Surpresas ♡ Capítulo 53 parte II

19 2 3
                                    

Aquele apartamento, antes cheio de rotina e correria, onde dois jovens atarefados só chegavam à noite, agora pulsava com barulho, bagunça e luzes acesas em algumas madrugadas. Cada canto daquele lar carregava o eco de risadas, músicas infantis ou de um choro fino e manhoso, transformando o espaço em um refúgio de amor, crescimento e muita gratidão. Desde o início, Sol e Vicente sabiam que o caminho seria longo e cheio de surpresas. As olheiras chegaram, e eles não sabiam mais o que era dormir a noite inteira ou acordar tarde nos finais de semana. O chão da sala estava sempre enfeitado de brinquedos, um tapete de atividades, algumas roupas espalhadas e até mesmo mamadeiras usadas na madrugada. Os armários da cozinha estavam cheios de mamadeiras, pratinhos e copinhos que, mesmo ainda sem uso, já aguardavam seu momento. Seus celulares estavam lotados de fotos e vídeos do bebê; a vida, agora, estava bem mais colorida.

Em poucos dias, o casal encontrou o verdadeiro significado do amor incondicional — algo que antes pensavam conhecer. Descobriram uma razão para serem fortes, para lutar, e acima de tudo, para experimentar o instinto de proteção, o cansaço extremo, o cuidado excessivo, a preocupação constante, e, claro, uma imensa felicidade.

Uma semana se passou desde a chegada de Lucca. Aquele bebê trouxe luz à vida de todos ao seu redor, especialmente para aqueles que nem percebiam estar nas sombras. Era como se tudo estivesse destinado a acontecer, no momento exato. Estava claro que Sol e Vicente haviam sido escolhidos para serem seus pais, pois Lucca era exatamente o que eles precisavam.

Miguel chegou um dia após o nascimento do bebê, e Vicente viu pela primeira vez na vida seu pai chorar ao segurar Lucca. Ele sorria facilmente, assim como sua mãe, e aquele bebê conseguiu o que ninguém mais conseguia: Miguel acabou tirando férias para não precisar se afastar rapidamente do neto. Joaquim e Juliana chegaram alguns dias depois e correram para o apartamento do casal, onde se apegaram a Lucca, dando a chance para Sol e Vicente dormirem algumas horas.

As avós estavam visitando o neto todos os dias, sendo uma grande rede de apoio para Sol e Vicente. Alguns amigos de Vicente também vieram visitá-los com presentes, assim como os amigos de Sol. Yuri levou seu filho para conhecer Lucca, e todos se deram conta de como o tempo havia passado, sorrindo juntos.

Lucca era de longe, um dos bebês mais calmos que Isis e Marli já haviam conhecido. Ele passava o dia entre mamadeiras, brincadeiras e sonecas, mas como todo bebê, acordava algumas vezes à noite e ficava acordado por alguns horas no meio da madrugada. Ele usava mais o berço portátil ao lado da cama dos pais do que o berço de seu maravilhoso quarto, e claro que isso acabava facilitando a vida dos pais. Com o passar dos dias o bebê doce e sorridente, estava totalmente acostumado com sua rotina e sempre preferia o braço da sua mãe para se acalmar de um choro. 

Um dos momentos mais marcantes daquela semana agitada foi o ensaio fotográfico de família, feito logo após a chegada de Lucca e eles também agendaram o ensaio mensal para registrar o crescimento do bebê. Sol e Vicente eram pais que faziam questão de registrar todos os momentos com fotos e vídeos, nada passava despercebido. Lucca foi ao pediatra, tomou vacinas — o que fez Sol chorar junto com o bebê — e já começava a perder suas roupinhas, ficando cada dia mais gordinho, os pais caiam na risada quando algum macacão não fechava mais.

Naquele dia, seria a festa de boas-vindas de Lucca, realizada no jardim da avó paterna. Mesmo com os pais convidando apenas pessoas mais próximas e alguns conhecidos com filhos, era muita gente para acomodar no apartamento. Claro que Marli e Isis cuidaram de todos os preparativos, o que foi um alívio para os pais cansados, que só precisariam chegar a tempo da festa.

O relógio acabara de marcar cinco horas da manhã quando Lucca choramingou no pequeno berço ao lado da cama. O quarto estava completamente escuro, e os pais dormiam após se levantarem várias vezes durante a noite, o bebê costumava mamar de três em três horas pontualmente. Sol abriu os olhos em alerta, já não tendo mais um sono tão profundo, e Vicente, ao perceber o movimento da esposa, levantou a cabeça, ainda meio assustado.

Mais que suficiente, amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora