Então vem cá

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— Como foi o almoço Catarina?

Rio Grande do Sul perguntou assim que chegaram na sala, exibia um sorriso maroto no rosto. Viu a amiga corar lentamente enquanto desviava o olhar.

— Foi legal.... Os guris fizeram a festa lá. O pessoal estava com saudades do Sergipe e do Norte.

— Tu sabe que eu não tô perguntando disso guria. Como foi conversar com a Paraíba?

A loira demorou a responder e Sergipe o fez em seu lugar.

— Elas estavam bem entretidas entre si visse. Nunca vi Paraíba conversar tão quieta com uma pessoa só.

— É mesmo piá? Geralmente ela faz o quê?

A pergunta foi do gaúcho mas o interesse na resposta era de Catarina.

— Ah, ela geralmente senta no meio de quem mais bagunça. Se fosse hoje seria do lado de Pernambuco. Alagoas é que ficou de vela pra elas tadinha.

SC estava um pimentão e começara a se irritar com o interrogatório do barbudo.

— E tu Sul? Como foi o teu almoço? — Cruzou os braços.

O maior sorria largo, quase rindo alto, relembrando o ocorrido.

— O Goiás quase me acertou um soco hoje.

— É o que cabra? — Sergipe exclamou preocupado e surpreso. Estendeu a mão automaticamente como que para conferir com o toque se o outro tinha se machucado ou não. — O que que aconteceu? — Afinal o cantor não era daquele tipo de perfil de comportamento.

O gaúcho colocou a mão na nuca, parecia se sentir um pouco culpado.

— Eu flertei com a Matinha e ele se perdeu na brincadeira.

— Foi mais uma daquelas suas brincadeiras idiotas? — A mulher deduziu certeiramente. Só recebeu um sorrisinho amarelo como resposta. — Pelo visto não foi hoje mas tu ainda vai apanhar de verdade por causa disso. — Descruzou os braços frustrada. — Ainda mais mexendo com Matinha! Esqueceu de quem ela é irmã?

— Ai guria relaxa. Eu sei me cuidar. E outra, eu tava mexendo mesmo era com o Goiás. Gado do jeito que é eu queria ver se ele tinha espinhaço dentro daquele corpo. — Sorriu de canto, passando o dedão inconscientemente na boca. — Até que ele tem alguma coisa.

Sergipe sentia o corpo frio, estava desconfortável. Engoliu em seco e se aproximou da própria cadeira, puxando o móvel, tentando disfarçar.

— Vamos começar a parte da tarde?

_____ _____

— É estranho tu ter me chamado aqui na copa Paraná....

Norte entrou no ambiente, sendo seguido pelo cunhado, que fechou a porta atrás de si.

— É quase fim do expediente, ninguém vem aqui nesse horário. — Trancou a porta e se aproximou do nordestino o abraçando pelas costas. — Além do mais Catarina ainda estava lá e o Sul e o Sergipe estavam tão concentrados que eu não quis tirar a atenção deles com o que a gente vai fazer agora....

O maior sorriu de canto, realmente estavam se viciando nos beijos diários um do outro. Pegou os braços do menor, desfazendo o aperto e se virou de frente para ele depositando suas mãos no próprio pescoço.

— Então vem cá Paranazinho.

O sulista se esticou o quanto podia, ficando na ponta dos pés ao mesmo tempo que se puxava para cima. Norte se curvou para frente e encerrou o espaço que ainda os separava. Tocaram os lábios com precisão, haviam praticado bastante nos últimos dias. O potiguar alcançou a bunda do paranaense e o aproximou ainda mais de si sentindo o corpo esguio e quente contra o seu.

Continuaram se beijando com vontade. O menor exalava uma malícia que era quase que completamente ausente em seu namorado. Até seus toques mais simples sentia diferente na pele. Quente. Mas um quente febril, luxurioso.

Agarrou ainda mais o cunhado e o colocou sentado em cima do balcão, dessa forma alcançaria mais fácil seu pescoço. Separou as bocas e avançou avidamente para a pele sensível logo abaixo da mandíbula. Lambeu e beijou cuidadosamente, estava morrendo de vontade de o marcar com um chupão, mas seria problemático se fizesse. Suspirou ali mesmo e continuou trilhando um pouco mais para baixo, estava começando a arrancar alguns gemidos contidos dele. Mordeu fraquinho a pele pálida finalmente o fazendo gemer seu nome, infelizmente ainda precisavam manter ao máximo o silêncio.

Voltaram a se beijar, enroscando as línguas com gosto, abafando os sons que insistiam em sair de suas gargantas. Norte avançou suas mãos para o tronco do menor imediatamente alcançando seus mamilos. Estavam rijos aparecendo na camisa. Brincou ali com os polegares fazendo o menor ficar cada vez mais desestabilizado. Sua respiração definitivamente pesou, seus gemidos ficaram mais altos contra sua boca e seu corpo ficou absolutamente inquieto.

De repente Paraná agarra seus pulsos com força o afastando de si. Se encararam em silêncio por um momento tentando normalizar a respiração.

— Mais que isso... não vai ser bom... — O sulista respirava forte encarando o maior com desejo.

— Então não fala isso enquanto me olha desse jeito... Paranazinho.

Norte apoiou a testa na dele olhando para baixo. Era claríssimo os volumes se formando nas respectivas calças. Realmente precisavam parar por ali. Se afastou relutante. Tentava se convencer que faltava pouco tempo para as férias, onde poderia o foder até ficarem satisfeitos.

— Só uma semana pras férias.... — Paraná comentou como se tivesse lido seus pensamentos.

O maior se jogou sentado numa das cadeiras rindo. Manteria sua distância até acalmarem completamente a respiração.

— Uma semana.... — Ecoou o pensamento. Encarava descaradamente o menor. — Tu estás cada vez mais gostoso visse Paranazinho.

Ao ouvir isso o sulista se aprumou e fez uma pose sexy com as pernas escancaradas para o outro. Exibia com prazer seu volume para o culpado daquilo.

— Uhm. É mesmo?

Cruzou as pernas num movimento amplo, o que o obrigou a apoiar a mão de uma forma diferente. Errou a mira e desequilibrou completamente se agarrando de qualquer forma no balcão. Desistiu de tentar se manter em cima daquela superfície e se deixou escorregar desengonçado para o chão. Enquanto isso Norte ria alto daquela cena.

— O que foi isso hômi? — Se levantou e aproximou do menor para o ajudar a levantar. — Queria me seduzir ainda mais é? — Içou-o e o abraçou apertado contra o peito. — Não precisa visse. — Beijou sua cabeça e murmurou contra os fios escuros. — Eu já vou te comer todinho quando chegar a hora.

Paraná ainda estava embaraçado da queda, mas respondeu petulante.

— Essa fala é minha. Sou eu que vou te comer. — Se afastou do abraço. — Até a última migalha. — Passou a língua nos lábios o encarando com extrema malícia. — Sem desperdício.

Norte sorriu, embaraçado por ser tão desejado daquele jeito. Se abaixou rapidamente e roubou um selinho do menor o desconcentrando.

— Sem desperdício então.

_____ _____

— Acho que é isso por hoje Sergipe. Pode arrumar tuas coisas e ir pra casa.

Sul falava aquilo encarando os últimos papéis do dia diante de si. Não percebeu o desânimo do surfista.

— Então eu vou indo visse. Até amanhã Sul.

— Até guri.

Finalmente olhou para cima, só enxergou o menor se virando e indo embora. Queria ter lhe dado um beijo, mas foi melhor assim. Depois do susto que tiveram com a Bahia os flagrando.... Não queria estragar a relação de Sergipe com ela. Por isso precisava manter suas mãos longe dele por mais uma semana só. Uma semana. Suspirou cansado. Não era uma tarefa fácil.

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