• 𝐿𝑒𝑎 𝑆𝑚𝑖𝑡ℎ •

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__Está mais calma, meu amor? -indaga quando afasto meu rosto de seu pescoço e suas mãos vão de encontro às minhas bochechas segurando-as carinhosamente.

__Sim, estou. -sorrio levemente o olhando e deposito um selar em sua palma.

__Venha, vamos para casa. -diz enquanto abria a porta do carro para mim, um verdadeiro cavalheiro.

Beijo sua bochecha e entro no veículo me acomodando e colocando o cinto ao redor do meu corpo, o vejo fechar a porta e contornar a Bugatti adentrando o seu lado apertando o cinto em seu redor também.

Noel passa a dirigir calmamente enquanto uma mão segurava o volante, a outra permanecia segurando minha mão com nossos dedos entrelaçados e apoiados em minha coxa. Estávamos em silêncio por alguns minutos, eu observava a paisagem "passar" pela janela e pensava em como eu chegaria naquele assunto para contar há ele o que havia acontecido.

__Mi princesa? -pisco algumas vezes saindo do meu pequeno transe e dirijo meu olhar a ele.

__Sim?

__Quer me contar o porque de você ter chorado, pedido para vir te buscar antes do seu horário de saída e porque parece tão distante? -me olha por alguns segundos antes de desviar a atenção para a pista novamente.

__Eu acho que seria bom parar o carro para podermos conversar sobre isso, não quero que você acabe saindo do foco.

Vejo o mesmo assentir com a cabeça e virar habilidosamente o volante com apenas uma mão enquanto dirigia por um outro caminho sem ser rumo a nossa casa. Noel para o carro em uma rua mais isolada, ao lado havia alguns bancos de madeiras na calçada com grama que para quem sentasse pudesse apreciar a linda paisagem de um grande lago com a luz do sol refletindo na água e destacando a cor azulada e esverdeada lindamente. Apesar do clima frio o sol ainda se fazia presente no céu, ou melhor, o pôr do Sol.

Suspiro fundo e retiro o cinto saindo de dentro do carro juntamente ao meu namorado. Nos sentamos em um dos bancos de madeira lado á lado, coloco minha pasta sobre o meu colo e a abro devagar pegando o papelzinho que havia recebido mais cedo e entregando a Noel.

O mesmo pega o papel e abaixa um pouco a cabeça para ler, seu semblante que estava tranquilo mas preocupado agora estava com o maxilar travado e extremamente sério.

__O que mais você recebeu? -me olha enquanto amassava o papelzinho.

__Uma caixa de papelão, dentro tinha um urso com uma faca na barriga e sangue envolta, parecia ser humano.

Ele respira profundamente fundo, contendo com dificuldade a raiva que crescia dentro do mesmo.

__Conversei com o John hoje e ele me disse algumas coisas referente há um homem que cresceu por um tempo comigo na infância, porém ele se perdeu nas próprias emoções irracionais e passou a me odiar e querer me atingir de uma forma ou de outra. E você já esteve á frente com ele, é o Elijah.

__Ele foi a primeira pessoa que me veio a cabeça que poderia ser, amor. Mas eu vi a casa incendiar, o David também viu, é impossível ele estar vivo.

__Tudo aponta que seja ele, minha vida. Eu irei ao local e tentarei conseguir imagens ao redor da casa, ruas, estradas próximas. Se for realmente ele, ele não irá desistir até me ver sofrendo pra depois me matar também, mas isso eu jamais irei permitir!

Olho meu namorado percebendo seu tom de voz se tornar de certa forma um pouco ameaçadora. Ele me olha nos olhos e quando percebe respira fundo e acaricia minha bochecha.

__Não vou deixar que cheguem até você ou que toquem um dedo sequer em você, meu amor.

__Vamos lidar com isso juntos, tudo bem? -coloco minha mão encima da dele que estava em meu rosto e faço carinho o olhando nos olhos.

__Sim, juntos. -beija minha testa, porém não sinto tanta confiança em sua voz com a afirmação.

__Vamos para casa, você precisa descansar. -se levanta escorregando a mão para segurar a minha e me leva até o carro refazendo o mesmo procedimento de antes, abrir a porta e esperar eu entrar para fecha-la e dar a volta no veículo e voltar para seu assento.

Eu sentia o clima pesado entre nós dois, não por eu ou Noel estarmos bravos um com o outro, mas a raiva pelo próximo que meu namorado sentia era eminente para qualquer um que o olhasse.

Quando chegamos em casa, descemos juntos do automóvel. Os seguranças haviam sido dispensados hoje já que não tinha ninguém na mansão, meus pais estavam passeando, eu, Noel, Abby e David estávamos trabalhando então não havia necessidade para deixar os seguranças vigiando.

Caminhamos juntos até a porta e pego a chave em minha bolsa para abri-la, mas quando coloco a chave na fechadura para abrir percebo que a porta já estava aberta. Meu corpo gela.

__Amor, a porta está...aberta.

Rapidamente Noel saca a arma que sempre carregava na cintura e destrava o gatilho a segurando com firmeza.

__Fica atrás de mim, princesa.

Assinto com a cabeça e fico atrás de Noel enquanto ele abria a porta cuidadosamente e entrava primeiro verificando se havia alguém na parte debaixo.

Assim que colocamos nossos pés dentro de casa, vejo tudo revirado de ponta cabeça. Armários, livros, mesas, suportes tudo estava no chão, e o que não estava rente ao piso o resto estava quebrado e fora do lugar.

__Fique aqui, vou subir e verificar lá encima. -concordo com a cabeça enquanto ele sobe para verificar se realmente não tinha ninguém dentro de casa.

Suspiro olhando ao meu redor e me aproximo dos meus quadros quebrados e me abaixo. Os cacos de vidro espalhados e o molde quebrado ao meio, sobrando apenas a foto com a imagem dos meus pais. Me levanto a segurando e guardo cuidadosamente em minha pasta enquanto vou para a cozinha colocando-a encima do balcão americano.

Observo Noel descer as escadas enquanto guardava a arma de volta na cintura após travar o gatilho e pegar o celular no bolso vindo em minha direção.

__A casa está limpa, mas não podemos continuar aqui. Precisamos pegar o mais importante e sair daqui. -disca um número e coloca o celular rente ao ouvido enquanto olhava o estrago ao redor suspirando fundo. Dava para perceber sua paciência no limite.

Minha cozinha estava um caos também, e nos armários estilo americano estava escrito "A hora de vocês está chegando!"

__Vida -balanço devagar o braço de Noel que estava em ligação com alguém, enquanto olhava aquela frase com uma faca ao lado perfurando o material do armário - Amor? -o chamo novamente.

__Lea espera, porra! -me assusto ao ouvi-lo aumentar o tom de voz de forma rude comigo e olho em sua direção.

Ele me olha alguns segundos após perceber que havia gritado comigo e suspira enquanto continuava falando com a pessoa do outro lado e sua mão acaricia meu cabelo.

__Vou arrumar nossas roupas. -me afasto e subo as escadas indo para o nosso quarto, vou ao closet pegando duas malas grandes e começo a organizar as roupas dentro dela.

Confesso que estava chateada com a forma que ele havia agido comigo á alguns segundos atrás, eu entendia o fato de ele estar estressado e com várias coisas ao mesmo tempo na cabeça, mas eu também estava e nem por isso fui rude com ele.

Para Noel podia ser mais difícil pelo fato de ele nunca ter tido um relacionamento sério, nunca ter precisado ter um cuidado a mais com alguém e saber como se falar com tal pessoa. Eu sabia e tinha noção de que ele estava tentando mudar mas que às vezes pelas emoções a flor dá pele era inevitável agir por impulso.

Mas ainda assim eu não podia negar que fiquei chateada com seu jeito de falar, eu era sensível mas não infantil. Então assim que ele estivesse com a cabeça mais fria, calmo e racional. Conversariamos como o casal que somos!

Tínhamos que estar juntos, com o apoio um do outro. Principalmente nesse momento de adrenalina e incerteza do que pode acontecer em que estamos passando.

𝑆𝑒𝑗𝑎 𝑚𝑖𝑛ℎ𝑎, 𝑎𝑚𝑜𝑟!Onde histórias criam vida. Descubra agora