Não era um dia comum; era o dia que Sol desejava há anos. Nos últimos dias, a ansiedade a consumia, especialmente por ter convidado Vicente e não saber se ele realmente iria. Ela não fazia ideia de qual seria sua resposta ou se desejava uma aproximação.
A academia de patinação havia se transformado em um baile de máscaras, com uma decoração clássica nas cores preto, dourado e muito brilho. Plumas e flores adornavam o local, que estava repleto de mesas com lugares marcados para os convidados, uma pista de dança e uma variedade de comidas, doces, e, claro, um mega bolo para celebrar seus vinte e quatro anos. A noite também contaria com um jantar especial e um quarteto de cordas, proporcionando a trilha sonora clássica que não poderia faltar.
Naquela noite, seu apartamento estava mais cheio do que o normal. A família se reunia para se arrumar, entre barulho e risadas. Em seu quarto, Sol se preparava sem pressa, tentando conter a ansiedade.
De frente para o espelho, encarava seu reflexo. Seus olhos brilhavam com mais uma criação de sua irmã. Sofia havia desenhado seu vestido mais bonito: um tomara que caia preto que parecia simples, mas contava com uma fenda de cetim e pedrarias douradas que davam um toque especial. O vestido acentuava seus seios e cintura, confortável o suficiente para mantê-la respirando.
—Quando era mais nova, você dizia que não tinha um dom como eu na patinação e o Cris no futebol... —Sol olhou para o reflexo de Sofia atrás dela. —Você encontrou seu dom e faz as pessoas se sentirem princesas. —A irmã sorriu, orgulhosa.
Sofia fechou o último botão do vestido e admirou a criação que tomara forma diante de seus olhos.
—Conheci meu dom graças a você, e serei sempre grata por tudo que me proporcionou lá fora. —Sofia sorriu. —Não só por questões financeiras, mas por acreditar em mim e me permitir ter experiências que muitos sonham e não podem.
Sol se afastou do espelho e se virou para a irmã, que também estava pronta, com um vestido rosa clássico repleto de camadas e babados.
—Sempre acreditarei em seus sonhos e nos do Cris. Quero que sejam felizes fazendo o que amam, não importa se serão ricos ou não! —Sol segurou as mãos da irmã e as apertou. —Hoje é um dia nosso, me sinto feliz e grata. Pode ver se todos estão prontos?
Sofia consentiu, sorrindo.
—Você é a melhor irmã mais velha de todas. —Sofia beijou a bochecha da irmã. —Fique terminando de se arrumar que eu vou verificar se estão prontos!
Sofia saiu do quarto em passos largos em direção à sala, onde o ambiente estava cheio de pessoas e alguns profissionais de cabelo e maquiagem. Ísis arrumava o vestido da mãe, enquanto Luzia estava feliz por não precisar usar um vestido longo e salto. Nicole e Rafaela tiravam selfies com suas máscaras, Cristian, de terno e gravata, arrumava os cabelos no espelho, e Charles, com pressa, parou Sofia no meio do pessoal e sorriu ao vê-la.
— Querida, você está linda! Sua irmã já está pronta? — O homem de terno apertou as mãos e interrogou a menina.
— Muito obrigada, pai! E sim, ela já se vestiu. — Sofia ajustou a gravata do pai, que consentiu. — Pode ir lá.
Charles sempre se admirava com a capacidade de Sofia de ler suas expressões faciais tão bem; ela era a melhor nisso, assim como sua esposa.
— Irei. Avise a sua mãe que venha. — O homem apontou para o quarto e seguiu.
Ele estava tão feliz e orgulhoso daquele momento. Charles sorria à toa, ansioso para ver sua filha mais velha e presenteá-la.
Bateu na porta e logo recebeu permissão para entrar. Ao encarar Sol em um dos seus momentos mais bonitos, ele percebeu que sua felicidade a deixava ainda mais radiante.
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Mais que suficiente, amor.
RomanceAtenção leitores: Esse é o segundo livro da duologia suficiente, para entender a historia, leia o primeiro livro: Quase suficiente, amor. S2 Distância, no...