão.

Eu nunca presenciei nada desse tipo.

Mas há sempre uma primeira vez para tudo...

Ready-Set-Kill | BILL KAULITZOnde histórias criam vida. Descubra agora