Eu abro os olhos.
Demora um tempo para que eles se habituem à claridade e ao ambiente ao meu redor mas quando se ajustam, eles apenas se arregalam. Bill está dormindo ao meu lado, um de seus braços está atrás da cabeça e outro descansando em seu peito, seu cabelo negro bagunçado.
Sua cara está tranquila e sua respiração calma e regulada.–— Você acordou. — Ele fala ainda de olhos fechados.
Eu desvio o meu olhar, não sabendo se ele sabe que eu o estava a encarar, e tento escolher as minhas palavras. Não estou habitada a tanta proximidade por tanto tempo quanto agora.
— Sim. Dormi bem e você? — Eu pergunto enquanto o nervosimo começa a me consumir.
— Mhm. — Fala em um suspiro.
Eu olho para ele novamente e sua atenção está em mim.
— Porque você ficou? — Pergunto ao me lembrar das minhas palavras da noite passada.
— Porque não tinha nenhum motivo para ir. — Responde.
— E para ficar?
Seus lábios se tornam uma linha fina e seu olhar muda para a porta branca na nossa frente. Eu me encolho pela sua reação como se tivesse estragado tudo.
Eu sempre estrago tudo quando abro a porra da minha boca.A mão de Bill encontra a minha cabeça e seus dedos percorrem os fios do meu cabelo preto. Ele provavelmente percebeu a minha própria reação e está tentando me acalmar. Delicio-me com a sensação do seu toque e fecho uns olhos por um momento.
— Você está sendo mais legal. — Falo, meus olhos ainda fechados.
— Eu sou legal.
Eu solto uma risada de leve e ele acompanha.
— Estou falando sério. — Digo suavemente.
— Eu também. — Bill para os movimentos.
Eu viro-me de lado para o encarar e ele faz o mesmo.
— Já passou do tempo de você agir como um babaca de novo. — Sorrio.
Eu sinto um aperto no peito por mais que minha cara não mostre as minhas verdadeiras emoções.
— Acho que posso aguentar mais um pouco. — Ri.
Eu sorrio suavemente. Sento-me na cama deixando o cobertor preto descer sobre o meu corpo, deixando os meus peitos expostos. Reparo em Bill e em seus olhos colados em mim.
— Perdeu algo? — Zombo.
— Não, mas poderia perder minhas horas com a boca aí. — Sorri enquanto coloca ambos os braços atrás da cabeça.
— Você é um idiota. — Dou um tapa nele enquanto minhas bochechas coram.
E o silêncio cai novamente.
— Bill? — Chamo enquanto mexo na pele ao redor da unha.
— Hum?
— Lembra daquela festa?.Aquele rolê todo com o Mark?
— Sim... — Sua mandíbula aperta.
— Porque você me deixou sozinha? Você prometeu tomar conta de mim. — Eu enrolo uma mecha de cabelo no meu dedo.
Eu tento distrair-me com qualquer coisa para não o ter de encarar. Mas sinto o seu olhar em mim.
— Eu estava no jardim.
Suspiro. O único lugar que eu decidi que não valia a pena procurar.
— Pensei ter visto Sebastian e imediatamente corri na direção dele mas não era ele. — Suspira. — Mas não deixei de olhar para você.
— Por um momento sim, deixou. — Falo saindo um pouco de veneno em minha voz.
— Foi só por um breve momento e depois voltei a minha atenção para você.
— Certo...se você o diz. — Abano os ombros.
Bill suspira pesadamente enquanto desvia a sua atenção de mim novamente.
— No seu aniversário... — Sussurro.
— Hm...se for por causa da Thalia—
— Não...quer dizer, você queria ficar com ela?
— Talvez...
Eu inspiro fundo tentando controlar a dor em meu peito, como se vários cortes tivessem aparecido de uma vez só em meu coração. Ele está sendo sincero, isso é bom, mas não deixa de doer.
— E você não queria que eu passasse tempo com vocês. — Falo tremidamente.
— Não é isso...Lilith—
— Tudo bem. Não tem importância. — Interrompo.
— Tem como você me escutar, porra? — Fala, seu tom de voz mais elevado.
Eu dou um pequeno salto pela mudança repentina de seu tom.
— Eu não queria você lá para não estragar o seu tempo com os seus amigos. Queria que você passasse mais tempo com eles porque você não teve tempo recentemente para isso. — Explica.
Eu mantenho-me calada. Parecia que ele realmente desejava que eu estivesse em outro lugar que não ao lado dele. O revirar dos olhos, suas palavras e sua postura não mostravam nada a não ser aborrecimento naquela noite.
— Lilith... — Bill suspira trazendo-me de volta.
Eu olho para ele incapaz de reagir, meus monstros consumindo o meu interior e corroendo cada parte de mim. Eu nunca fui insegura em relação a nada.
Porque estou sendo agora?— Você acha que, se eu gostasse de Thalia e não quisesse você ao meu lado, eu estaria aqui neste momento? — Ele fala enquanto sua mão segura a minha.
Minha respiração trava por um momento enquanto eu tento processar o que ele acabou de falar. Bill quer estar ao meu lado?
— Mas você odeia-me. Ou não gosta de mim... Sempre deixou isso claro. Eu não posso acreditar no que você fala quando o que você mostra é totalmente.
Um batida na porta soa interrompendo o nosso momento.
— Lilith? Está acordada...? OH. OH MEU DEUS... DESCULPEM. — Tom entra e logo sai, como um vulto, fechando a porta em um estrondo.
Eu coloco a mão na cara não sabendo se devo rir ou chorar. Toda a conversa com Bill parece que não serviu para fazer muitas melhorias mas não posso dizer que não serviu para esclarecer algumas partes em aberto. Mas Tom entrando no pior momento e saindo tão rápido e desastrosamente foi muito bom, como se cortasse o clima ácido e o tornasse mais doce.
Hm... Tom acabou de ver meus peitos?
— Uhm... Você devia se preparar. Eu vou fazer o mesmo. — Bill fala enquanto se levanta da cama atordoado pela situação.
Eu permaneço na minha posição tentando decifrar tudo o que aconteceu.
Bill se dirige à porta branca e quando está prestes a coloca a mão maçaneta, ele para e se vira de novo para mim. Bill caminha na minha direção e se inclina. Segura na minha bochecha e deposita um beijo no topo da minha cabeça.Sem falar uma única palavra, ele sai e desaparece da minha visão.
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Ready-Set-Kill | BILL KAULITZ
DragosteLilith,uma garota de 19 anos usada com moeda de troca por seu pai,Alistor, numa forma de obter poder e dinheiro. O homem para o qual foi vendida é conhecido como Lucian Kaulitz, o mais temido do mundo da máfia. Veja a vida de Lilith virar de cabeça...