Agora casados, Sol e Vicente já não usavam o termo "namorados" e estavam adorando isso. Após o casamento, mesmo sem planos de uma lua de mel, seus pais lhes deram uma viagem de final de semana para Campos do Jordão, uma cidade da região serrana de São Paulo, a cerca de duas horas e meia da capital. Conhecida por ser uma das cidades mais românticas do Brasil, Campos do Jordão foi o cenário perfeito para o casal aproveitar tudo o que podiam.
Eles foram ao Morro do Elefante, onde andaram de teleférico e desfrutaram de uma vista panorâmica da cidade. Passearam por muitos jardins lindos e floridos, se divertiram em uma fábrica de chocolate e desfrutaram de noites românticas em uma banheira cheia de espuma, acompanhadas de fondue de chocolate com morangos frescos. Fizeram caminhadas de mãos dadas, foram ao spa juntos e tomaram café no final da tarde, apreciando o pôr do sol — um final de semana em que buscaram focar apenas em si mesmos e na nova vida que estava começando.
Ao retornar à vida real, logo buscaram a certidão de casamento. No mesmo dia, Miguel, junto a outro advogado, entrou com o pedido de adoção do Lucca. O avô estava tentando de tudo que pudesse ser um caminho legal e rápido para ter seu neto em seus braços. Sol e Vicente foram aos órgãos competentes, apresentaram todos os documentos, como certidões negativas criminais, comprovantes de renda e residência, e relatórios médicos. Fizeram entrevistas com muitas pessoas e até participaram de um minicurso.
Uma vez de volta à rotina, passando alguns dias após o casamento e resolvendo os trâmites da adoção do Lucca, Sol retornou à sua rotina incessante de treinos, além de treinar crianças e organizar as coisinhas do seu filho em casa. Ela fez questão de lavar todas as roupas dele sem ajuda, passá-las a ferro e dobrá-las uma por uma entre noites e madrugadas. Ela e Vicente compraram tudo de higiene para o bebê e um berço portátil para ficar ao lado da cama do casal. Aquela mãe dedicada assistia a muitos vídeos sobre mães de primeira viagem e, a cada dia que passava, se sentia mais nervosa.
Naquela noite, após os treinos, Sol se reuniu com um empresário do ramo dos esportes que buscava abrir uma filial de sua academia em outro estado. Mesmo ela explicando várias vezes que, no momento, não tinha tempo para esse tipo de assunto, o homem se mostrou muito mais insistente do que sua advogada havia comunicado.
Sentada atrás de sua mesa de vidro, Sol mantinha os braços cruzados ao ouvir mais uma vez a série de razões apresentadas pelo homem, que falava sobre a importância de uma filial em Minas Gerais. Enquanto isso, a patinadora tentava se concentrar em uma mensagem que Leila havia enviado, avisando que o quarto do bebê estava pronto. Leila também informou que viajaria no dia seguinte bem cedo, e Sol sabia que o atraso era por sua causa.
Ela estava ansiosa para ver o quarto do seu filho. Leila pediu que fosse uma surpresa e Sol concordou, já que a arquiteta estava projetando tudo sem custos, como um presente para Lucca.
— Meu jurídico já havia me passado tudo — começou Sol, com um tom de voz controlado. — Eu realmente aprecio seu entusiasmo e o valor que vê em minha academia, mas expandir uma filial não está nos meus planos imediatos. Como você sabe, ainda estou competindo. Além disso, estou focada em consolidar essa academia, que, como sabe, é nova. No futuro, talvez possamos avaliar essa possibilidade mais a fundo, Leonardo.
Sol apoiou os cotovelos na mesa, unindo as mãos e segurando uma caneta dourada. O homem sorriu, apoiando os cotovelos na mesa da mesma forma que ela, e Sol estranhou o quanto ele parecia à vontade.
— Sol, eu compreendo sua cautela. Você ainda é uma moça jovem, mas veja só: sua academia tem um grande potencial para crescer ainda mais. Belo Horizonte não tem uma academia exclusiva para patinação, e como você sabe, seu nome é forte nesse ramo. Muitas pessoas querem estar em sua academia por sua causa... Tenho certeza de que uma filial seria um sucesso estrondoso para você, e eu... — Ele sorriu, e Sol cerrou os olhos, notando a tentativa falha de ser galanteador.
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Mais que suficiente, amor.
RomanceAtenção leitores: Esse é o segundo livro da duologia suficiente, para entender a historia, leia o primeiro livro: Quase suficiente, amor. S2 Distância, no...