Sexta feira de manhã. Sul estacionava em sua vaga habitual quando viu que Matinha fazia o mesmo, esperou que ela saísse do carro e percebesse sua presença.
— Bom dia guria. — Cumprimentou se aproximando.
— Dia. — Ela não estava muito animada, o observava com certa estranheza.
Estavam somente os dois no local, tinham liberdade de conversar livremente.
— Matinha. — O loiro insistiu flexionando um pouco a voz chamando sua atenção.
A mulher o encarou cansada, ainda não havia superado suas opiniões dele pegar o próprio irmão. Parou cruzando os braços, um pouco afrontosa.
— Sul.
— Não age assim comigo guria. Somos amigos, se quer falar alguma coisa fale na cara.
Ambos sabiam do que se tratava. Era muito óbvio. O gaúcho pressionou sua presença até que ela encostasse na parede. Sem ter saída a mulher reclama.
— Seu irmão Sul. Seu irmão!
— Eu sei.
— Como qui ocê consegue vê ele assim?! — Colocou a mão na boca com um certo nojo, novamente imaginando ela e o Matin.
O loiro pega em seu pulso chamando sua atenção e tirando-a de suas imaginações.
— Te apruma Matinha. Isso sou eu e o Norte! — Falou pausadamente ressaltando o par. — Tu tá imaginando demais as coisas com o Matin. Tá na cara!
Ela desviava o olhar, era verdade. Puxou o braço se livrando do agarre dele.
— É claro qui eu tô. Óia as coisas qui ocês inventam!
— Guria. — Se afastou um passo dando espaço para a morena. — Nós somos diferentes. Isso nunca se aplicaria pra ti. Jamais. — Reassegurou. — A dinâmica. A convivência e simplesmente o modo de pensar. Tu nunca vai pensar desse jeito. Esquece isso! — Respirou fundo controlando seu tom de voz. — Não vamos quebrar a amizade por algo assim. — Pediu sincero. Valorizava muito sua relação com ela.
Matinha suspirou, também não queria aquilo. Eles tinham um nível de intimidade ímpar, definitivamente não queria perder aquilo. Ainda mais por essa razão.
Olhou afiada para ele.
— Ocêis são istranhos. — Apontava o dedo para a cara do barbudo que sorriu de lado, percebera que ela estava fazendo sua parte em reconciliar. — Í pervertidos. Nunca ví!
Baixou a mão e se dirigiu para o elevador a passos decididos. Foi seguida de perto pelo maior.
— Tens toda a razão guria. Por isso que funciona com a gente. — Se aproximou como que contando um segredo mas sem realmente baixar a voz, estavam sozinhos ali afinal de contas. — E se não fosse pelo nosso sangue a gente já tinha se pegado antes. Tu consegue ver isso neh?
A mulher suspirou pesadamente cedendo.
— Sim. — O transporte chegou com o sinal sonoro e o abrir de portas. MT entrou primeiro logo se virando. — Mais ocêis mi devem pelas disgraças qui eu imaginei cumigo i o Matin. — Falou agressiva.
— Tu quer ver? — O gaúcho falou de repente com um sorriso maroto na cara. — Pra substituir essas memórias. Eu sei que tu gosta de homem guria. — Se aproximou insinuante dela e lhe falou malicioso no ouvido. — Ainda mais nós dois se pegando....
Ela colocou a mão em seu peito o afastando um pouco.
— Ocê é muito convencido isso sim.
Viu o maior desistir de sua ideia com um sorriso, já aceitava a negativa de sua proposta ousada e se afastava. As portas do elevador quase fechavam quando uma mão impediu fazendo o aparelho abrir novamente. Norte estava um pouco sem fôlego do lado de fora.
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Repeteco
Fanfiction'Aquele convite ainda tá de pé? ' Sergipe havia ponderado muito sobre o assunto. Finalmente reuniu coragem de enviar a mensagem. Fazia um ano que Norte, Sul e Paraná tinham feito aquilo e como louca consequência, um ano que namorava seu crush de mui...