Tramóia

233 16 32
                                    

— Que foi Gipe? Estais muito quieto hômi.

— N-nada. — O potiguar lhe encarava desconfiado, fazendo pressão para que falasse. — É o que o Sul fez hoje mais cedo.... Tá tudo bem mesmo?

— O negócio do flerte?

— Sim....

O maior se aproximou, abaixando o tom de voz.

— Não quer fazer? — O envolveu num abraço frouxo. — Podemos cancelar isso.

Sergipe desviou o olhar.

— N-não tem problema.

— Tens certeza? Porque eu vou fazer esse tipo de coisa com o Paraná também....

— Eu sei.... — O moreno o analisava intensamente. Fazendo o namorado corar ainda mais confessando seus pensamentos com a voz cada vez mais baixa. — E-eu acho que vai ser divertido isso....

Norte sorriu maroto, dando um beijo na bochecha dele.

— Eu também acho. — Olhou sério para ele. — Mas se tu quiseres parar a qualquer momento fale imediatamente visse. Antes que passemos do limite. Eu sei que eu e o Sul podemos ser bem competitivos as vezes, mas dessa vez eu não estou sozinho. — Apertou o abraço carinhoso. — Por você eu não me importo de perder pra ele.

Deu um selinho demorado no loiro, que se derretia em seus braços, tocado. O maior separou as bocas e imediatamente apoiou a mão nos fios claros, o puxando contra seu peito. Agora sim que Sergipe derreteu mesmo. Amava aquilo e o moreno sabia. Ficaram daquele jeito por um longo tempo, sentindo calor confortável um do outro carinhosamente. Depois do silêncio prolongado o maior propõe tranquilo.

— Vamos jantar? — O sergipano afastou o rosto de seu peito, o encarando nos olhos. — Amanhã tu tens que ir cedo pro escritório não é?

O loirinho voltou a afundar o rosto no namorado, acenando positivo com a cabeça.

— Sim. Eu e o Sul vamos falar com o Brasil pra ver se ele pode me ajudar.

Norte desfez delicadamente o abraço em que estavam, puxando o outro para a cozinha. Ambos estavam cansados de terem trabalhado hora extra e realmente tudo que precisavam era comer e dormir.

— Então vamos logo comer alguma coisa, tomar banho e ir dormir.

O menor concordou, já com cara de sono.


_____ _____


— Preparado guri?

Sul perguntou para um Sergipe nervoso. Estavam na frente da sala de Brasília, prestes a pedir uma reunião com Brasil. O gaúcho havia conferido repetidamente seu celular esperando alguma mensagem do Argentina com qualquer tipo de informação sobre o combinado que fizeram. Nada. Até o barbudo estava nervoso a essa altura, mas tentou esconder ao máximo, já bastava o surfista estar travado ao seu lado. Bateu na porta.

— Pode entrar. — A resposta de Brasília veio automática. Os dois abriram a porta. — Ah. Sul e Sergipe. — Sorriu. — Chegaram cedo. O Brasil ainda não chegou. — Olhou significativa pro maior. — Deve ter dormido demais.... — RS devolveu o sorriso, seu plano deve ter dado certo. — Podem entrar na sala e esperar ele deve estar chegando.

— Sim. Obrigado guria.

Avançou, puxando o menor pelo pulso. Ele estava nervoso demais. Entraram na sala vazia do brasileiro, deixando a porta aberta para trás. O gaúcho se colocou na frente de Sergipe e lhe tocou os braços, fazendo com que olhasse para si. Ele tinha o rosto travado num sorriso rígido.

RepetecoOnde histórias criam vida. Descubra agora