Não faziam muitas horas desde que o baile de máscaras havia começado, mas as pessoas já tinham se divertido bastante com aquela temática incomum nos dias atuais. Olhando ao redor, Sol se sentia genuinamente feliz. Ela era grata por tudo aquilo, especialmente pelas pessoas que torciam sinceramente pela sua vitória. Contudo, não podia evitar pensar nele, e isso fazia com que, no fundo, sentisse que algo estava faltando.
A pista de dança havia sido liberada, e aos poucos, casais começaram a dançar lentamente. Rafaela e Nicole se movimentavam com graça, Luzia e Charles riam juntos, enquanto Laís e seu filho exibiam os passos que aprenderam em uma aula de dança durante uma viagem recente. Até Leila e Juan estavam de rostos colados, dançando ao som suave da música.
— Nossa, vi um buquê de girassóis na sua mesa. Todo aniversário você ganha um desses com a quantidade da sua idade, com um cartão em branco, né? Seus fãs ingleses são incríveis e te acharam aqui também! — Tina se aproximou de Sol com um sorriso. —Nunca entendo por que o cartão é em branco, mas dessa vez são vinte e quatro girassóis, nunca vi tantos assim.
—Sim, esse é meu sexto cartão em branco. No ano que cheguei na Inglaterra, foi o primeiro que recebi, e é o único com a quantidade da minha idade, a pessoa gasta uma nota e eu nem posso agradecer!
A patinadora assentiu, mesmo sem se sentir famosa. Dentro do mundo da patinação, ela tinha conquistado bastante fama devido ao seu talento natural. Com isso, muitas pessoas que sonhavam em patinar e se inspiravam nela criaram o fã-clube "Sunflower", girassol em inglês. Todos os anos, em seu aniversário, seus fãs expressavam carinho deixando flores e presentes na secretaria da faculdade,
— É uma pena que a maioria dos seus amigos da Inglaterra puderam vir. — Tina comentou, entregando uma taça a Sol.
A loira olhou para algumas fotos espalhadas pela academia, que faziam parte da decoração. Eram fotos de Sol patinando, e ela achou que não havia necessidade de removê-las para o evento.
— Eu os convidei por consideração, mas sei que é uma viagem cara. Uma viagem internacional não é acessível para todos, principalmente para quem não tem condição financeira. Fora você, claro, que nasceu rica. — Sol fez Tina sorrir. — Mas seria ótimo tê-los aqui.
As duas brindaram e tomaram um gole juntas, como sempre faziam.
— Você convidou o Mateo, achei legal isso. Um dia nos encontramos na rua, e ele demonstrou saudade, mas também parecia feliz por você! — Tina comentou. — Sei que foi por consideração, mas ele sempre foi um grande apoiador dos seus sonhos. Receber o convite provavelmente mostrou a ele que ele foi além de sexo casual. — A loira sorriu. — Você tem um grande coração, Sun.
Sol olhou para sua amiga e concordou com um aceno. Tina sempre tinha as palavras certas para aquecer seu coração, o que tornava ainda mais difícil tê-la longe.
— Sim, o Mateo foi muito especial para mim, muito além de sexo casual. Isso nem era nossa prioridade... Ele sempre foi alguém com quem eu podia desabafar, ajudar e ser ajudada, um bom amigo. — Sol explicou com sinceridade.
Tina assentiu, e ambas ficaram em silêncio por alguns instantes. A futebolista percebeu que Sol continuava voltando o olhar para a entrada, ela nunca desviava o olhar da porta.
— Ele não veio mesmo? — Tina perguntou.
— Ele mora na Inglaterra, administra um negócio e é pai solo. É complicado! — Sol explicou, tentando disfarçar a decepção.
Tina bufou, a encarando.
— Estou falando da pessoa que você está esperando.
Sol negou com a cabeça, mas sua expressão desanimada a poupou de dizer mais. Não era como se Vicente tivesse obrigação de vir até ela só porque o convidou. Contudo, quando os colares se cruzaram novamente, Sol se encheu de esperanças de que algo ainda existia entre eles.
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Mais que suficiente, amor.
RomansAtenção leitores: Esse é o segundo livro da duologia suficiente, para entender a historia, leia o primeiro livro: Quase suficiente, amor. S2 Distância, no...