Provavelmente Sol tinha razão ao pensar que quando tudo estava calmo demais, algo iria surgir, ela só não sabia o que era ainda. Foi como quando sua vida estava boa e seu pai adoeceu, quando Vicente surgiu Cecilia morreu e quando tudo estava voltando para os eixos, ela foi embora, parecia ser algo do destino.
Já Vicente pensava em tantas coisas que no final não pensava em mais nada, porém ele sabia que a vida era assim, o caminho nunca era uma linha reta na vida de ninguém, muito menos na dele.
Mirella, assim como Mateo para Sol, havia sido uma pessoa importante na vida do rapaz em meio há muitas meninas que passaram em sua vida. Não por ela ser a mais bonita ou algo assim, eles se conheceram em um bar e ficaram amigos, e tiveram uma espécie de amizade colorida saudável, onde a moça sabia de tudo que tinha no coração do Vicente, ela sabia realmente de tudo e que ali nunca haveria espaço para ela.
Todavia ela tentou por alguns meses, mas era nítido como Vicente sempre esperaria Sol, então após alguns meses apenas entre uma amizade colorida e noites casuais, Mirella se despediu e prometeu ficar feliz quando Sol retornasse, pois saberia que Vicente finalmente seria completamente feliz
Sol e Vicente estavam a caminho do hospital, a madrugada paulista estava calma, não passavam das duas horas da madrugada quando eles atravessavam a cidade em busca do local passado pela assistente social, ambos estavam acordados demais para contar as poucas horas dormidas, mas ainda sim o silêncio pairava no carro.
A patinadora encarou a avenida vazia, o céu escuro e respirou fundo soltando pelo nariz, Vicente concentrado em dirigir fez a mesma coisa, cada um em seu mundo tinha um pensamento diferente, ele preocupado e ela com ciúme, porém mesmo diante disso ambos se entendiam, afinal quem não ficaria preocupado com uma ligação daquelas e também quem não ficaria com ciúme em uma situação daquela?
—Eu entendo você, também ficaria com ciúme se precisasse sair de casa de madrugada para ajudar seu ex... Mateo... —Vicente quebrou o silencio.
Sol consentiu, descruzando os braços.
—Também te entendo, eu também sairia de madrugada para ajudá-lo. —Ela admitiu. —Foram pessoas importantes em alguma parte da nossa vida, e somos todos seres humanos.
Vicente consentiu, aliviado e orgulhoso pela maturidade da sua namorada, ele soltou uma mão do volante e segurou a dela, a apoiando em sua própria coxa.
—Você se apaixonou? Pode contar, sem problemas... —Sol expôs sua curiosidade.
Vicente sorriu fraco, ainda encarando a avenida.
—Não.
—Quanto tempo ficaram? —Ela perguntou.
—Talvez uns três meses, e a ultima vez que ficamos foi em outubro ou novembro do ano passado, foi algo assim... —Ele explicou mais do que o foi perguntado.
Sol consentiu, certamente pensando em mais perguntas a fazer, e ele sabia disso. Ciúme não era um sentimento que a dominava com frequência, na verdade aquele sentimento não era algo que frequentemente assombrava o casal, mas eles sabiam que era comum certas vezes.
—Ela não tem ninguém, tipo família?
Vicente negou, parando o carro no semáforo fechado.
—Não, definitivamente ninguém. Provavelmente ela passou mal e não acharam um acompanhante, vai ver que foi apenas uma formalidade do hospital... —Ele respirou fundo. —Ela é realmente uma pessoa sozinha no mundo, e até tem uma amiga próxima, mas ela é aeromoça, então para terem me ligado é porque não conseguiram contato com ela.
O rapaz explicou e com um pouco mais de explicação Sol se acalmou.
—E não precisa ficar insegura...
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Mais que suficiente, amor.
RomanceAtenção leitores: Esse é o segundo livro da duologia suficiente, para entender a historia, leia o primeiro livro: Quase suficiente, amor. S2 Distância, no...