Continuo a observar meu pai, o mesmo me encarava de volta também, talvez tentando entender exatamente o por que da minha presença ali depois de obviamente não acreditar que o acusei de algo que provavelmente ele não tenha culpa. Justamente por ter voltado á casa ao qual fiz questão de sair na primeira oportunidade que vi.
__Sua namoradinha está correndo perigo? -pergunta me analisando e me tirando do transe ao qual nem eu havia reparado que tinha entrado.
__Porque eu deveria te contar? Para se aproveitar e se juntar com quem está fazendo tal coisa com minha mulher? -o olho seriamente, eu não confiava, não acreditava que ele não estava por trás da fuga e tentativa de machucar a Lea. Ele sabia como ela era, sabia que meu ponto fraco era ela, todos os pontos iam diretamente para ele mas ele negava, e o pior disso tudo é que eu não conseguia enxergar a mentira em sua fala e olhar.
Eu conhecia esse homem como ninguém, sabia o quão desgraçado ele podia ser. Porém, eu também sabia identificar uma mentira quando via ou escutava uma. E esse não era o caso, e por mais que eu quisesse acusa-lo apenas para poder ter mais um motivo para odia-lo e mata-lo, eu não conseguia.
Porque não era ele quem eu estava procurando exatamente!
Porque eu não conseguia ver mentira no que ele falava e por mais que eu quisesse mata-lo...eu não era a porra de um monstro. Não o monstro que ele queria que eu fosse pelo menos!
Minha mente insistia, as mesmas frases se repetiam em minha mente como ecos.
"Vamos Noel, o mate! Lembre-se do que ele fez com você, da dor e do trauma que você carrega"
Por mais que a sede por vingança, a raiva sejam grandes...em minha mente também vinha a imagem da Lea. Ela iria querer que eu soubesse todo o contexto, o lado e se era verdade.
__Me diga, por que eu machucaria a garota? Meu alvo é você, não ela. Mesmo que eu tenha tirado as fotos e saiba como ela é, ainda me lembro da honra e os tópicos de ser o líder da máfia filho.
__Já disse para não me chamar dessa maneira.
O homem apenas começa a caminhar até a adega no canto da sala de estar e se servir com uma dose de tequila. O mesmo se escora no balcão e de repente seu olhar fica distante, como se lembrasse de algo. Permaneço parado observando seus movimentos e meu irmão fazendo o mesmo, porém um pouco mais distante.
__Você ainda se lembra da sua mãe? Ah, ela era uma mulher tão doce, sua namoradinha me faz lembrar de Eliza e confesso que se meu objetivo não fosse apenas conseguir minha liderança de volta, eu a mataria sim por me lembrar alguém do meu passado. -diz em seguida bebericando sua tequila.
__Porque se casou com a minha mãe? Não é possível que tenha sido por amor. -o olho seriamente, seus olhos se dirigem á mim e seus lábios se formam um sorrisinho amargurado.
A verdade era que eu não sabia praticamente nada sobre a história da minha mãe, sobre o relacionamento dela com o meu pai.
__E não foi, ela foi entregada a mim em troca de dinheiro.
__Como assim? Você a comprou? -o olho indignado e com uma mistura de raiva dentro de mim.
__Não acha que você é a pessoa que menos pode dizer algo sobre, já que tecnicamente você também comprou a Lea? -me observa.
__Eram em situações diferentes, eu não poderia deixar ela em um lugar tão sujo como aquele bordel. Eu me apaixonei desde o momento que meus olhos encontraram os dela.
__Que lindo! -revira os olhos- sua mãe nunca teve um momento feliz durante a vida inteira, pelo menos não até quando você nasceu. Foi a primeira vez que vi um sorriso verdadeiro nos lábios dela.
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𝑆𝑒𝑗𝑎 𝑚𝑖𝑛ℎ𝑎, 𝑎𝑚𝑜𝑟!
RomansaLea Smith é uma garota (brasileira) ao qual acaba de finalizar sua faculdade de psicologia depois de muito batalhar. Seu próximo objetivo agora é sair do seu país, ao qual jurou desde pequena, ser a primeira coisa a fazer assim que pudesse mas...não...