Capítulo 31

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Paro num leve choque e ergo uma sobrancelha

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Paro num leve choque e ergo uma sobrancelha.

–— Que porra foi aquela? — Bill  desencosta-se da parede e vem na minha direção.

— Não sei do que você está falando. — Abano os ombros e faço o meu caminho até à nossa sala.

— Oh, por favor... — Bill suspira.

Agarrando o meu braço ele vira-me para ele e prende-me no lugar.
A sua mão aperta-me com mais força e sinto o meu braço pulsar de leve.

— Solta-me.Está me machucando. — Eu resmungo tentando soltar o meu braço.

— Que.Porra.Foi.Aquela. — Bill fala calmamente, mas é apenas um cobertor para cobrir a sua irritação.

— Me.Solta. — Falo no mesmo tom.

Ele aperta ainda mais o meu braço e a pulsação aumenta, a dormência consome o pequeno local por conta da interrupção da passagem do sangue.

Eu mordo o meu lábio tentando suportar a dor.
Eu nunca...nunca vou mostrar o quanto ele afeta-me.

— Responda-me. — Bill se aproxima mais de mim.

— Aquilo com Nath?Você tava fazendo o mesmo com Thalia. — Rio. — Você não pode falar muito."

Eu arranco o meu braço do seu aperto e encaro-o com todo o ódio que estou sentindo.

— Quantas vezes eu preciso de falar? — Bill balança para o lado e coloca a mão na cara.

— Eu tenho que explicar sempre a mesma coisa para ver se entra nessa sua cabecinha de merda? — Ele grita. — Na máfia mulheres não pode—

— Sempre a mesma desculpa. — Explodo. — Porque não admite logo que está com ciúmes?

Bill solta o ar pelo nariz, num tom sarcástico, como se eu tivesse dito a maior barbaridade.

Eu vi como ele reagiu naquela sala, não sou cega e muito menos estúpida.

— Ciúmes? — Ri. — Ciúmes de ti?

Eu cruzo os meus braços e encaro-o.

— Se você nem vale a pena de sentir empatia quanto mais ciúmes...se enxerga Lilith.

— Se é assim... — Meu coração bate de forma dolorosa.

— Você deve ter confundido as coisas no outro dia... — Ele zomba como se eu fosse a coisa mais idiota que ele já viu.

— Você veio até mim, Lilith, não eu...aquilo não significou nada para mim, apenas uma foda fácil. — Ele suspira.

Ele olha para mim como se eu fosse minúscula, insignificante, como se eu não fosse nada do que uma poeira em seu casaco que ele pode tirar sem nenhum esforço.
Meus olhos arregalam por um momento mas disfarço o melhor que posso.

— Ótimo.Eu estava sozinha, você foi só algo rápido e fácil...que bom que nenhum dos dois misturou as coisas. — Falo amargamente.

Bill se apoia na parede e olha para mim com uma sobrancelha erguida.

— Se você o diz... — Bill suspira e pega seu celular por um momento.

— Você é tão confuso... — Eu suspiro.

Eu viro-me e continuo na direção da sala e sinto Bill seguir.

— Mais uma coisa...vou com o Nath, vamos ser discretos.
Assim você pode guardar segredo e ninguém tem que matar ninguém. — Falo.

— Nada disso. — Bill resmunga atrás de mim. — Muitas pessoas já sabem que você está com conosco, inclusive Sebastian.

Eu viro-me para encará-lo.

— E o seu ponto é? — Ergo uma sobrancelha.

— Que se você sair com o garoto, sem proteção, é uma questão de tempo até ter o seu corpo na entrada da minha casa. — Explode.

Eu paro por um momento.
Eu não sei o porquê, talvez pela cocaína, talvez pelo álcool, talvez pelo baseado, mas eu não me importo com isso.
Não agora pelo menos.

Tenho dezanove anos, auge da vida.
Eu mereço divertir-me como todas as outras garotas da minha idade.

— Perfeito.Assim eu me livro de vocês e você Bill...pode voltar a fingir ser o príncipe encantado da bailarinazinha. — Zombo.

Sinto o meu corpo colidir com a parede num estrondo, a mão de Bill agarra a minha garganta e a pressiona tirando o meu suprimento de ar.
Ele levanta-me com apenas a força da sua mão até que apenas eu esteja em pontas de pé.

Eu debato-me o quanto posso, colocando as minhas mãos em volta da dele e pressionando as minhas unhas para que ele me solte.
Eu preciso de ar e o desespero faz-me pressionar as mãos o mais que posso até que pequenas gostas de sangue caiam pela mão de Bill.

— Vamos ver se você consegue entender-me ou eu preciso de fazer a porra de um desenho. 

Eu olho para ele, meus olhos enchendo-se de água.
Não por medo apenas por desespero.

— Pare de agir como uma puta mimada e faz o que eu estou mandando. — Ele aproxima-se do meu rosto e posso sentir o seu hálito quente.

— Eu não quero ter problemas por sua causa.Você já coloca-me no limite, então você vai ser uma boa garotinha e vai falar para o Nath que sente muito, que não está se sentindo bem e que quer ir para casa.

Eu encaro-o, meus pés ainda debatendo e minha visão ficando mais escura.

— Você entendeu? — Ele aperta ainda mais a minha garganta.

Eu abano a minha cabeça o melhor que posso.
Eu só quero que ele me solte.

— Que sirva de aviso o quão fácil eu posso quebrar o seu pescoço e te matar.

Com isso ele solta-me e eu caio de joelhos.
Puxo o ar tremidamente, as minhas narinas se dilatam, meu coração martela tão fortemente que sinto que vou morrer.

O ar que entra nos meus pulmões deixa um rasto de dor.
Eu coloco a mão na minha garganta e lágrimas quentes caem e escorregam pelas curvas do meu rosto.

Eu olho para Bill.

O meu maior medo.
O meu maior pesadelo.

Ready-Set-Kill | BILL KAULITZOnde histórias criam vida. Descubra agora