Pudim

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O grupo de nordestinos mais a sulista se instalaram numa mesa que precisou ser juntada com outra para caber todo mundo. Acabaram separando naturalmente entre homens e mulheres.

Maranhão e Alagoas ficaram nas pontas, enquanto Sergipe e Norte sentaram lado a lado assim como Pernambuco e Bahia, deixando Catarina e Paraíba de frente uma para a outra. As duas se encaravam com parcimônia, encabuladas e Alagoas assistia à tudo de perto, tentando educadamente se camuflar no cenário para não atrapalhar.

Já na ponta dos garotos estava uma zoeira e falação com risadas altas. Realmente estavam com saudades de reunir e conversar com o potiguar e o surfista. Bahia estava no meio da mesa, de frente com Sergipe, e olhava com carinho seu "minino di oro" rir e conversar com os outros. Nem ela mesma sabia explicar de onde vinha toda essa afeição para com ele. De forma alguma reclamava, só... não sabia explicar esse carinho maternal.

— (...) visse Bahia?

— O-o que? — A mulher despertou do seu devaneio. — Desculpa Gipe, eu tava noutra dimensão agora. Pode repetir?

— Iiiii se tá assim agora imagina quando ficar velha? — Pernambuco não deixou passar a oportunidade de incomodar a companheira. Colocou o braço no encosto da cadeira da baiana, se acomodando confortavelmente ali. — Tava pensando o que minha nega?

— Oxente pare de me chamar de velha! Como se o tempo passasse só pra mim! — Ela deu um peteleco entre as sobrancelhas de PE que reclamou de dor e esfregou o local. Voltou a encarar Sergipe. — Estavas falando o que meu filho?

— A-agora eu esqueci... — O surfista sorria atrapalhado. — Era só um comentário besta visse.

— Bom, já que viramos a página quem quer ir comigo conferir as sobremesas?

Norte convidou animadamente, já levantando do lugar.

— Eu vou ficar na mesa mesmo. Preciso diminuir o tanto de doce que eu ando comendo... — Bahia sorriu um pouco desanimada.

Pernambuco logo a abraçou pelos ombros e lhe beijou a bochecha.

— Eu vou acompanhar minha rainha hoje. O nosso amor é todo o doce que eu preciso. — Deu um selinho na morena, que sem querer perdeu um pouco a pose, se derretendo com o flerte inesperado.

— Eu vou!

Maranhão interrompeu levantando a mão, sendo acompanhado de Alagoas.

— Eu também. Esperem por mim.

Catarina e Paraíba perceberam a movimentação por causa de AL.

— Eu vou depois que vocês voltarem guris.

— Eu também. Podem ir na frente. Mas deixa um pouco pra gente visse! Se não eu faço vocês buscarem mais na cozinha!

— Como se fossem deixar.... — Maranhão murmurou por baixo da respiração.

— É o que cabra?!

— Nada não!

Antes de se afastar RN se dirigiu ao namorado.

— Quer que eu pegue pra você Gipe?

— Seria bom Poti. — O loirinho esticou o pescoço tentando enxergar o que tinha no buffet de sobremesas. — Pode ser um pedaço do pudim por favor.

O potiguar sorriu de canto e deu um selinho na cabeça dele.

— Okay.

O grupinho se afastou. Assim que saíram Bahia comentou divertida para Sergipe.

— Ele te trata bem né meu filho? É sempre assim ou só na minha frente? — Brincou bem humorada.

O surfista corou um pouco, respondendo avidamente.

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