Capítulo 43

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Faz uma hora que espero por Gustav na sala

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Faz uma hora que espero por Gustav na sala. Tanto eu como o Tom e o Georg aguardamos que ele retorne com as gravações hackeadas das câmeras da cidade para podermos seguir o carro vermelho e encontrar Lilith.
Cinco semanas se passaram. Não muito, mas o suficiente para levar-me à loucura.
Estou preocupado, para lá do preocupado na verdade, a minha mão treme de vontade de socar alguém toda a vez que penso no assunto. Preciso acalmar-me, mas sempre que encontro um pingo de paz, a minha cabeça é inundada com cenários onde a Lilith desaparece em matéria negra.

Eu não sei se ela está perto.
Eu não sei se está viva.
Se está morta...
Eu só sei que não descansarei até encontrá-la.

A porta abre-se e Gustav entra carregando a mala com o seu computador. Ele dá um aceno com a cabeça e senta-se no lugar do meio no sofá.

–— Consegui as gravações. Tenho desde o dia que ela desapareceu até uma semana depois do ocorrido. — Tira o computador da mala e abre-o.

O ecrã liga e meus dedos tamborilam na mesa em ansiedade. Gustav abre o ficheiro e dezenas de arquivos aparecem na frente dos meus olhos.
O BMW vermelho percorre calmamente todas as ruas como se Sebastian não tivesse acabado de roubar algo que não lhe pertencia. Os vidros são esfumados logo, não consigo observar o interior.
Não consigo ver Lilith.
O carro continua a virar esquinas e a percorrer as estradas, em princípio, sem qualquer destino específico.
Até que chega a uma garagem e entra.
Avançamos para as gravações seguintes, mas o carro vermelho não aparece em nenhum dos takes. Passamos à gravação seguinte e assim continuando. Não voltamos a ver o carro em nenhum momento.
A minha mão bate violentamente na mesa.

— Merda. Perdêmo-los. — Resmungo enquanto procuro o meu pacote de cigarros.

— É impossível. Eles devem estar dentro da garagem. Têm que estar. — Gustav clica nas teclas furiosamente. — Não há qualquer sinal do carro.

— Merda. — Tom grita.

Minha perna ganha um tique nervoso e começa por tremer de leve.

— Tem de haver algo aí. — Georg fala.

— Não me digas, Sherlock. — Ironizo enquanto acendo um cigarro.

A tremedeira da minha perna cessa, mas o martelar do meu coração intensifica-se.
Uma certa pressão começa a se formar atrás dos meus olhos cansados.

— Bill...por que não vais te acalmar fora da sala? Quando tiveres melhor, regressas. — Sugere Tom.

— Eu estou bem. — Estalo. Respiro fundo e tento, por mais que impossível, relaxar. — Estou ótimo.

Mentira.

— De certeza? — Tom pergunta em cautela e seus olhos preocupados fixam-se nos meus.

— Absoluta. — Esbanjo um sorriso tenso.

Outra mentira.

Ele acente com a cabeça, mas pela sua postura não parece acreditar em mim.
Com razão.
Tenho fumado mais que normal, bebido mais que o normal e tenho gostado de hobbies que eu nunca me imaginaria a fazer.
Sinto-me diferente.

Ready-Set-Kill | BILL KAULITZOnde histórias criam vida. Descubra agora