O dia já raiou

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— Acorda piá! O dia já raiou e temos muitas coisas pra fazer. — Sul puxava o cobertor de cima do namorado, estava elétrico querendo fazer tudo o que precisava.

Paraná firmou a coberta resistindo ao puxão do outro.

— Mais cinco minutinhos. — Murmurou sonolento.

— Negativo, está tarde já. — Sul forçou e conseguiu arrancar o cobertor dele. O menor se encolheu reagindo à luz e ao frio. — Tu sabe que se eu não fizer isso tu vai dormir até meio dia. — Se aproximou e lhe beijou o rosto. — Tenho o chimarrão pronto se tu quiser uma dose de cafeína, eu vou lá pra fora mexer nos pingo. Tu arruma teu café de manhã.

Finalmente o barbudo foi embora. Paraná sentou na cama derrotado, nem querendo não conseguiria mais dormir depois que aquele furacão elétrico passou por cima de si. Bocejou e se espreguiçou para em seguida alcançar o celular e ver o horário.

— Puta que pariu! Nem é tão tarde assim caralho!

Praguejou sozinho, grunhindo ao levantar. Mas conhecendo o loiro sabia que ele deveria estar acordado desde as 4h da manhã de nervoso. Foi para o banheiro e ajeitou o cabelo enquanto encarava seu reflexo letárgico, nada que uma boa dose de café não resolvesse, pois tinha tido uma boa noite de sono ao lado do maior.


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— Aqui Mara, as chaves. — O potiguar estendeu seu chaveiro para o amigo. — Cuida bem da minhas plantas visse homi.

— Pode deixar, vou regar todos os dias depois do trabalho visse. — Trocaram um toque de mãos forte e sonoro. — Tem problema se eu trouxer a Roraima um dia aqui?

— Pode trazer, ela é comportada. — Norte sorria divertido. — Mas se forem transar façam isso no quarto de hóspedes visse. — O único a ficar constrangido foi Sergipe.

— Tranquilaço mermão. A casa é sua, faço como você quiser.

— E não fuma dentro da casa.

— Pode deixar. — O maranhense falou arrastado. Enfim se virou para o melhor amigo. — Boas férias Gipe. — Trocaram um abraço. — Aproveita bem cabra. — Apoiou a mão em seu ombro. — Transa bastante e de tudo que é jeito. — Sorria largamente se divertindo com o embaraço dele. — Binga o Kama-Sutra entendesse.

Sergipe corava até a alma, mas não conseguia esconder o sorrisinho que tinha nos lábios. Num rompante de coragem responde.

— Pode deixar que eu vou fazer isso.

Aquilo surpreendeu os outros dois, mas logo superaram, Sergipe de fato estava mudando um pouco e não era algo ruim. Mantiveram a normalidade, se falassem alguma coisa notificando isso era capaz do surfista se retrair todo de novo.

— Assim que fala irmão. — MA deu tapinhas amigáveis no loirinho. Voltou a falar com os dois namorados. — Não esqueçam de mandar fotos. — Recebeu olhares tortos. — Das férias, idiotas. Vocês vão fazer outras coisas além de sexo né não? — Viu o casal suspirar não tão discretamente. — Bestas. — Sorria de canto.

— Mando sim visse. — Norte respondeu tendo em vista que o namorado praticamente derretia no lugar de tanta vergonha. Pegou em sua mão o puxando em direção ao carro. — Vamos Gipe? — Recebeu um assentir de cabeça. — Tchau Mara! Até mais cabra. — Acenou com a mão para o que ficava.

— Tchau! Aproveitem! Boas férias!

Entraram no carro.

— Não esqueceu de nada né Gipe? — O potiguar fez a típica pergunta de início de viagem.

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