Autocontrole agora?

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— Ué? Não vão almoçar? — Santa Catarina perguntou ao ver o horário e se arrumar para sair.

— Vamos sim visse. Mas vai ser aqui na sala mesmo.

A mulher fez uma cara que delatava a descrença. Quando eles diziam que iam ficar na sala não era só o almoço que era comido....

— Vou precisar estender meu horário hoje também? — Perguntou um pouco irônica. Viu o sergipano virar um tomate.

— N-não. — O nordestino gaguejou sem jeito. — H-hoje não. — Murmurou constrangido, mas não deixou de lançar um olhar para o Sul, confirmando se era aquilo mesmo.

— Preocupa não guria, hoje ninguém aqui vai se pegar. — Sorriu de canto pro surfista.

Ela revirou os olhos e saindo, falou.

— Espero que seja verdade, vou voltar cedo hoje.

— Pode vir Cat. Qualquer coisa a gente se esconde pra tu não ver nada. — Paraná precisou provocar. — Principalmente o Sul e o Norte. — É claro que havia descoberto sobre o dia anterior e a interrupção não intencional dela.

Viu a loira bufar contrariada e encabulada e pisar duro se afastando mais rápido. Sergipe olhava curioso para os dois sulistas, não havia entendido aquela reação da mulher. Sul percebeu e respondeu.

— Ela descobriu que eu e o Norte nos pegamos também piá. Ontem. — Sorriu amarelo. — Ela não gostou de ficar sabendo disso. Por a gente ser irmãos e tudo mais.

— H-ha.... — O loirinho desviou o olhar. — Eu entendo ela. — Sorriu sem jeito. — É estranho mesmo. — Admitiu.

— Tu também piá? — Reclamou divertido, sabia que o menor não tinha preconceitos, obviamente, mas é claro que não deixaria de pegar no seu pé.

— N-não! — Gesticulou embaraçado sem saber como se defender. — N-não tem problema! — Desviou o olhar corando ainda mais. — E-eu gosto d-de ver.... — Confessou baixinho completamente envergonhado.

Aquilo pegou o Sul de surpresa fazendo o maior corar também. Tentou disfarçar com a mão na boca e inconscientemente desviando o olhar.

— É-é mesmo guri?

Paraná percebeu que a conversa estava interessante se levantou e falou bem alto se intrometendo.

— Não se preocupa Gipe! Nas férias tu vai ver um monte disso. — Havia se aproximado do namorado e o abraçava por trás lambendo sua orelha. — Ao vivo e a cores. Neh paixão? — Puxou gentilmente seu queixo para que lhe beijasse. — Pode até participar se quiser.

Olhava afiado o concunhado. Ele estava adoravelmente corado vendo o beijo erótico que o paranaense dava no namorado. Sul se deixou levar, derretendo com os toques indiscretos do moreno. Paraná cortou o contato de uma vez.

— Não podemos nos distrair demais!

— Que foi paixão? Autocontrole agora? — O gaúcho comentou ainda um pouco dopado do beijo dele.

O menor deu dois tapinhas em sua bochecha.

— Sim, porque eu quero que o Gipinho tenha a oportunidade de te ver metendo o pau no Poti. — Falou da forma mais explicita possível encarando o nordestino com malícia e intensidade, fazendo-o imaginar a cena e consequentemente renovar a cor escarlate de seu rosto.

Sergipe não aguentou e cobriu a cara com as mãos encolhido na cadeira. Espiava discreto por entre os dedos os sorrisos marotos dos outros dois. Era bem ciente que eles gostavam de o ver assim e pouco a pouco gostava daquela atenção, não que deixasse de sentir vergonha.

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