Toda a minha sanidade é sugada quando a vejo na frente dos meus olhos. Suprimo a vontade que tenho de me beliscar para saber se é real. Se ela é real. O meu mundo foi abalado em questão de segundos quando os seus olhos azuis claros se encontram com os meus.
O meu mundo não foi abalado, foi totalmente destruído.
Estou prestes a avançar na sua direção e tomar os seus lábios como devia ter feito antes de ela ir embora sem eu dizer o quanto preciso dela para me sentir completo. Eu busquei um substituto para ocupar a minha cabeça. O ringue. A cada murro que dava, a cada dor que era infligida no meu corpo, era como se fosse uma onda de paz. Onde eu não tinha que pensar nela naquele instante de dor. Mas agora ela está na minha frente.
Eu não a posso roubar ou levar comigo, não quando não tenho nenhum plano.
E colocá-la em risco não é uma opção.
Aceno com a cabeça para que me siga e, por cima do meu ombron, posso vê-la a fazer exatamente o que eu disse. Sem exitar.
Paro atrás de uma autocaravana com ar abandonado e espero a Lilith passar para a puxar para o meu aperto. Ela solta um soluço quando o seu corpo colide com o meu peito. A sua pele quente causa sensações estranhas no meu interior.
Merda, sentia tanto a falta dela.— Bill... — Os seus olhos tristes, como se nada disto lhe parecesse real, encaram os meus. — Estás mesmo aqui. Deus... tu estás mesmo aqui.
Uma lágrima escorrega e escorre pela curva da sua bochecha rosada. Afago o seu ombro e encosto os meus lábios à sua cabeça sentindo o aroma cítrico de lima.
Dou-lhe um beijo.— Estou aqui. — Sussurro. — Senti tanto a tua falta.
Os seus braços circulam a minha cintura e ela enterra a cabeça contra o meu peito. O seu corpo treme e pequenos soluços são ouvidos. Algo que não percebo cresce dentro de mim.
— Achei que... — Dá um suspiro trémulo. — Achei que me querias morta. Não quis acreditar que pudesse ser real até ouvir...
O meu peito aperta. Como pensei...ela ouviu tudo. Aperto-a com mais força, talvez com medo que, se não a segurar, ela possa escapar de novo.
— Não, coelhinha. — Esfrego o meu polegar sobre a sua bochecha. — Eu nunca te magoaria.
Lilith ergue a sua cabeça e os seus olhos avermelhados e inchados encaram-me.
— Nunca. — Sorrio.
Ela afasta-se do meu aperto, funga e limpa as últimas lágrimas que escorrem pelas curvas do seu rosto.
— Acho que já sabes. Eu liguei ao Sebastian naquele dia e ele ajudou-me a fugir. — As suas palavras são cautelosas.
E, se mais nem menos, um chama cresce dentro do meu peito de pouco em pouco.
Cerro o meu maxilar.— E como ele te tem tratado? — A minha mão move-se automaticamente até à sua cintura. Puxo-a para mais perto. — Ele trata-te bem? Magoou-te ? Tocou-te de algum jeito?
Ela ri e o som é como melodia para os meus ouvidos.
— Ele trata-te bem. Não te preocupes.
— Como não? — Puxo-a até sentir o seu corpo totalmente colado ao meu. — Saber que tem alguém a tratar de ti, algo que é a minha função, põe-me louco.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Ready-Set-Kill | BILL KAULITZ
RomanceLilith,uma garota de 19 anos usada com moeda de troca por seu pai,Alistor, numa forma de obter poder e dinheiro. O homem para o qual foi vendida é conhecido como Lucian Kaulitz, o mais temido do mundo da máfia. Veja a vida de Lilith virar de cabeça...