• 𝑁𝑜𝑒𝑙 𝑀𝑖𝑙𝑙𝑒𝑟 •

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__Ok, vamos falar com o Setty. No momento cada segundo perdido é valioso.

David assente com a cabeça e saímos juntos voltando novamente a sala do garoto.

Assim que adentramos, vejo Setty com imagens congeladas nas telas de dois computadores. Me aproximo do mesmo me inclinando sobre a mesa extensa observando as imagens. Ambas estavam praticamente no mesmo lugar, porém em ângulos diferentes.

O garoto aperta o botão do mouse e descongela uma das telas.

Ela constituia na gravação dos radares, no dia em que ocorreu a perseguição entre eu e David contra os capangas do meu pai e ele mesmo.

No vídeo observo o momento em que eu e meu amigo fugimos do lugar em chamas. Meu pai estava estirado no chão com a mão na barriga aparentemente tentando conter o sangramento após a facada que o dei, carros chegam e homens com diversos baldes de água e jogam no fogo o apagando e resgatando meu progenitor.

John é levado pelos aliados para dentro de um dos carros após o incêndio ao redor ser apagado, e logo o automóvel junto aos outros entram em movimento.

Olho para a outra tela onde também é descongelada e observo os carros seguirem rumo a um caminho deserto. Quando entram em uma certa pista eu reconheço, era a mesma estrada que dava o acesso a localização da minha antiga casa. Ao galpão onde passei o próprio inferno!

__Não consegui mais imagens a partir daqui. -Setty diz pausando o vídeo e me olha.

__Eu já sei onde ele está. David reúna uma boa quantidade de homens armados, nós vamos lá.

__Ok! -rapidamente se retira indo fazer exatamente o que havia pedido.

__Precisará que eu faça algo, águia?

__Não, apenas fique de olho em tudo e pode me avisar caso ocorra algo.

Setty assente com a cabeça e me retiro, volto a minha sala e puxo um livro da estante abrindo uma parede falsa onde eu guardava minhas melhores armas.

Olho uma por uma, eu não tinha intenções de matar John, não ainda. Mas se ele se recusasse a me passar informações ou até mesmo tiver sido ele a ter atacado minha Lea, eu o mataria sem hesitar!

Pego uma adaga colocando dentro da minha bota a escondendo com minha calça por cima e uma AK-47 a segurando com uma mão ao lado do meu corpo. Volto a fechar a parede falsa e me retiro de minha sala.

Saio de dentro da máfia indo até a parte do subsolo onde além da parte de tortura, também havia a parte de um tipo de estacionamento.

Assim que chego já vejo diversos jeep's pretos em ordem e postos organizadamente para saírem e mais de 60 homens meus muito bem armados com Submetralhadoras e pistolas reservas em coldres pendurados nos quadris.

__Quando chegarmos a casa eu quero que a cerquem de forma discreta, aos arredores é cercada por árvores quase como uma floresta, fiquem lá com as armas apontadas para os homens que estiverem lá. Um sinal meu e vocês atiram. Entendido?

__Sim, senhor! -falam em uníssono, todos com as mesmas expressões sérias.

Faço um sinal com os dedos para eles entrarem nos jeep's e assim fazem. Vou até minha Bugatti e adentro com David entrando ao lado do passageiro.

__Tem certeza que está pronto para enfrenta-lo irmão? -me pergunta enquanto saio com o veículo da garagem e entro na pista com meus homens logo atrás de mim me seguindo.

__Sim, eu tenho certeza! Não posso continuar permitindo que as lembranças dolorosas do meu passado de certa forma me enfraqueçam. Eu não estou mais sozinho, eu tenho uma namorada para cuidar, eu tenho a porra de uma família agora. -o respondo enquanto dirijo, Lea, Abby, David e meus sogros eram minha família. A família ao qual me ensinou o significado do amor e ensinou à meu irmão também.

Eu sei que assim que meus pés pisassem naquele lugar novamente, as lembranças viriam com força e seria como um baque. Porém, eu não era mais uma criança, eu era um homem adulto e precisava deixar isso de lado se eu quisesse descobrir quem estava por trás da perseguição de Lea, se eu quisesse enfrentar meu pai...

Conduzo o volante durante uma hora e meia até finalmente nos aproximarmos da propriedade.

Era uma casa de campo extensa, moderna e muito grande. Tinha uma varanda para área de lazer e piscina, dois andares e uma área externa na parte de trás.

Logo atrás da casa havia um galpão grande com subsolo onde foi meu pesadelo.

Saio do carro dando as ordens aos meus homens que ficam sem suas posições ao redor da casa escondidos entre as árvores e as armas apontadas para cada um dos capangas de John.

David me segue enquanto caminho seriamente entrando na propriedade ao qual um dia eu chamei de "lar"
Os capangas do meu progenitor ficam pose de ataque nos apontando armas.

__Parado! Você não é bem-vindo aqui. -um deles diz mirando a arma diretamente em minha testa.

__Se eu fosse você, abaixaria essa merda -falo tranquilamente colocando minhas mãos dentro dos bolsos da minha calça- aqui tem mais de 60 homens meus muito bem armados, um sinal meu e você ganha um tiro estourando seu crânio.

Vejo seus olhos se arregalarem por um breve momento, porém não vacila e continua á me "interrogar".

__O que você quer aqui?

__Falar com o John.

__Porque?

__A única pessoa ao qual eu devo explicações de onde vou e o que vou fazer é para a minha mulher, e você não é ela. -o olho de cima a baixo e passo por ele com David me seguindo em silêncio.

Os outros homens não impedem e nem se interferem no meu caminho então subo os pequenos três degraus indo até a porta principal. Observo as paredes agora desbotadas da tinta pelo período de tempo que passou. O piso de madeira rangia de acordo com os passos e a piscina podia ver de longe o verde da água pela sujeira.

Giro a maçaneta entrando dentro da casa juntamente ao meu melhor amigo que apenas me seguia e ficava de olho nos capangas às nossas costas.

Olho envolta vendo que tudo continuava exatamente da mesma forma desde que fui embora desse lugar. As pequenas molduras em quadro com fotos minhas de quando era bebê continuavam no mesmo suporte de livros como antigamente.

Quadros pequenos pendurados na parede em um tipo de escadinha com fotos em "família" estavam cobertos por poeira, exceto por uma risca branca como se alguém houvesse passado o dedo, e era encima do rosto de minha mãe.

Me aproximo segurando o quadro em minhas mãos e assopro um pouco da poeira grudada na fotografia. Admiro minha mãezinha na foto, os cabelos longos e loiros, os olhos em um verde vivo, as bochechas coradas e o sorriso que me lembro perfeitamente junto ao furinho no queixo que destacava sua beleza.

Era uma mulher de beleza esplêndida e de caráter inigualável!

__Sente falta dela, não é?

Me viro para o dono da voz vendo John me observando, sua expressão permanecia de alguém controlado e quem não conhecesse, diria que até de alguém indefeso.

Não o respondo imediatamente, coloco a pequena emoldura de volta no lugar cuidadosamente e o olho sério.

__Foi você que mandou homens para perseguir a Lea?

__Do que você está falando, filho?

__Não me chame desta forma, perdeu o direito disso a muito tempo.

__Você é o meu filho, quer você queira ou não. E mesmo que minha mão coçe para mata-lo, você tem meu sangue.

__Infelizmente esse sangue imundo corre em minhas veias. Não mude de assunto e nem tente me distrair, não finja que não sabe do que estou falando.

__Não estou fingindo, eu realmente não sei. -me observa cruzando os braços encima do peitoral com um olhar que realmente parecia de confusão e curiosidade.

Não abaixarei a guarda diante dele, porém se não foi ele, quem pode ter sido?

𝑆𝑒𝑗𝑎 𝑚𝑖𝑛ℎ𝑎, 𝑎𝑚𝑜𝑟!Onde histórias criam vida. Descubra agora