• 𝐿𝑒𝑎 𝑆𝑚𝑖𝑡ℎ •

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O homem a minha frente era bem alto, cabeça raspada, um bigode apenas no bulço e se vestia elegantemente, mas embaixo dos olhos haviam algumas olheiras e ele parecia estar vivendo a base de cafeína pela dilatação de suas pupilas.

Estranho.

Sorrio me sentando na cadeira de frente a sua mesa após o mesmo puxa-la para mim e agradeço com um aceno de cabeça, o mesmo contorna o objeto voltando para o seu lugar.

__Bom, vamos conversar um pouco e em seguida vamos conhecer o hospital. Tudo bem por você?

__Claro, tá ótimo -sorrio pousando minha bolsa em meu colo e minhas mãos cruzadas encima.

__Então senhorita Smith, porque escolheu justamente esse hospital psiquiátrico?

__Eu não sou daqui sabe, sou estrangeira! E com minha vinda para cá tive o olhar mais amplo, eu vi oportunidade pra mim nesse país, mas no caminho tive alguns problemas que agora já consegui resolve-los. E com minhas pesquisas, esse foi o que mais me chamou a atenção.

__Você sabe algo sobre esse lugar?

__Na verdade não senhor Riley.

__Devo ressaltar que os pacientes desse lugar não são tão fáceis, aqui se tem hospedados pessoas com TDI, infantilismo, bipolaridade, tourette, boderline, depressão e mais algumas outras coisas.

Assinto com a minha cabeça prestando atenção em suas palavras atentamente.

__Esses são os níveis mais "leves", em um andar separado dos demais que são esses, temos pessoas muito mais perigosas, alguns são até mesmo pessoas que foram enviadas após matarem alguém e serem consideradas loucas ou com algum distúrbio em falta.

Aquilo me faz ficar com um pé atrás, confesso. Mas eu não ia desistir, tinha a impressão e a esperança de que eu poderia fazer algo por todas.

__Também temos algumas crianças com os transtornos de bipolaridade, tourette e algumas são caladas, desde que chegaram aqui nunca abriram a boca. Mas me diz, ainda quer tomar conta desse lugar e carregar o fardo?

__Sim, ainda tenho interesse de prosseguir com o que vim fazer aqui desde o começo -falo gentilmente com um leve sorriso.

Minha resposta parece surpreende-lo um pouco pela expressão que fez por alguns segundos, o mesmo concorda com a cabeça e se levanta caminhando até a porta a abrindo e depositando as mãos dentro dos bolsos da calça.

__Por favor me acompanhe, vou te mostrar tudo e depois voltaremos pra você revisar o contrato e assinar.

__Tudo bem -me levanto e coloco minha bolsa em meu ombro o seguindo porta a fora.

Escuto os barulhos dos meus saltos batendo contra o piso conforme meu caminhar se juntando com os sapatos bem polidos do senhor Riley, caminhamos lado a lado pelo corredor extenso. Primeiro vamos a ala do jardim que era quase tão enorme quanto todo o hospital, quando chegamos lá observo tudo.

O lugar era bem cuidado, tinha um gramado bem verdinho com algumas flores plantadas e chafarizes com a emoldura de um golfinho jorrando água pela boca.

Percebo que naquela parte ficava mais cuidadores de idosos que aqui permaneciam, provavelmente mandados pelo fato do envelhecimento acabar causando alguns problemas psicológicos ou os filhos simplesmente mandarem para não terem o trabalho de cuidar deles.

Alguns se mantinham sentados em cadeiras de rodas, outros jogavam em um pequeno grupo dominó e baralho, alguns conversavam e outros caminhavam admirando as flores desabrocharem.

Caminho com Jeremy ao meu lado e observo tudo enquanto mantenho um sorriso tranquilo em meus lábios, comprimento calmamente o grupo que se divertiam jogando e por mais incrível que pareça eles me recebem bem.

𝑆𝑒𝑗𝑎 𝑚𝑖𝑛ℎ𝑎, 𝑎𝑚𝑜𝑟!Onde histórias criam vida. Descubra agora