Vai pegar ele hoje?

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Puta que pariu! Porque Paraná tinha que falar aquilo? Agora ficaria pensando em todas as posições que queria comê-lo. Só aquele "abraço" não fora nem de perto o suficiente. Tá certo que era um joguinho intencional que eles estavam fazendo para apimentar as férias, mas estava se tornando cada vez mais complicado se manter centrado com toda essa frustração acumulada. Queria ir até o fim! Precisava de alívio!

Norte suspirou pesadamente pela terceira vez em 10 minutos.

— Que foi Norte? Tu tá suspirando muito aí sozinho cabra. — Pernambuco apareceu diante de sua mesa já se acomodando no móvel.

— Não é nada Buco. Eu tô bem visse.

— Se essa é a tua cara de bem, não quero nem ver quando tu tiveres mal. — Pegou o peso de papel do potiguar e começou a brincar com aquilo nas mãos. — Tá frustrado? — Recebeu um olhar afiado do maior. — Mas eu pensei que tu estavas indo muito bem com Sergipe....

RN esfregou o rosto com as mãos, desistindo de tentar evadir aquela conversa. Contornaria os pormenores com cuidado, vulgo, que estava pegando seu cunhado no lugar do namorado. Espiou o amigo por entre os dedos suspirando novamente.

— Eu estou bem com Sergipe. É só que a gente tá fazendo uma espécie de joguinho.

— Ah é? — PE surpreendentemente se manteve sério. — Tipo quem aguenta por mais tempo sem sexo?

Norte corou e sorriu nervoso ao expor aquilo. Pernambuco não era exatamente a pessoa mais confiável em termos de manter segredos, mas era quem mais lhe entenderia naquele tipo de assunto, sabia que não seria julgado.

— A-algo assim.

Finalmente o mais velho abre um sorriso safado.

— E quem tá ganhando?

— E-ele.... — O potiguar murmurou baixinho, precisava manter a atenção nessa parte para não revelar involuntariamente que não falava de Sergipe.

— Sério? — Olhou para RN. — Deixa pra lá. A tua cara diz tudo. Acho que a inocência do Gipe protege ele desse tipo de coisa....?

— Provavelmente.... — Norte desviou o olhar culpado, não poderia se dedurar.

— Então já era uma batalha perdida desde o inicio meu amigo.

— O que me irrita é que ele falou umas coisas e agora eu não consigo parar de pensar em todas as maneiras que poderia calar a boca dele entendesse.

— Ah se eu entendo! Entendo até demais. Pior ainda quando a gente já tá na vontade tem uns dias.

— Nem me fale! O maldito fica me provocando toda hora!

— Gipinho? — Olhou surpreso pro potiguar. — Quem vê não diz que ele faz esse tipo....

— Só namorando pra perceber. — Disfarçou sorrindo amarelo. A diferença de personalidade dele com o Paraná era um problema naquela conversa.

Um momento de silêncio constrangedor depois Pernambuco continua com um sorriso malicioso debaixo do bigode.

— Vai pegar ele hoje?

— Disseste o que?

— Na copa hômi! Tu falou disso outro dia!

Norte sorriu constrangido. Não conseguia disfarçar que queria, bastou um olhar pro mais velho já saber a resposta, mesmo assim confirmou.

— Acho que sim. Não tô aguentando mais! — Desviou o olhar constrangido. — Vou pegar ele de jeito, que não vai ter como fugir. Vou fazer hora extra hoje.

— Calma garotão, que a gente ainda tem algumas horas de trabalho pra cumprir antes disso! — Depositou o peso de papel no lugar e se levantou para voltar para a própria mesa. — Lembra de trancar a porta e manter tudo limpo no final visse.

Norte estava constrangido, mas sorria safado concordando. Sabia que ele lhe entenderia.

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— Já vai Paraná? — Catarina perguntou curiosa. Ainda faltava bem uma meia hora pelo menos antes do fim do expediente.

— Já! — O moreno sorriu largo. — Vou encontrar com o Norte antes de ir embora dai.

Mentes inocentes ainda acreditariam que era algo relacionado ao trabalho. Sul soltou uma risadinha divertida, sabia muito bem que os dois iam se pegar antes de irem embora. A loira também percebeu e se limitou a virar os olhos.

— Pelo menos acabou o que tinha pra fazer hoje néh?

— Claro guria, não dá pra ir pro happy hour sem antes finalizar o serviço. — Sorria malicioso. — E tu? Vai sair com Paraíba hoje?

A mulher corou constrangida. Desviou o olhar mas respondeu mesmo assim.

— Amanhã.... Matinha me obrigou a convida-la.

— Ai sim Catarina! Boa sorte pra ti guria! — O menor falou já com meio corpo pra fora da porta. — Tchau e até segunda. — Saiu apressado. Voltou 3 segundos depois indo diretamente na mesa do gaúcho. — Quase esqueci de te dar tchau paixão. — Deu um selinho energético no namorado finalizando com uma lambida ousada em seus lábios. — Amanhã apareço na tua casa pra gente arrumar as coisas pras férias.

— Barbaridade guri, não precisa tanta pressa.

Os dois sulistas observavam enquanto o paranaense ia embora. Parecia que tinha acabado de passar uma ventania na sala.

_____ _____

— Ihiiii ah lá o Norte! — Pernambuco chamou Maranhão para conversar, apontava para o potiguar com a cabeça. — Já tá se arrumando pra ir embora o cabra.

— Mas tá é cedo ainda doido. Meia hora pelo menos. Será que ele já acabou o serviço?

— Eu sei pra onde ele vai com tanta pressa. — PE falou com um sorrisinho maroto no rosto. — Tá vendo a cara dele? Aquele sorrisinho ali não me engana visse. — Maranhão somente o encarou curioso. — Ele vai na copa pegar o Gipe.

O maranhense se limitou a corresponder o sorriso, sabia que não era o Sergipe que esperava o maior na copa, era Paraná. Os dois continuaram observando a saída de RN, ele parecia quase saltitar animado, com certeza estava com pressa, mas tentava disfarçar para não chamar a atenção e no final das contas os únicos que perceberam sua ausência foram Maranhão e Pernambuco mesmo.




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Tá esquentando aqui ou sou só eu? hehehe

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