Vai qui injoaro

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— Dai só nós, néh Paixão?

Paraná suspira e se levanta do seu lugar, se aproximando do gaúcho com um sorriso terno.

— Como sempre foi, Paixão.

O loiro se levanta também, estendendo o braço num convite de contato, prontamente aceito pelo menor. Se abraçaram com carinho.

— Tu quer almoçar onde hoje?

— Que tal aquele restaurante que tu gosta? Aquele com a parede de tijolinho.

— É um pouco longe, mas acho que pode ser.

O menor se acomodou em baixo do braço do namorado, o abraçando na cintura. Ambos andaram juntos para a porta e pelos corredores em direção ao elevador, confortavelmente abraçados. Sul riu divertido.

— Que foi?

— Bah piá, lembrei de como a gente jamais faria isso em público há uns anos atrás.

Paraná também riu, realmente eles não fariam isso tão abertamente no início do namoro porque precisavam "manter as aparências". Entraram no elevador rindo. Ainda estavam sorrindo divertidos quando saíram no térreo, se mantiveram abraçados.

— Uai, qui bom humor todo é esse?

Matinha estava na porta de entrada, encostada numa das laterais, parecia esperar alguém. O casal se aproximou da amiga.

— A gente tava lembrando de umas coisas aí.

O moreno respondeu divertido.

— Í eu posso sabê ou é outro segredo indeiscente docêis?

É claro que ela insinuaria a situação conjugal que os sulistas estavam. Sul torceu a cara.

— Nem tudo é segredo guria. — A morena sorria divertida. — A gente tava lembrando de quando começamos a namorar. — Apertou o namorado contra si e lhe deu um selinho na cabeça. — Jamais faríamos isso em público. — Sorria pro menor carinhoso.

— Isso é verdade! Ocês mudaro um tantão.

Antes que o silêncio se instalasse o paranaense pergunta curioso.

— Mas e tu Matinha, tá fazendo o que aqui ainda?

— Esperando o Goiás. Ocês devem sabê qui a Catarina vai almoça com os nordestinos hoje, intão eu vou junto com o Goiás. — Deu de ombros. — Faiz tempo qui nois num almoça junto e eu num tô a fim di sigurá vela pro Matin e o Minas. — Encarou os outros dois por um momento, pensativa. — Ondi ocês vão hoje? Eu e o GO podi í junto? — Sorriu de lado, maliciosa. — Ou vamos atrapalhá?

O gaúcho não conseguiu evitar de revirar os olhos.

— Podem vir junto guria. — Olhou com desdém para a mulher. — Não vai atrapalhar nada não.

A morena sorriu divertida.

— Uai, í eu vô sabe? Vai qui injoaro do Sergipe e do Norte. — Jogou a indireta direta.

Paraná entrou na malícia.

— Pode apostar que não enjoamos deles dai. — Olhou pro namorado com um sorrisinho de canto. — Ainda temos muito o que explorar néh paixão? — Voltou a olhar para a morena, ainda incomodando o maior. — O Sergipe é muito fofinho pra gente já ter acabado com ele. E o Norte ainda não foi....

Sul tapou a boca do menor.

— Veja bem o que tu vai falar Paraná. — Sentiu o menor sorrir contra sua palma. Soube imediatamente que fez a coisa certa de o impedir.

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