Fortaleza era, sem exagero, uma das cidades mais bonitas do Nordeste. Suas praias eram quentes, com águas claras, as pessoas gentis e sorridentes, e, claro, a comida, apaixonante.
Sol, Vicente, Juliana e Joaquim estavam no último dia de suas férias inesperadas — ou melhor, férias graças ao amor — que fizeram muito bem a todos. Cada um, à sua maneira, estava precisando desacelerar, e aquela capital praiana rendeu muitos sorrisos e momentos de diversão.
No último dia, os dois casais aproveitaram uma bela caminhada pela areia da Praia do Futuro, uma das mais movimentadas de Fortaleza. O azul do mar se misturava com o céu, e suas águas mornas e ondas agitadas atraiam surfistas. A faixa de areia era ampla e fofa, com inúmeras barracas ideais para apreciar a culinária local, e, como era de se esperar, a praia estava cheia de ambulantes.
Eles passaram o dia no mar, comeram quase tudo o que os vendedores ofereciam — desde caldinho de feijão até queijo coalho — e Sol ainda ganhou de presente um chapéu com a frase "Eu amo o Nordeste", dado por seu namorado. Ao final da tarde, os quatro caminhavam pela praia, sentindo a brisa fresca no rosto. Mesmo Sol, que não era dali, já sentia saudades.
De mãos dadas com Vicente, a patinadora estava relaxada, bronzeada e usando uma tornozeleira comprada na feira de artesanato. De lá, ela também levaria várias lembranças para a família. O outro casal, Juliana e Joaquim, caminhava ao lado, igualmente de mãos dadas.
— Vou sentir saudade daqui. Amei Fortaleza e as pessoas nordestinas — comentou Sol, quebrando o silêncio. — Graças à Juliana, tive experiências incríveis.
Vicente sorriu, seus cabelos loiros bagunçados e ressecados pela água do mar. Enquanto ajustava os óculos de sol, concordou com um aceno.
— Foi graças ao Joaquim — brincou Juliana, recebendo uma negativa bem-humorada de seu namorado.
Joaquim, que usava um chapéu rosa originalmente de Juliana e óculos de sol, riu. Juliana, com o boné preto de Joaquim e as bochechas levemente coradas, olhou para ele carinhosa.
— Na verdade, quem começou toda essa confusão foi a Estela. Então, devemos nossas férias a ela e à sua loucura — Joaquim brincou, fazendo todos rirem e concordarem.
Juliana sorriu com o comentário divertido de Joaquim, refletindo sobre o caminho que tinham percorrido juntos. Naquela mesma noite, enquanto ainda estavam na fazenda do sogro, ela havia revisto as gravações das câmeras de segurança da empresa de Joaquim a seu pedido, mesmo sabendo que não precisava. Ela ficou perplexa ao descobrir que o incidente não tinha razão específica, apenas pura implicância. Porém, aquele mal-entendido ficou para trás, e após uma conversa franca, o casal decidiu que fugas precipitadas e problemas com recepcionistas excessivamente atiradas não teriam mais lugar entre eles.
— Estou muito feliz por vocês, de verdade. — Sol sorriu para Juliana, já a par dos detalhes da situação. — O destino já tinha tudo planejado, não era para ser no passado, mas agora.
— Como iríamos nos apaixonar no passado se ela me tratava a pontapés? — Joaquim brincou, arrancando um sorriso envergonhado de Juliana.
— Culpa sua, que sempre aparecia com aquelas ironias — Juliana rebateu, rindo.
Vicente revirou os olhos por um momento, não querendo voltar ao passado, enquanto Sol achou a troca de provocações do casal divertida.
— Fico feliz também. Acho que percebi o clima entre vocês antes de todo mundo. — Vicente sorriu, aproveitando a chance de dar um conselho. — Só não se esqueçam de serem felizes, briguem pouco e conversem sobre tudo.
Joaquim concordou com um aceno, reconhecendo a importância do conselho. Vicente, sempre mais direto, interrompeu a caminhada:
— Vamos sentar aqui na areia um pouco, minhas pernas estão doendo.
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Mais que suficiente, amor.
RomansAtenção leitores: Esse é o segundo livro da duologia suficiente, para entender a historia, leia o primeiro livro: Quase suficiente, amor. S2 Distância, no...