Com o final da festa, a academia estava quase vazia, restando apenas algumas mesas ocupadas e famílias se despedindo aos poucos. Cristian estava com sono, enquanto Sofia estava tão cansada que mal conseguia falar. Foi então que os pais decidiram que era hora de voltar para casa. Nicole, Luzia e Rafaela já haviam ido embora, e, embora a idosa quisesse falar com Vicente, a filha achou que não era a hora apropriada.
Tina, que odiava usar saltos, os tirou assim que pôde. Estava feliz, mas cansada; fazia tempo que não se divertia e não fazia nada além do trabalho. Ela poderia esperar Sol para se despedir, mas a patinadora continuava dançando com Vicente, alheia a tudo ao seu redor.
— Acho que vou embora, a aniversariante precisa daquele momento há anos e não irei atrapalhar! — disse Tina, levantando-se.
Ela estava na mesma mesa onde antes estavam Laís, Henrique, Junior e Liz. Com a saída da médica, ela e Junior ficaram sentados em silêncio, não se conhecendo muito além do que Sol costumava contar.
— Eu também vou! — respondeu Junior, segurando a filha, que havia adormecido há pouco. — A Liz se recusou a ficar onde as crianças estavam, e meus braços estão sentindo bastante essa decisão.
Tina sorriu para ele, observando Liz dormir tranquilamente nos braços do pai, como se aquele fosse o lugar mais confortável do mundo.
— É difícil ser pai solo? — perguntou Tina, puxando assunto.
Junior pensou por um momento antes de responder.
— Já foi mais difícil, mas o amor supera as dificuldades. — Ele acariciou os cabelos ruivos da filha. — Fiquei viúvo quando ela tinha poucos meses, e estava tomado pela dor e medo de não conseguir, mas as pessoas ao meu redor foram minha força.
Tina sorriu, ouvindo-o atentamente.
— No começo, eu era um jovem que amadureceu rápido. Resolvi trancar a faculdade para anos depois continuar, saí da casa dos meus sogros e me dediquei a aprender tudo sobre minha filha. Quis ser pai e mãe para ela, para que não lhe faltasse nada. — Ele respirou fundo.
— E conseguiu. — afirmou Tina. — Ela vê você como um príncipe encantado da Disney, se recusa a ficar longe de você e fala da mãe com amor, como se fosse uma estrela brilhante. A Sol tem razão ao dizer o quão bem você se saiu.
Junior ficou tocado pelas palavras de Tina, aquecendo seu coração de pai cansado ao final da festa.
— Obrigado por suas palavras tão gentis. A Sol tinha razão ao dizer que você é acolhedora, nunca nos vimos antes mas eu ouvia muito sobre você. — disse ele, sorrindo. Tina negou com um pouco de vergonha. — E obrigado por ter sido uma boa companhia para ela todos esses anos...
Junior estava verdadeiramente grato por Sol ter tido uma companhia lá fora, ele era grato por ela não ter se sentido sozinha.
—Não precisa agradecer, eu sinto falta da minha amiga, mas vejo que agora ela está feliz. —Tina encarou Sol na pista de dança, com Vicente.
—Onde está hospedada? —Ele perguntou.
Tina pensou no nome do hotel e arqueou as sobrancelhas quando finalmente recordou.
—Hotel Hill, indicado pela minha amiga. —Tina explicou. —Super chique e cinco estrelas.
Junior sorriu, apontando para Liz.
—Está de frente com a única herdeira da rede de hotéis Hill e são seis estrelas agora! Essa garotinha tem mais dinheiro que provavelmente todos dessa festa, juntos.—Ele brincou e Tina arregalou os olhos. —Os avós dela são os donos e nós moramos no prédio ao lado, residencial Hill.
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Mais que suficiente, amor.
RomantikAtenção leitores: Esse é o segundo livro da duologia suficiente, para entender a historia, leia o primeiro livro: Quase suficiente, amor. S2 Distância, no...