Cavalgar

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— Já arrumou a mala Gipe? — Norte perguntou criando assunto por cima do jantar.

— Já sim. — O loirinho respondeu com um sorriso alegre nos lábios.

— Lembrou que o Sul quer que tu cavalgues?

O menor corou num instante. Era muito óbvio aquilo! Não precisava ficar falando assim do nada! Inclusive começaram todo aquele relacionamento trocado por causa disso!

— Cavalos Sergipe. — Norte sorriu largamente divertido. — Estou falando do animal mesmo visse.

O loirinho corou ainda mais, pra onde a sua mente havia o levado?! Precisou tapar o rosto com as mãos. Estava extremamente envergonhado. Queria que um buraco aparecesse no chão para engoli-lo.

Norte ria alto de suas reações. Cada vez ficava mais claro para si que o surfista era bastante pervertido, porém tímido. Amava isso nele. Estendeu o pé e lhe tocou a perna.

— Tudo bem pensar nisso visse Gipinho. É bom que estejas animado. — Deixou o silêncio sobressair antes de falar de novo. — Sul e Paraná que vão gostar de saber disso.

Aquilo fez o menor levantar o rosto desesperado.

— N-não. — Tinha os olhos marejados e quase chorava. — Não fala pra eles moço.... — Sua voz tremia.

Aquilo quase deu um surto no coração do potiguar, ele estava tão adorável!!! Norte se embaraçou com os próprios pensamentos sobre o namorado e corou as bochechas.

— T-tudo bem, não vou falar pra eles. — Se recuperou um pouco. — Mas vem aqui me dar um beijo. — Estendeu a mão para o loirinho.

Demorou um pouco e o sergipano obedeceu todo encabulado. Assim que se aproximou o suficiente foi puxado para o colo do maior, que lhe tomou os lábios imediatamente. Se beijaram até faltar o ar, nenhum dos dois queria cortar aquele contato. Somente quando começaram a se sentir excitados de verdade é que o moreno separa as bocas respirando pesadamente.

— Vamos reservar isso pra depois. Vai ficar ainda mais gostoso entendesse.

O surfista concordou com a cabeça, conseguia enxergar aquilo com facilidade, principalmente por estarem fazendo esse tipo de coisa incompleta de propósito nas duas últimas semanas. Suspirou e saiu do colo do maior, se não fizesse isso não parariam.


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— Sul, paixão. Vem pra cama, vamos dormir. — Paraná observava o loiro andando de um lado pro outro revisando todos os itens de sua lista de afazeres para receber o irmão e cunhado. — Tenho certeza que tu já arrumou tudo. — Lhe ofereceu um sorriso cansado e bocejou. — Vamos dormir.

— Pode ir paixão, só vou revisar mais uma vez aqui e já vou.

O menor revirou os olhos e se aproximou do namorado lhe abraçando a cintura e olhando para cima apoiando o queixo em seu peito.

— Tu não é hotel e é o seu irmão que vem, não precisa se estressar tanto com isso. Tenho certeza que já tem tudo que precisa e se não tiver eu duvido que eles se importem de ir no mercado junto pra comprar.

Sul finalmente suspira cedendo. Devolveu um sorriso cansado.

— Tudo bem, tem razão piá. — Deu um selinho em sua cabeça. — É que eu tô nervoso. — Admitiu baixinho.

— Sério? Nem percebi! — Paraná destilou a ironia e sorriu divertido. — Não te preocupa paixão, vai dar tudo certo. — Soltou o abraço e pegou em sua mão o puxando para o quarto principal. — Se quiser podemos conversar sobre os planos de amanhã antes de dormir.

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