Foi bom o fim de semana?

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— Bom dia guris! — Catarina chegou sorridente na sala que partilhavam.

Sul e Paraná também haviam acabado de chegar e ainda se acomodavam em seus respectivos lugares.

— Bom dia guria! — Lançou um olhar para a amiga. — Bah! Animada assim numa segunda? — O loiro respondeu com um sorriso. — Foi bom o fim de semana?

— Aposto que sim. — PR se intrometeu na conversa. — Ela saiu com a Paraíba no sábado néh?

— S-sim. — A mulher corou e desviou o olhar para sua mesa, tentava disfarçar o embaraço.

— Pegou ela? — O moreno perguntou ousado.

Os dois homens viram a loira corar violentamente e mexer em sua mesa nervosa. Não respondeu.

— Aposto que sim. — O gaúcho ria solto com as reações alheias. Emendou em outro assunto para aliviar SC. — Nós tivemos um fim de semana bem produtivo néh paixão?

— Produtivo!? Foi uma bosta isso isso sim! — O menor estava profundamente indignado. — Literalmente! — Jogou os braços no ar enquanto o maior ria ainda mais.

A catarinense ficou curiosa, superando sua vergonha anterior.

— O que aconteceu Paraná?

— Pergunta pra ele o que aconteceu! — Apontou energético pro barbudo.

— Limpamos a área das baias e os piquetes e fizemos alguns consertos externos na minha área. — Sul respondeu bem humorado. — O piá que é meio pão com banha mesmo. Não foi grande coisa.

— Carregamos bosta pra cima e pra baixo! Eu tô todo dolorido!!!

— Não pode esquecer do que fizemos a noite também. Mas isso eu assumo a culpa. — O gaúcho sorria maroto agora e falou tudo sem um pingo de vergonha na cara.

— Não foi por causa disso néh jaguara! Eu tô acostumado a te dar a bunda. — Falou alto sem pensar muito, só depois lembrou da presença da amiga no ambiente. Olhou pra ela um pouco encabulado. — Desculpa. — Falou mais baixo, realmente sem graça.

A mulher se limitou a negar com a cabeça, nenhuma ofensa foi emitida ali. Era divertido assistir a esse tipo de briga deles de vez em quando. Antes dos dois namorarem era demais, pois era constante, mas agora tinha virado nostalgia. Nesse momento Sergipe chegou na sala, tinha um ar mais saudável em si.

— Bom dia!

— Bom dia Sergipe! — Catarina sempre se adiantava em cumprimenta-lo primeiro.

— Bom dia Gipe! — Paraná foi ao seu encontro lhe dar um abraço. — Como foi o fim de semana? Surfou muito?

— Bom dia piá. — Sul cumprimentou de seu próprio lado da mesa com um aceno de mão.

O loirinho não deixou de notar a distância, evidenciada pela aproximação do paranaense e não sendo seguida pela do gaúcho. Se concentrou no menor.

— Foi bom, deu sol e onda boa. — Disfarçou sua decepção com o barbudo. — Surfei muito, tava precisando.

— Dava pra ver na tua cara. — Paraná continuou o diálogo. Havia percebido a atenção dividida e seu desapontamento com o outro. Envolveu divertidamente seu rosto com as duas mãos o obrigando a olhar para si. — Dai agora tu tá bem melhor piá. — Sorriu maroto. — Dá vontade de te beijar. — Não deu tempo do surfista responder, já avançou em seus lábios dando um selinho demorado. Quando desencostou de sua boca olhou diretamente pro namorado. — Néh paixão?

Um pouco surpreso pela ação do menor o gaúcho se atrapalha um pouco.

— S-sim, claro. — Com certeza queria beija-lo, mas havia decidido não fazer avançados antes das férias, quando teria certeza de estarem devidamente sozinhos e seguros. Não fora uma experiência muito agradável quase serem flagrados naquela vez.... Suava frio com o pensamento de expor o loirinho daquele jeito.

Apesar dos sentimentos e vontades do maior sua resposta saiu com entonação de desinteresse. Parecia estar sendo condescende com a situação. Foi notório o derrubar de ombros que o nordestino demonstrou. Infelizmente notório só para Catarina e Paraná, visto que Sul desviara o olhar para sua mesa e cadeira a fim de se ajeitar para começar o dia.

A mulher decidiu que aquele não parecia ser o momento de apontar a situação e se limitou a suspirar condoída pelo visitante, no almoço falaria alguma coisa, que dai eles teriam tempo de conversar adequadamente. Já o paranaense largou o rosto do surfista encarando desacreditado o namorado. Foi tão chocante pra si que ele não percebera que também se limitou a ir pro seu lugar, não conseguiria falar qualquer coisa produtiva naquele momento.

Sergipe se limitou a se sentar e tentar concentrar no que tinha para fazer, só precisava empurrar o que sentia pro fundo. A questão é que já não aguentava mais aquilo, estava prestes a explodir, sentia em seu âmago. Respirou fundo e focou no trabalho, ainda não sabia o como nem o porquê, mas sabia que agora não era momento de mexer nisso.


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— Fala aí Norte! — Pernambuco se aproximou do amigo logo notando seu rosto. — O que aconteceu hômi? Tá com a cara horrorosa! Nem parece que voltou do fim de semana!

— Nem me fale cabra. — Esfregou o rosto com as duas mãos. — Teve uma emergência na minha área que ainda não consegui resolver. Perdi o fim de semana nisso. Consegui nem dormir direito!

— Dá pra ver. Tá parecendo um panda de tanta olheira.

— Mas acho que até amanhã a situação vai melhorar. Parece que o pior já passou.

Maranhão se juntou aos dois.

— Parece um panda mesmo visse.

Num mudar de assunto o potiguar toma fôlego e melhora a postura.

— E contigo Maranhão? Como foi o fim de semana com Sergipe?

— Foi bom, foi bom. Eu e Gipinho surfamos do sábado de manhã até o domingo à tarde. Se ele tiver com os músculos doloridos já sabes o motivo.

Riu alto com uma leve pitada de duplo sentido. Mas passou desapercebido pelo exausto RN e foi ignorado pelo mais velho. O maior pareceu lembrar de algo, se dirigiu a PE.

— Ah é. Buco tu querias falar comigo cabra? Aquela mensagem da sexta. Eu ia te responder mas acabei arrastado pela confusão no meu estado.

— Tá tudo bem hômi, podemos conversar depois tu estás cansado e ainda tem que trabalhar sério hoje néh. Mais tarde a gente fala disso não é nada muito urgente. — Era urgente sim, mas a cara do potiguar indicava que não conseguiria lidar com assuntos muito delicados no momento. PE decidiu deixar para depois.

Norte deu de ombros.

— Então tá. Espero tu chegar junto então.

— Gente eu vou pra minha mesa visse, não quero atrapalhar nosso Poti aqui que ainda tem muita coisa pra fazer antes das férias. — Maranhão deu tapinhas amigáveis em seu ombro.

— Opa! Também vou indo, vi que minha musa chegou, tenho que ir lá dá um chêro nela antes de começar o dia. Mostrar minha fidelidade. — O do bigode também se despediu, lançando olhares pro maior. — Até mais Norte.

Opotiguar tinha o rosto pesadamente apoiado em sua mão, se limitou a acenar coma cabeça sem perceber que aquilo era pra ser uma indireta.




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Norte sendo denso pra provar que é algo que os Rio Grande tem no sangue hahaha

Lembrando da enquete pra ver qual cena dessa fic ou de 'Causos' eu desenho ;)

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