Eu é que não julgo

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— Fala Norte, como foi seu almoço? — Maranhão se aproximou do potiguar com um sorriso malicioso na cara. Falava baixo com ele.

O maior lhe lançou um olhar afiado, não resistiu de sorrir maroto se revelando.

— Sabes onde eles foram? — O maranhense se aproximou demonstrando interesse e confidencialidade. — Numa sex shop. Acredita nisso homi?

— Bem que eu desconfiei com a cara que o Paraná fazia aquela hora. Foi legal? — Se aproximou um pouco mais. — E o Gipe? Como tá?

O potiguar olhou para os lados conferindo se não tinha ninguém olhando e puxou o celular.

— Só vou te mostrar uma foto visse. Vai responder todas as tuas perguntas. — Tinha um sorriso cafajeste e divertido no rosto enquanto mexia no aparelho buscando a imagem. Exibiu a tela pro melhor amigo do namorado, a primeira foto, de Sergipe vendo o dildo descomunal de cavalo. — O bixin ficou assim o tempo inteiro praticamente.

— Caralho, mas quem não ficaria neh cabra! Olha o tamanho disso!

Ambos riam da situação, realmente a cara do surfista revelava tudo que se passava na cabeça dele. Quando finalmente a piada passou o maranhense olhou significativo pro maior.

— E tu gostasse do tempo que passou com teu irmão? — Perguntou malicioso, definitivamente disparando o alerta na mente do potiguar. — Aposto que tiveram mais fotos.

— Teve até vídeo-chamada.... — Norte respondeu devagar, sem ainda entender muito o porquê do outro puxar seu irmão como assunto.

— Aposto que você e o Sul ficaram bem felizes com isso....

RN não aguentou mais as provocações que não entendia. Puxou o menor pela gola com uma certa violência.

— Por que tá falando tanto do Sul ehim Mara? Tá querendo dizer alguma coisa pra mim?

O brisado só abriu um sorriso largo, mesmo percebendo a hostilidade a cara de embaraçado do sempre imponente potiguar era boa demais para parar com as provocações. Fora a curiosidade natural de saber que ele pegava o próprio irmão, queria entender um pouco mais do que se passava na cabeça deles.

— Ouvi que tu e o Sul se pegam. — Falou quase sem voz, respeitando o segredo e o próprio risco que corria.

Norte arregalou os olhos e não conseguiu controlar o rubor que apareceu em suas bochechas.

— Onde tu ouvisses isso galado?!

— Cê achou mesmo que a Catarina não ia perceber nada quando foi na sala de vocês?

Mais uma medida de embaraço tingiu sua face, o largou no lugar e sentou na própria cadeira escondendo o rosto. O maranhense se aproximou dele lhe dando tapinhas nas costas.

— Não se preocupa cabra, é estranho mas vocês dois são adultos bem conscientes dos seus atos. — Levantou as mãos gesticulando. — Eu é que não julgo.

Recebeu um olhar vulnerável do maior por entre seus dedos. Foi aí que Maranhão percebeu que aquele era seu ponto fraco. Sorriu terno e lhe tocou o ombro reassegurando a amizade.

— Como eu disse, eu não julgo. E pra ser bem sincero vocês dois são gostosos pra caralho e tem bom gosto em homem, se não fosse esse pequeno detalhe já teriam se pegado antes né não? — Empurrou de leve, exigindo uma resposta.

Recebeu um pequeníssimo assentir de cabeça.

— Então pronto. Mas só pra tu ficar sabendo que o pessoal sabe visse. A Matinha, a Catarina e o Sampa. Nenhum deles achou muito legal isso. Principalmente a Matinha, mas eu acho que é porque ela ficou se imaginando com o Matin....

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