Quando chegamos na organização me levaram direto pra sala onde o médico de confiança da minha máfia estava esperando.
Ele me dá anestesia já que eu soava frio e estava quase alucinando, o doutor retirou a bala alojada dentro da minha pele e deu alguns pontos enrolando uma faixa com gaze envolta.
Após me deixar com a receita de alguns remédios para o caso de ocorrer dores se retirou me deixando em aviso que eu não poderia ficar movimentando minha perna pra lá e pra cá.
Ótimo, mal volto para a liderança da máfia e já tenho que ficar ausente de novo!
Suspiro passando a mão em meu rosto sentado no sofá da sala com David olhando o celular, Setty entra na sala e nos observa.
__Estão bem?
__Graças a você estamos vivos -meu irmão diz largando o celular.
__Não é pra tanto, fico feliz que não tenha acontecido nada mais grave fisicamente pelo menos.
__Obrigado Setty -o agradeço.
Setty abre o sorriso de garoto dele, ele era alguém com espírito livre e espontâneo, mas mesmo com seu jeito de menino sabia agir como um verdadeiro homem nas horas exatas.
__Não fiz mais que o meu trabalho em salvar vocês, eu posso tomar conta daqui, vão pra casa estão precisando descansar -ele nos pega de surpresa abraçando a nós dois e se retira dali.
Com a ajuda do meu irmão saímos da máfia no carro dele e vamos pra casa, eram 3:00 da madrugada e eu esperava que pelo menos todos estivessem dormido. Não quero nem pensar quando a Lea ver minha situação.
Encosto minha cabeça no banco e acabo cochilando ali.
Abro meus olhos devagar suspirando com meu irmão me balançando, saio do carro me apoiando nele que me segura e vamos até até a porta que David abre no maior silêncio e lentidão possível.
Entramos devagar e fechamos a porta, vamos caminhando lentamente com a intenção de não fazermos barulho mas a luz da sala se acende.
Lea e Abby estavam sentadas em sofás diferentes, ambas vestiam pijamas e estavam com a aparência preocupada.
__Noel..
__David..
Eu e meu melhor amigo nos olhamos ao mesmo tempo, sabíamos que teríamos que dar boas explicações as garotas a nossa frente. Mesmo que David não tivesse nada com a Abby ainda, eu sabia que ele faria questão de contar tudo para não deixa-la chateada.
Olho minha namorada ao mesmo instante que seu olhar cruza com o meu, mas não dura muito pois seus olhinhos me analisam da cabeça aos pés parando na faixa entorno da minha perna com o pedaço da calça rasgada, eu estava sujo de terra assim como David.
__Quer me contar alguma coisa?
__Meu amor olha, vamos subir e conversamos lá, pode ser?
Lea assenti e se levanta vindo calmamente até mim me fazendo apoiar o braço envolta do pescoço dela e me segura pelo quadril me ajudando a subir as escadas, solto um suspiro forte a cada degrau que subo sentindo a ardência voltar pelos movimentos.
Assim que entramos em nosso quarto me sento na cama suspirando em alívio por finalmente poder sentir o macio do colchão, por finalmente estar em casa.
Minha namorada vem em minha direção e fica entre as minhas pernas sem falar nada, passa as mãos delicadas sobre meus ombros descendo pelos meus braços até meu quadril puxando a camisa antes branca agora suja, me ajudando a retira-la.
Ela não falava nada, apenas me ajudava a tirar minha roupa até eu estar apenas de box. A observo revirar minha calça retirando do avesso, a puxo pela cintura e apoio meu queixo em sua barriga a olhando.
__Por que não está falando comigo?
__Por que escondeu de mim o que estava acontecendo? -devolve a pergunta.
Eu sabia que ela estava de certa forma incomodada ou chateada e com razão, normalmente eu não gostava de envolve-la nas questões da máfia mesmo que ela tenha feito parte e liderado enquanto não estive. Mas não era mais obrigação dela, eu estava ali agora. Só que eu entendia que não era de fato envolve-la nas questões da organização mas conta-la o que acontecia se algo estava ficando mais sério.
__Eu não queria que ficasse preocupada amor.
__Noel somos um casal, uma dupla entende? O que me chateia é o fato de você não falar pra mim as coisas que ficam mais sérias, por exemplo quando você recebe uma ameaça, você simplesmente não me diz pra eu não me preocupar, só que quando eu descubro sozinha é pior sabe.
__Minha vida me desculpa.
__Me fala desde o começo, eu quero ouvir de você.
Suspiro fundo e começo a contar a ela detalhe por detalhe, desde as fotos que invadiram da nossa privacidade até o meu progenitor estar vivo. A mesma me escuta atentamente e me sinto um pouco mais leve por poder contar tudo aquilo preso em minha costa.
__Além da surpresa do meu pai estar vivo, de brinde ganhei uma bala alojada na coxa.
Quando olho pra cima voltando a olhar minha mulher a vejo com os olhos marejados enquanto limpa as lágrimas que escorrem olhando pro lado tentando disfarçar.
__Ei ei, meu amor por que você tá chorando? -pego em seu rosto já que mesmo em pé ela não ficava muito mais alta, a faço carinho nas maçãs de sua bochecha.
__Porque você foi baleado, você reencontro o homem que te fez viver um pesadelo, você teve que lidar com seus traumas de novo, seu dia foi péssimo e eu não estava com você!
__Oh minha vida -a coloco sentada do meu lado e beijo seus olhinhos que começavam a inchar pelo choro sentindo o gosto salgado das lágrimas- eu quem tomo um tiro e quem chora é você? -brinco com a mesma e a puxo de leve a aconchegando em meus braços.
__Você é tão doce Lea -beijo seu cabelo fazendo carinho em sua nuca enquanto seus braços me rodeavam em um abraço apertado- tá tudo bem agora, sei que meu pai não morreu então sei que ele vai voltar a nos atormentar, e eu quero estar pronto para enfrenta-lo sem deixar que meus medos atrapalhem ou me travem.
Sua cabecinha se ergue do meu peito e seus olhinhos brilhantes me observam enquanto sua unha acaricia meu maxilar em um carinho gostoso.
__Mas você estando ao meu lado tenho certeza que consigo qualquer coisa, eu só preciso de você comigo, você me dá forças amor, estando ou não comigo no momento. Mas além das memórias eu tenho isso aqui comigo -levanto uma mão minha mostrando a aliança que a mesma me deu- você colocou isso no meu dedo, você me fez seu desde que colocou os olhos em mim. Minha força diária é saber que toda vez quando eu abrir aquela porta principal, eu vou encontrar uma mulher incrível me esperando pra me receber de braços abertos.
__Você não faz ideia do quanto eu te amo Noel, eu vou estar com você independente do momento. Para de me esconder as coisas, quando algo ficar sério ou mostrar que pode ter problemas maiores me diz, vamos lidar juntos, eu não vou quebrar meu neném -ela beija meus lábios levemente e damos um beijinho de esquimó- você é tudo pra mim.
Sorrio encostando nossas testas, estando com ela naquele momento eu esquecia de tudo. Ela me trazia paz.
A beijo com lentidão e na mesma hora ela retribui, nossas línguas travavam uma batalha entre si por espaço, não era rápido, era lento e molhado, como se daquele jeito pudéssemos apreciar mais um pouco um do outro.
Mordo seu lábio inferior puxando levemente e ela faz o mesmo comigo.
Nos deitamos na cama e ela vira de costas pra mim, a abraço por trás ficando em conchinha com ela. Sinto sua mão pegar a minha rodando minha aliança no dedo.
Beijo seu ombro e sussurro em seu ouvido um "eu te amo, boa noite", logo em seguida caio em um sono profundo pelo cansaço do dia.
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𝑆𝑒𝑗𝑎 𝑚𝑖𝑛ℎ𝑎, 𝑎𝑚𝑜𝑟!
RomantizmLea Smith é uma garota (brasileira) ao qual acaba de finalizar sua faculdade de psicologia depois de muito batalhar. Seu próximo objetivo agora é sair do seu país, ao qual jurou desde pequena, ser a primeira coisa a fazer assim que pudesse mas...não...