Joaquim e Juliana dormiam grudados, e a partir daquele dia perceberiam que era a forma mais confortável de se dormir. Após a primeira e intensa noite juntos, finalizada quando o sol já estava aparecendo, eles conversaram sobre tudo e sorriram por muitos motivos porém quando o sono apareceu o mais novo casal adormeceu após tomarem um banho juntos. Tomar banho com alguém havia sido uma nova experiência para ela, que mais uma vez deixou a timidez de lado e Joaquim estava experimentando novas sensações ao seu lado, mesmo que algumas coisas ele já tivesse vivido antes.
Seus corpos se encaixavam perfeitamente naquela cama bagunçada. Joaquim mantinha um braço por cima dela, ao redor da sua cintura, e Juliana dormia sobre o outro, com os cabelos, como sempre, pousados sob as narinas dele, fazendo-o sentir um cheiro bom. Seu sono estava leve.
Joaquim abriu os olhos lentamente e, ao perceber a claridade, sentiu que a hora tinha passado rápido, mas ainda era manhã. Ele sorriu sem motivo algum ao retirar os cabelos dela do seu rosto, beijou o ombro da sua namorada ainda dormindo, e Juliana, inconscientemente, abraçou seu braço um pouco mais, logo o rapaz a abraçou novamente mesmo que sentisse a bexiga pedindo socorro.
Juliana tinha a pele macia e quente, ele poderia contar os pequenos sinais em sua pele extremamente branca, e ao beijar seu ombro, sentia um cheiro doce — não enjoativo, mas um doce que agradava suas narinas, era o cheiro dela. Aquele rapaz procurava em seu passado algum momento em que não gostasse dela, e lembrava, obviamente, mas não poderia se reconhecer mais, como mágica.
Todas as suas partes cerebrais responsáveis pelos sentimentos e desejos estavam tomados por ela, e a parte responsável pelo medo havia um novo morador: o medo de perdê-la. Entretanto, seu coração estava lotado de felicidade, aquele rapaz estava preenchido por algo que nunca pensou estar faltando: o amor.
Ele sentiu uma dor fina na barriga novamente, era sua bexiga avisando que estava realmente em seu limite, mesmo que toda aquela situação fosse romântica. Joaquim tentou se mexer, e ela, deitada sobre o seu braço, dormia profundamente.
—Querida... —Ele sussurrou baixinho, e ela se mexeu.
—Humm... —Ela não abriu os olhos, mas deixou uma voz escapar. —Não posso acordar agora, meus olhos não abrem.
Joaquim negou com aquela descrição de sua preguiça, mas era perdoável por eles terem ido dormir já de manhã. Ele não tinha problemas para acordar cedo, já ela detestava acordar cedo. Pensar naquelas diferenças o fazia sorrir.
—Eu sei, senhora preguiça. —Ele beijou seu ombro novamente. —Preciso ir ao banheiro, pode dormir mais.
Ela consentiu e levantou a cabeça, o fazendo retirar o braço e logo voltou a dormir, ele a cobriu até o pescoço, mas percebeu que estavam no Nordeste e deixou o cobertor apenas na altura dos seus ombros. Joaquim levantou lentamente, ele que só usava um short tratou de colocar uma camisa e passou pouco mais de vinte minutos no banheiro fazendo sua higiene pessoal, quando retornou ao quarto juntou todas as roupas que ainda estavam jogadas no chão, incluindo sua calça e sua cueca, havia sido uma noite bem agitada por ali.
O rapaz abriu sua mala e sorriu ao ver algo ali, dizer que havia viajado desprevenido era mentir, mesmo saber como seria recebido, foi a primeira vez que ele seguiu apenas seu coração. Ele guardou suas roupas e retirou na mala uma sacola de papel pequena, logo voltando a organizar aquele ambiente.
S2
Não passava das dez horas da manhã quando Joaquim finalmente saiu do quarto e lembrou que era apenas ele e Juliana em casa, o que o deixou tranquilo para observar o rastro que seu ato romântico havia causado. Ele finalmente pôde conhecer o lar que Mariana parecia cuidar tão bem e era tudo muito simples e bonito, como de fato Juliana contava. Não havia muitos enfeites, mas os móveis eram em tons claros. Em um painel na sala havia muitas fotos, todas basicamente das duas irmãs, desde a infância até a fase adulta, e algumas com sua avó, uma senhora séria.
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Mais que suficiente, amor.
RomantikAtenção leitores: Esse é o segundo livro da duologia suficiente, para entender a historia, leia o primeiro livro: Quase suficiente, amor. S2 Distância, no...