Quando sai o casório?

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— Senta aqui Cat.

Sergipe estava sendo um perfeito cavalheiro ao puxar a cadeira para a loira. Espertamente a posicionou ao lado de Paraíba. A sulista aceitou delicadamente o gesto, e pensar que aquele comportamento era cada vez mais escasso na sociedade.

Partilhavam a mesa Maranhão, Sergipe, Catarina, Paraíba, Pernambuco e Bahia.

— Cat? — PB comentou. — Gostei do apelido. Posso usar também?

A pergunta direta fez a loira corar um pouco.

— C-claro. — Sorriu. — Como quiser.

— Gostei também visse! — Pernambuco provocou, não sentia a necessidade real do apelido de alguém com quem quase não falava, mas precisava incomodar a amiga ruiva. — Posso usar? — Perguntava olhando para Paraíba, não para SC.

— Claro que não intrometido, desde quando tu tens essa intimidade com ela?

— E tu tens?

Sorria largo com a pergunta-pegadinha. Fez a mulher corar, ela estava quase explodindo quando Catarina falou rapidamente sem pensar.

— T-tem sim.

A mesa inteira parou um momento, todos abrindo um sorrisinho devagar. Paraíba estava completamente corada e em silêncio, embasbacada pela coragem da revelação da loira.

— Ai sim ehim Catarina! — Sergipe foi o primeiro a quebrar o silêncio, feliz pela amiga, lhe deu tapinhas no ombro.

— Quando sai o casório? — Pernambuco não deixava de provocar.

— Tem que pedir logo ela em namoro visse Paraíba. — Bahia complementou divertida.

— Ihiii que a coisa tá ficando boa! — Maranhão também se manifestou.

Por sorte foram interrompidos pelo garçom que trazia as bebidas pedidas. As mulheres logo fizeram questão de dispersar a atenção que tinham sobre si.

— Mas fale aí um pouco Gipe! — Pernambuco puxou assunto. — Animado pras férias?

— Com certeza! — O loirinho respondeu radiante. — Vamos todos pra fazenda do Sul. Vai ser divertido.

Sabendo do que sabiam era fascinante para MA e SC ver toda aquela animação inocente que o surfista emanava quando falava sobre as férias conjuntas com aqueles irmãos depravados e o outro pervertido.

— Vai só tu, o Norte, o Sul e o Paraná é? — PE continuou, queria sondar como estava a percepção do sergipano em relação ao seu namorado e o cunhado.

— Isso. — Respondeu simples e sorrindo largo. — O Sul vai me ensinar a montar.

— Ai meu minino, de novo essas conversas perigosas. — Bahia participou do diálogo.

— Não precisa preocupar Bahia, o Sul é muito responsável com essas coisas. — Catarina adicionou sua opinião. — E os cavalos dele são absolutamente mansos e bem domados, pode confiar. — Sorria simpática. — Até criança monta neles.

— Mesmo assim né minina, são animais.

— Ué mulher! Você não consegue acolchoar a vida não. Tudo tem seus riscos.

A nordestina suspirou.

— Tens razão galega, mas eu não deixo de me preocupar com ele.

— Eu vou me cuidar visse mainha. — Sergipe complementou encerrando o assunto. — E o Norte vai tá lá também.

— Oxente, e o Norte sabe montar? — Pernambuco exclamou.

— Com certeza não. — Maranhão falou divertido.

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