Capítulo 42

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— Foste vendida pelo teu pai de modo a que Alistor conseguisse algo com esse acordo, nomeadamente poder e território, e claro que a longo prazo ele teria lucros

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— Foste vendida pelo teu pai de modo a que Alistor conseguisse algo com esse acordo, nomeadamente poder e território, e claro que a longo prazo ele teria lucros.

Aceno com a cabeça.
Era algo que eu já sabia, mas até onde ele quer chegar?

— Sim e então? — Pergunto.

— Tens noção que o teu pai tem mais lucros do que Lucian com o acordo, mas, na realidade, não é bem assim. Tu foste a escolha de Lucian para que ele pudesse continuar com o comando, mesmo quando seu filho tomasse o seu lugar. — Fita-me.

— Eu tenho plena consciência disso. Continua.

Ele ri um pouco.

— Muito bem. — Pega a sua bebida e bebe outro gole. — Não achas estranho ele estar a tentar te matar?

A pergunta paira no ar.
Sim, é estranho.
Se ele planeou tudo isto, por que está ele agora a tentar destruir?
Pego na minha bebida quase automaticamente.

— É estranho. É como se ele estivesse a tentar acabar com tudo o que planejou. — Murmuro e tomo um gole de uísque.

O sabor da bebida preenche a minha boca.

— Porque surgiram algumas turbulências. — Estala.

—Sim, mas de que tipo? — Pergunto tentando decifrar.

— Um dos gémeos está mais próximo de ti do que Lucian gostaria. — Informa.

— Tom?

Bill.

Olho-o imóvel, mas inquieta ao mesmo tempo. Uma onda de medo, saudades e mágoa atravessa o meu corpo.

— Mas qual é oproblema disso? — Questiono tentando empurrar para dentro o que sinto.

— Lucian ficou com medo que, por causa disso, o seu plano não desse mais certo. Bill sempre foi obediente e muito inteligente, mas acontece que ele sofreu um certo castigo por te defender uma vez.
A partir daí, Lucian entrou em paranóia. Ele valoriza muito o seu lugar com um dos maiores mafiosos do mundo e saber que ele pode perder isso por causa de ti obrigou-o a tomar medidas absurdas.

— Como tentar matar-me. — Sussurro e Sebastian acena com a cabeça.

Levanto-me e vou em direção do bar.
Pouso o meu copo na mesa e pego diretamente a garrafa de uísque quase cheia.
Ele falou a verdade quando disse que eu ia precisar de uma bebida, mas omitiu a parte em que eu ia precisar da garrafa inteira.

Bill sofreu porque me defendeu? Ele fez isso por mim? Mas ele concordou em mata-me. Ele concordou com isso mesmo tendo sofrido para me defender.

A minha cabeça começa a doer.

Nada faz sentido.

Retorno para o sofá.

— E tem mais uma coisa... — Sebastian  olha-me relutante. — Que é um pouco pior.

Eu viro a garrafa e bebo quase até metade.

— Fala. — Demando com minha voz firme para que não perceba o quanto estou a tremer.

— Ele não te vai matar.

Encaro-o. A minha testa a formar sinais de confusão.

— Ele não vai? Mas... — Paro e fico em silêncio. — O que ele vai fazer comigo Sebastian?

O seu olhar se move para o chão e de seguida para o copo já vazio. Sebastian suspira e passa a mão pelos cabelos.

— Por mais que Lucian seja um homem extremamente rico, ele não gosta de deitar dinheiro fora. — Pausa.

— O que isso significa? — Pergunto impaciente pela resposta.

Tem de ser grave. Muito grave.
Sebastian está exitando demais para responder.

— Sabes com o que ele trabalha?

— Com venda de drogas, lavagem de dinheiro... Coisas normais do vosso trabalho, não? — Franzo a testa em confusão.

— Sim, ele faz isso, mas também faz um outro tipo de trabalho. Tráfico humano. — Pega a garrafa das minhas mãos e bebe um gole.

A minha boca fica seca e meu coração começa a bater mais forte. Sinto a pulsação no meu pescoço e pulsos e a minha mente a ficar em branco.

— Mas o que é que isso tem a ver comigo? — Molho os lábios.

— Lucian encontrou um comprador. Trevor McDuty quer te comprar. — Estala sem nem olhar para mim.

Os meus ouvidos parecem estar tapados e tudo o que consigo ouvir é um zumbido abafado. Não sinto o ar a entrar nos meus pulmões e, de repente, a sala ficou mais fria e repleta de uma luz demasiado forte.
A minha concentração é tomada quando sinto umas mãos quentes encostarem-se' a mim. Olho para Sebastian e para as suas sobrancelhas franzidas em preocupação.
E, num piscar de olhos, eu retorno.
Levanto-me em um ápice de adrenalina e começo a mover-me de um lado para o outro.

— O que nós vamos fazer? O que eu  vou fazer? — Olho para Sebastian enquanto ele se mantem sentado no sofá.

Todo o meu corpo treme e não sei se consigo suportar o meu instinto de sobrevivência que grita para eu fugir de tudo e todos e para abandonar tudo o que sei.

— Eu estou com medo, Sebastian. — Falo enquanto lágrimas escorrem pelas minhas bochechas. — Eu não quero....eu não quero...

As minhas pernas enfraquecem e eu desabo no chão. Sebastian corre na minha direção e verifica se estou bem.

Se estou bem, não...se estou magoada.

Ele ajoelha-se na minha frente e seus braços envolvem-me. Eu choro e me desabo contra ele. Crio uma mancha no seu fato azul marinho.

— Vai ficar tudo bem... — Sussurra enquanto afaga as minhas costas. — Vai ficar tudo bem.

Ele coloca-me no seu colo e sinto que estou a ser levada para o quarto. Afago-me no seu peito e deixo os meus olhos fechados e as lágrimas a escorrem pelas minhas bochechas.

Ele puxa os cobertores para trás e deita-me na cama. Tapa-me e afaga a minha cabeça.
Com um suspiro, Sebastian toca na campainha ao lado da minha cama, enquanto me limito a limpar as lágrimas que continuam a escorrer.

Num instante, Jude aparece.

— Faça um chá de ervas e...um cupcake de chocolate. — Demanda e olha para mim com um sorriso. — É o teu preferido, não é?

Levanto o meu lábio na forma de um sorriso subtil, mas os meus olhos se inclinam para Sebastian em desespero.

— Eu vou-te  proteger, Lilith. Eu dou-te a minha palavra.

Fungo.

— Prometes? — Pergunto com voz trêmula.

— Eu prometo. — Sorri.

Jude entra no quarto com uma bandeja, em cima o chá e o cupcake. Sebastian entraga a caneca e ,só quando a seguro, consigo perceber o quanto as minhas mãos ainda tremem.

A caneca quente é um contraste com as minhas mãos frias. Tomo um gole e sinto o meu corpo começar a aquecer quase imperceptívelmente.

— Obrigada. — Sussuro.

Ele sorri e se inclina para dar um beijo no topo da minha cabeça.

— Vais ficar segura aqui. Ninguém vai achar este lugar ou a ti. Nunca...

Ready-Set-Kill | BILL KAULITZOnde histórias criam vida. Descubra agora