Dá pra ver?

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Finalmente o sábado antes dessas férias que nunca chegam!





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— Nada como mar neh não Gipe?

Maranhão e Sergipe estavam sentados na areia, à sombra, depois de surfarem a manhã inteira.

— Com certeza. — Respirou fundo apreciando a maresia. Ficaram em silêncio vendo as ondas e o brilho forte da água.

— Cê ainda tá preocupado né cabra? Com mainha.

Sergipe o encarou tristonho.

— Dá pra ver?

O moreno se limitou a sorrir, ambos sabiam que SE não conseguia esconder as emoções, tudo transparecia em seu rosto.

— Não acho que precisa se preocupar muito visse. Ela só precisa de um tempo pra absorver que você é um tremendo pervertido. — Maranhão brincou e como o esperado o loirinho ficou com as bochechas coradas. — Mas quando ela ver que tu não mudaste vai voltar tudo ao normal. Pode esperar.

— É isso que é difícil.... Esperar. — Voltou a encarar o mar, espremendo os olhos por causa da claridade excessiva. — Podemos mudar de assunto? — Murmurou baixinho.

— Claro. — Maranhão imitava o amigo, também observando o mar. — Quer falar do que?

— Ah sei lá.... — Guardaram silêncio por um momento. — Como tu estás com Roraima?

— Estamos bem. — O moreno sorriu apaixonado. — Outro dia ela me trouxe um bolo de cupuaçu que estava muito bom. Mas ficou toda besta quando foi me entregar, mesmo a gente namorando há tanto tempo. — Sergipe espiava a expressão do amigo sorrindo feliz por ele. — Ela é toda tímida, daí parece que sempre a gente tá no início do namoro entendesse. Ela me deixa louco por causa disso. — Confessou rindo de timidez.

— Como é? — Viu o amigo o encarar sem entender a pergunta. — Namorar há tanto tempo.

MA sorriu largamente.

— É muito bom. Eu descobri várias coisas sobre eu mesmo entendesse. Tem coisas que eu melhorei também por causa dela. E eu gosto de pensar que ela também sente isso.

O loirinho apoiou a bochecha no próprio joelho abraçando as pernas e encarando o amigo. Suspirou profundamente.

— Espero um dia chegar nisso. — Comentou um pouco melancólico.

— Oxi, mas tu já tá fazendo isso cabra! — Maranhão exclamou divertido. — Se não fosse o Norte tu ias estar como? — Gesticulava com as mãos. — Roendo as paredes de tesão acumulado e num poço de culpa por causa disso.

Ria alto, ele não era do tipo que tinha vergonha de falar essas coisas claramente, só tinha o hábito de se segurar um pouco em favor da timidez do amigo. Fora que no momento propositalmente brincava com a cara dele.

Sergipe corou até os ombros e escondeu o rosto baixando a cabeça. Pegou um punhado de areia e jogou no amigo demonstrando seu embaraço.

— Cala a boca galado. — Murmurou abafado enquanto o moreno ria alto quase ficando sem ar.

— Mas sério. Confia que vai ficar tudo bem visse.


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— Paixão, tu já tá comprando carne demais. — Paraná seguia o namorado com o carrinho de compras no supermercado.

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