Um fio vermelho ♡ Capítulo 14

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Na porta do prédio de Juliana, Joaquim esperava no carro, ela descer após sair de casa. Apesar de não terem marcado uma hora exata, ele se adiantou para não ser visto, de modo que ela não soubesse que ele estava ali. Joaquim havia cumprido sua promessa de deixar o celular desligado, mas a paciência estava começando a se esgotar, pois o tempo passava e ela não aparecia na portaria do prédio, mas então que ele recordou de quando ela mandou ele aparecer e subir.

Ele desceu do carro e foi até a portaria para pedir autorização para subir, torcendo para que o porteiro não o lembrasse como a pessoa que mentiu tempos atrás.

Joaquim se aproximou da janela onde o porteiro assistia televisão com bastante sono e o encarou.

— Com licença e boa noite, gostaria que interfonasse para o... — Joaquim pausou ao ver o porteiro tossir.

O senhor não era a pessoa mais simpática do mundo e não fazia questão de esconder isso.

— Joaquim? — O senhor perguntou.

— Sim, sou eu. — Respondeu o engenheiro.

O porteiro abriu o portão automático, liberando sua entrada.

— Sua entrada já estava liberada, pode subir.

Joaquim, ainda surpreso, apenas assentiu e subiu sem dizer mais nada. Ele não demorou muito para entrar no elevador e subir, sendo cumprimentado por várias pessoas no caminho, e dentro elevador, uma senhora o observou atentamente antes de interroga-lo.

— Você mora aqui, rapaz? — A senhora perguntou, examinando-o de cima a baixo. — Sou a síndica, responsável por este prédio.

Joaquim sorriu e negou.

— Não, não. Estou visitando uma amiga que mora aqui... — Disse ele, resumindo a história. — Sou Joaquim, prazer em conhecê-la.

A senhora, segurando seu cachorro, pareceu ponderar por um momento e então suspirou.

— Não é conveniente um rapaz visitar uma moça a essa hora, os pais dela não vão gostar e você pode se meter em uma encrenca aquelas.

Joaquim suspirou e consentiu, encarando a porta do elevador que subia como estivesse com destino ao céu, por tanta demora.

—Entendo, mas vamos sair juntos então não seria conveniente deixar uma moça andar sozinha por ruas tão escuras. E, como síndica, eu gostaria de pedir um favor: poderia verificar com a prefeitura a questão dos postes perto do prédio? Eles estão desligados e outros quase morrendo... Isso dá uma má impressão a localização do seu prédio.— Joaquim sorriu após um desabafo, e ela consentiu.

O elevador parou no andar de Juliana e Joaquim saiu, acenando para a senhora.

— Vou verificar a iluminação, não se preocupe. E obrigada pela sugestão, rapaz. — A senhora sorriu e as portas do elevador se fecharam.

Joaquim respirou fundo e ajustou sua jaqueta preta, observando seu reflexo no vidro próximo ao apartamento de Juliana. Ele bateu na porta com delicadeza, mas não obteve resposta, então resolveu tocar a campainha.

— Pode entrar! — Ela gritou de dentro.

— Tem certeza? — Ele respondeu, um pouco sem jeito.

— Por que eu mandaria você entrar se não pudesse? — Ela gritou novamente, sabendo que era ele. — É louco, é...

— Miss simpatia nunca se foi, não é? — Ele resmungou, fazendo uma careta.

Joaquim mexeu a maçaneta e entrou no apartamento com cautela. Tudo estava como sempre, incluindo o gato deitado no braço do sofá, completamente alheio ao que estava acontecendo. Ele observou os cantos do ambiente e notou que Juliana ainda não estava visível, mas um aroma adocicado pairava no ar.

Mais que suficiente, amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora