É importante

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— Norte, preciso conversar contigo cabra. — Pernambuco aproximou do maior mais no final da tarde, não queria expô-lo, apesar de tudo era seu amigo. — É importante. — Estava absolutamente sério.

— Que isso Buco? — Sorria de nervoso, não era frequente vê-lo falando naquele tom de voz. — Aconteceu alguma coisa? — O potiguar começava a se preocupar de verdade.

O mais velho olhava em volta, ainda tinha algumas pessoas na sala.

— Sim, mas não dá pra conversar aqui. — Batia o dedo na mesa pensativo. — Acho que na copa também não é um bom lugar....

Ainda ponderava quando Maranhão se aproximou.

— Fala Norte! Brasília tá te chamando na sala dela visse. Pediu pra eu avisar.

PE e RN se olharam, o maior perguntava com o olhar o que deveria fazer, se o assunto dele era urgente ou nem tanto. O pernambucano suspirou cedendo.

— Vai lá, mais tarde nós conversamos.

— Ok. — Norte respondeu um pouco incerto, ainda assustado com toda aquela seriedade. Se levantou e rumou para a sala da superior.

Só então Maranhão percebeu o clima que estava entre os dois.

— Oxi, o que aconteceu pra você estar com essa cara de funeral Buco?

O mais velho achou melhor manter discrição, tudo dependia das reações do potiguar para ver se afetaria e como afetaria Sergipe. Falar tudo pro melhor amigo do surfista não era uma decisão sábia. Forjou um sorriso.

— Nada não Mara. É só um negócio que eu preciso falar com o Norte mesmo.


_____ _____


— Oi, Brasília? Me chamaste aqui? — Rio Grande do Norte entrava na sala aberta da capital.

— Oi, sim. — A mulher replicou abaixando um papel na mesa e lhe dando atenção. — Eu preciso saber como está o andamento do teu trabalho. — Deu um sorriso. — Por que você também tava meio atrasado pra tirar férias nera não? Eu foquei bastante em Sergipe mas você também tinha umas coisas pra correr atrás.

— Olha, creio que está tudo como o planejado visse. — Parou para pensar seriamente no assunto. — O sistema que o Paraná me ensinou é bastante eficiente entendesse. Vou acabar tudo certinho amanhã. — Sorria satisfeito.

— Isso é bom. — Pegou uma pasta de papel e abriu diante do homem. — Eu ainda preciso discutir uns detalhes contigo sobre esse projeto aqui. — Indicou que ele sentasse diante de si. — Podemos fazer isso agora? Ou prefere marcar reunião pra amanhã?

— Pode ser agora que acaba logo. — O maior respondeu com um sorriso puxando a cadeira para se sentar.

(...)

Finalmente acabaram de discutir aquele projeto.

— Acho que isso era tudo Norte. — A capital sorria para ele. — Desculpa que passamos um pouquinho do horário.

— Que isso mulher, tudo certo. — O potiguar já se levantava. — O bom é que agora está resolvido.

— Está sim. Obrigada viu.

— Eu é que agradeço pela paciência.

Se despediram e o maior saiu da sala. No corredor puxou o celular rapidamente para conferir o horário, realmente estava tarde, viu mensagens de Pernambuco e se lembrou de toda aquela seriedade estranha dele.

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