Semanas passavam rápido. Com isso, Vicente e Sol programaram um jantar que juntasse as duas famílias em um só ambiente, para que pudessem contar todas as novidades, mesmo que não fosse segredos para ninguém.
Marli estava incrivelmente animada para aquela noite que chegaria em algumas horas, ela receberia a família da Sol e a veria novamente. Não era mistério que aquela mãe nutria um imenso carinho pela patinadora e não a via há anos. Após uma ligação duradoura com Isis, elas combinaram que o jantar ficaria por conta de Marli, e Isis traria as sobremesas que mais gostasse. O acordo foi feito, e ainda à tarde, Dani e Marli cozinhavam juntas.
Bruno e Micael ganharam a missão de limpar a área externa naquele sábado. Os rapazes eram uma dupla há muitos anos e faziam tudo o que podiam juntos, enquanto Micael varria as folhas secas, Bruno as apanhava com dificuldade; o vento estava intenso. Micael acabou sendo mais que um padrasto para o garoto, de forma natural muitas vezes fez o papel de um pai, cuidando dele em momentos de doença, resolvendo coisas de adultos e até tendo conversas que Bruno não conseguia ter com sua mãe.
— Me mandou apanhar as folhas porque é o pior trabalho, certo? — Bruno enxugou o suor, e Micael sorriu, negando.
— Sou mais velho, me abaixar para apanhar as folhas trava minha coluna. — O homem grisalho explicou. — Sou seu padrasto e sogro, tenha piedade.
Bruno parou, levantou-se e suspirou.
— Você tem pontos importantes, irei fazer isso dessa vez. — O garoto sorriu, e Micael negou, achando graça.
O jardim era grande, grande o suficiente para ser o local do casamento entre Micael e Marli. Esse era o plano e deixava o homem nervoso apenas ao observar o ambiente, mas eles estavam pensando nisso sem tanta presa, afinal tudo era muito caro.
—Hoje é uma noite importante e momentos importantes sua mãe gosta que sejam no jardim. Os aniversários sempre são aqui, a missa de sétimo dia do seu avô foi aqui, pedi-a em casamento aqui e o jantar de hoje. — Micael observou. — E nosso casamento no futuro, também.
Bruno consentiu, colocando um punhado de folhas em um saco preto.
— Quando irá me autorizar a pedir a Dani em casamento? Quando acha que seu coração de pai estará pronto? — Bruno foi direto, e seu padrasto entrou em uma crise de tosse. — Hein?
Micael sentiu um calor em sua espinha, ele sabia que Bruno respeitava sua opinião, mas aquilo não era algo que um pai estava pronto para aceitar facilmente.
— Oxe, garoto, do nada? — O homem gesticulou. — Vocês são novos, ainda estão na faculdade e nem começaram a viver. Por que a pressa? Acha que ela quer isso agora? Me diga para eu poder saber...
O rapaz se aproximou do sogro, que se protegia do sol embaixo de uma árvore. Bruno parou ao seu lado e apoiou o cotovelo no ombro dele com intimidade.
— Calma, apenas perguntei porque sua opinião importa. — Bruno sorriu. — Não é pressa, e ela não fala nada sobre isso. Apenas observo ela e a mainha procurando tudo sobre casamento e minha namorada parece ficar feliz com todo esse mundo. Sei que somos novos, sem grana e estudando, mas é algo para o futuro. Ela é a pessoa com quem quero me casar, apenas esteja ciente disso.
Micael respirou fundo e sorriu. Ele sempre era surpreendido por Bruno e seu jeito direto com tudo.
— Certo, estou ciente e sei que vocês se amam desde adolescentes. Quando encontrar a hora certa, terá minha benção, garoto. — Micael afirmou, e Bruno sorriu. — Mas ainda não é a hora, tenha calma.
Eles permaneceram debaixo da árvore, na sombra e em silêncio, observando o jardim, cada um em seu mundo. Bruno estava feliz com a conversa rápida sobre aquilo; ele amadurecia a cada dia e, às vezes, se pegava pensando em coisas que antes não passavam pela sua mente. Mas não importava o que pensasse, Dani estava presente em todos os seus planos.
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Mais que suficiente, amor.
RomanceAtenção leitores: Esse é o segundo livro da duologia suficiente, para entender a historia, leia o primeiro livro: Quase suficiente, amor. S2 Distância, no...