Capítulo 36

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Eu abro os olhos

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Eu abro os olhos.

Demora um tempo para que eles se habituem à claridade e ao ambiente ao meu redor mas quando se ajustam, eles apenas se arregalam. Bill está dormindo ao meu lado, um de seus braços está atrás da cabeça e outro descansando em seu peito, seu cabelo negro bagunçado.
Sua cara está tranquila e sua respiração calma e regulada.

–— Você acordou. — Ele fala ainda de olhos fechados.

Eu desvio o meu olhar, não sabendo se ele sabe que eu o estava a encarar, e tento escolher as minhas palavras. Não estou habitada a tanta proximidade por tanto tempo quanto agora.

— Sim. Dormi bem e você? — Eu pergunto enquanto o nervosimo começa a me consumir.

— Mhm. — Fala em um suspiro.

Eu olho para ele novamente e sua atenção está em mim.

— Porque você ficou? — Pergunto ao me lembrar das minhas palavras da noite passada.

— Porque não tinha nenhum motivo para ir. — Responde.

— E para ficar?

Seus lábios se tornam uma linha fina e seu olhar muda para a porta branca na nossa frente. Eu me encolho pela sua reação como se tivesse estragado tudo.
Eu sempre estrago tudo quando abro a porra da minha boca.

A mão de Bill encontra a minha cabeça e seus dedos percorrem os fios do meu cabelo preto. Ele provavelmente percebeu a minha própria reação e está tentando me acalmar. Delicio-me com a sensação do seu toque e fecho uns olhos por um momento.

— Você está sendo mais legal. — Falo, meus olhos ainda fechados.

— Eu sou legal.

Eu solto uma risada de leve e ele acompanha.

— Estou falando sério. — Digo suavemente.

— Eu também. — Bill para os movimentos.

Eu viro-me de lado para o encarar e ele faz o mesmo.

— Já passou do tempo de você agir como um babaca de novo. — Sorrio.

Eu sinto um aperto no peito por mais que minha cara não mostre as minhas verdadeiras emoções.

— Acho que posso aguentar mais um pouco. — Ri.

Eu sorrio suavemente. Sento-me na cama deixando o cobertor preto descer sobre o meu corpo, deixando os meus peitos expostos. Reparo em Bill e em seus olhos colados em mim.

— Perdeu algo? — Zombo.

— Não, mas poderia perder minhas horas com a boca aí. — Sorri enquanto coloca ambos os braços atrás da cabeça.

— Você é um idiota. — Dou um tapa nele enquanto minhas bochechas coram.

E o silêncio cai novamente.

— Bill? — Chamo enquanto mexo na pele ao redor da unha.

— Hum?

— Lembra daquela festa?.Aquele rolê todo com o Mark?

— Sim... — Sua mandíbula aperta.

— Porque você me deixou sozinha? Você prometeu tomar conta de mim. — Eu enrolo uma mecha de cabelo no meu dedo.

Eu tento distrair-me com qualquer coisa para não o ter de encarar. Mas sinto o seu olhar em mim.

— Eu estava no jardim.

Suspiro. O único lugar que eu decidi que não valia a pena procurar.

— Pensei ter visto Sebastian e imediatamente corri na direção dele mas não era ele. — Suspira. — Mas não deixei de olhar para você.

— Por um momento sim, deixou. — Falo saindo um pouco de veneno em minha voz.

— Foi só por um breve momento e depois voltei a minha atenção para você.

— Certo...se você o diz. — Abano os ombros.

Bill suspira pesadamente enquanto desvia a sua atenção de mim novamente.

— No seu aniversário... — Sussurro.

— Hm...se for por causa da Thalia—

— Não...quer dizer, você queria ficar com ela?

— Talvez...

Eu inspiro fundo tentando controlar a dor em meu peito, como se vários cortes tivessem aparecido de uma vez só em meu coração. Ele está sendo sincero, isso é bom, mas não deixa de doer.

— E você não queria que eu passasse tempo com vocês. — Falo tremidamente.

— Não é isso...Lilith—

— Tudo bem. Não tem importância. — Interrompo.

— Tem como você me escutar, porra? — Fala, seu tom de voz mais elevado.

Eu dou um pequeno salto pela mudança repentina de seu tom.

— Eu não queria você lá para não estragar o seu tempo com os seus amigos. Queria que você passasse mais tempo com eles porque você não teve tempo recentemente para isso. — Explica.

Eu mantenho-me calada. Parecia que ele realmente desejava que eu estivesse em outro lugar que não ao lado dele. O revirar dos olhos, suas palavras e sua postura não mostravam nada a não ser aborrecimento naquela noite.

— Lilith... — Bill suspira trazendo-me de volta.

Eu olho para ele incapaz de reagir, meus monstros consumindo o meu interior e corroendo cada parte de mim. Eu nunca fui insegura em relação a nada.
Porque estou sendo agora?

— Você acha que, se eu gostasse de Thalia e não quisesse você ao meu lado, eu estaria aqui neste momento? — Ele fala enquanto sua mão segura a minha.

Minha respiração trava por um momento enquanto eu tento processar o que ele acabou de falar. Bill quer estar ao meu lado?

— Mas você odeia-me. Ou não gosta de mim... Sempre deixou isso claro. Eu não posso acreditar no que você fala quando o que você mostra é totalmente.

Um batida na porta soa interrompendo o nosso momento.

— Lilith? Está acordada...? OH. OH MEU DEUS... DESCULPEM. — Tom entra e logo sai, como um vulto, fechando a porta em um estrondo.

Eu coloco a mão na cara não sabendo se devo rir ou chorar. Toda a conversa com Bill parece que não serviu para fazer muitas melhorias mas não posso dizer que não serviu para esclarecer algumas partes em aberto. Mas Tom entrando no pior momento e saindo tão rápido e desastrosamente foi muito bom, como se cortasse o clima ácido e o tornasse mais doce.

Hm... Tom acabou de ver meus peitos?

— Uhm... Você devia se preparar. Eu vou fazer o mesmo. — Bill fala enquanto se levanta da cama atordoado pela situação.

Eu permaneço na minha posição tentando decifrar tudo o que aconteceu.
Bill se dirige à porta branca e quando está prestes a coloca a mão maçaneta, ele para e se vira de novo para mim. Bill caminha na minha direção e se inclina. Segura na minha bochecha e deposita um beijo no topo da minha cabeça.

Sem falar uma única palavra, ele sai e desaparece da minha visão.

Ready-Set-Kill | BILL KAULITZOnde histórias criam vida. Descubra agora