• 𝑁𝑜𝑒𝑙 𝑀𝑖𝑙𝑙𝑒𝑟 •

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__Acho que é um pouco tarde demais para falar em arrependimento. Você teve mais do que uma chance para conseguir se redimir e ainda assim não fez. -o respondo sem olha-lo, não conseguia retirar meus olhos da foto em minhas mãos.

__Acho que nunca vi um ditado popular fazer tanto sentido como se fez em minha vida, filho. "Só damos valor quando perdemos". Eu perdi sua mãe e de certa forma perdi você.

O olho sério e me levanto pegando minha carteira de dentro do bolso em minha calça e colocando a foto da minha mãe em uma das repartições a guardando delicadamente.

__Ainda tem algo a mais para me contar?

__Sim, sua mãe poderia estar viva. Porém, por causa de alguém ela foi morar no céu.

__O que você quer dizer?

__Se lembra de quando você ainda era pequeno e tinha amizade com um garoto filho de um chefe da máfia que tínhamos aliança?

__Sim, eu me lembro. Mas o que ele tem haver com isso?

__Bom, o garoto foi abandonado pela mãe assim que nasceu então nunca soube como é o carinho de um amor maternal. Eu os observava de longe e sempre via o quanto a inveja consumia aquele menino.

__Inveja? De quê?

__De você, filho. Você tinha uma mãe carinhosa e atenciosa, que vivia e morria por você. Ele não e de certa forma, o menino ver aquilo acabou alimentando a inveja e um ódio dentro dele sem que ele mesmo percebesse. Não apenas raiva de você ter uma figura materna, mas de sua vida em geral.

__Ele não devia nem fazer ideia do que eu sofria nas suas mãos então.

John solta um longo suspiro e com o copo em mãos se encaminha até a adega se servindo de mais uma dose de tequila pura.

__Você não deve saber dessa parte, mas o garoto aos 12 anos de idade acabou adoecendo e um de seus rins pararam de funcionar, ele acabou adquirindo uma doença que levou isso á acontecer.

Eu não entendia o que um garoto do meu passado ao qual nossas máfias não tinham mais alianças, tinha algo a ver com o fato da minha mãe ter falecido. Não fazia sentido, porém continuo o ouvindo.

__Estava difícil achar alguém compatível para o transplante e se ele não conseguisse em um determinado tempo, ele poderia vir á óbito. -ele solta um suspiro antes de beber de sua bebida- sua mãe o conhecia desde bebê mas nunca teve muita convivência, quando ela descobriu sobre o transplante rapidamente foi fazer o exame e milagrosamente Eliza era compatível.

De certa forma após descobrir isso, minha admiração por minha mãe aumentou mais. Eu tinha orgulho de falar para qualquer um que aquela mulher das fotos era minha mãe, que seu sangue corria em minhas veias!

__Bom, obviamente Eliza fez o transplante e salvou o garoto. Mas o menino passou a ver sua mãe como uma figura materna para ele, você deve se lembrar das vezes que ela levava vocês dois para brincarem aqui no jardim, não é?

__Sim, eu me lembro. Ela sempre foi muito carinhosa com nós dois, o tratava como filho dela nas nunca nos tratou com diferença ou preferência em um.

__Sua mãe era incrível, Noel. Disso nem eu posso negar, apenas sinto por ela não ter acabado com um final feliz. -diz olhando para a própria bebida dentro do copo- enfim, Eliza acabou ficando com a saúde frágil após alguns anos justamente por causa da doação que fez e por conta dos maus cuidados que recebia na infância, má alimentação e sem o acesso a médicos, tudo isso contribuiu para que ela adquirisse a leucemia.

__Quando o menino descobriu da doença de Eliza foi como se uma parte dele estivesse adoentado também, ele vivia indo visitá-la. Eu assumo o erro dessa parte pois mesmo com você cuidando dela o quanto podia, eu não deixava por muito tempo. Eu estava cego em querer te treinar e...

𝑆𝑒𝑗𝑎 𝑚𝑖𝑛ℎ𝑎, 𝑎𝑚𝑜𝑟!Onde histórias criam vida. Descubra agora