𝑆𝑒𝑗𝑎 𝑚𝑖𝑛ℎ𝑎, 𝑎𝑚𝑜𝑟!

• 𝑁𝑜𝑒𝑙 𝑀𝑖𝑙𝑙𝑒𝑟 •

Assim que vi a Lea subir às escadas eu tive a certeza da merda que havia feito, e minha ficha só foi cair quando vi seus olhinhos se tornarem chateados e sua expressão indiferente.

Quando ela sumiu da minha vista e subiu escadaria acima continuei por um tempo em ligação, antes de ir atrás dela e me resolver com a mesma eu precisava primeiramente garantir a nossa segurança.

Talvez eu tenha deixado a minha sorte falar mais alto quando dispensei meus seguranças, mas realmente não estava pensando que tudo isso iria acontecer em um só dia. Não imaginava que seriam capazes de invadir a minha casa e de até mesmo enviarem um "presente" em forma de ameaça para a minha namorada.

Se fosse mesmo elijah, ele iria sofrer as consequências não importa quanto tempo demorasse para encontrá-lo. Eu iria acha-lo!

Para Lea e David seria impossível ele ainda estar vivo, já que de acordo com ambos eles viram a casa se incendiar. Se isso realmente aconteceu, como ele saiu vivo?

Encerro a ligação após confirmar minha ida para o meu apartamento na cidade vizinha ao qual eu ficava quando tinha reuniões e era solteiro, era mais perto para chegar na organização e eu não tinha problemas em dormir ou morar em um lugar sozinho. Portanto aluguei um apartamento ao qual sempre deixei em minha disposição, só não esperava que fosse usá-lo como um meio de moradia de um tempo indeterminado.

Eu poderia levar a Lea para fora do Canadá, para longe daqui e fora do perigo que estavam nos rodeando. Mas eu não sabia o quanto Elijah tinha de poder atualmente, eu não sabia seus próximos passos e se eu fizesse, concerteza ele mandaria alguém atrás dela.

E mesmo que eu a levasse para morar em uma das minhas casas fora do Canadá, ainda não estaria cem por cento confortável, não saberia se ela realmente estaria segura lá mesmo que fosse com segurança máxima ao seu redor.

Prefiro mantê-la perto de mim, tendo a certeza de que ela está bem. Por ela eu dou a minha vida se for o caso de protege-la, mas ela eu não permito que machuquem.

Saio dos meus pensamentos com um barulho vindo das escadas, quando olho naquela direção e vejo a Lea descendo puxando duas malas com ela com certa dificuldade.

Meus lábios se formam em um pequeno sorriso a olhando e me aproximo subindo alguns degraus e abaixo as alças dos objetos e pego uma mala em cada mão.

__Obrigada. -sorri levemente para mim antes de descer o restante dos degraus.

Sinto meu coração dar uma leve pontada sabendo que eu ainda precisava me resolver com ela. Desço atrás da mesma e caminhamos para fora, ela abre o porta malas onde eu coloco as malas e fecho.

Olho mais uma vez para a minha casa agora destruída por dentro e entro em meu carro com minha namorada já dentro dele em seu banco do passageiro, coloco o cinto e dou a partida na Bugatti começando a dirigir.

Respiro fundo com o clima silencioso e um pouco tenso entre nós, levo minha mão até a coxa dela e faço um carinho com meus dedos em sua pele macia.

Lea não retira a minha mão e nem faz menção de se afastar.

__Meu amor, eu sei que não deveria ter gritado com você naquele momento. Além de ter gritado eu fui grosso e você não merecia. -começo a falar enquanto dirijo sem tirar minha atenção da estrada- Todas as vezes em que me ocorreu ter que resolver um problema parecido com o que estamos passando, mas que a minha vida estava em jogo, eu sempre estava sozinho para tomar as decisões que eu achava melhor referente há mim, eu não tinha medo de morrer.

Sinto agora o seu olhar sobre mim, prestando atenção em cada palavra que saía da minha boca.

__Eu ainda não tenho medo, mas tenho medo de acontecer e eu te deixar. -a olho por alguns segundos antes de voltar meus olhos para a estrada- todas às vezes eu tomava decisões e não me importava se era grosso, falava alto com alguém porque eu simplesmente não tinha com quem medir as palavras, mas agora eu tenho e sei que tenho um pouco de dificuldade em conseguir agir de uma forma mais serena e racional em momentos assim, mas estou tentando.

__Eu tenho em mente que você não é uma bonequinha de porcelana que vai se quebrar facilmente quando as coisas começarem a se complicar, mas também não consigo deixar de lado esse meu modo de querer te proteger, eu já perdi alguém que amo uma vez e eu não quero sentir o gosto da perda novamente. Você é o meu ponto mais fraco e forte ao mesmo tempo, meus inimigos tem ideia disso e é por isso mesmo que eles sempre miram em você como primeiro alvo. Sabem que se um dia eu te perdesse, eu também iria me perder.

Enquanto eu falava e prestava atenção no caminho, não percebo que havia acabado por falar tanto. Apenas percebo quando vejo o prédio ao qual ficava meu apartamento próximo.

Não recebo uma resposta imediata vindo dela, aparentemente ela queria conversar quando eu não estivesse dirigindo. Eu sabia da mania em que a Lea tinha em querer conversar olhando nos olhos.

Adentro com a Bugatti no estacionamento aberto vinte e quatro horas do prédio e o estaciono em uma vaga. Desligo o carro e coloco toda a minha atenção na mulher ao meu lado.

__Eu entendo o seu lado, não estou brava com você porque realmente cogitei às idéias de você não conseguir se controlar muito bem em momentos assim. Imaginei que fosse por conta de nunca ter precisado lidar com mais alguém para proteger, eu me sinto imensamente orgulhosa por você estar se esforçando cada vez mais para conseguir se controlar em momentos assim, meu bebê.

Ela se inclina um pouco em minha direção e eu faço o mesmo a abraçando e enlaçando sua cintura com meus braços. Sinto suas mãos adentrarem meu cabelo e fazer um carinho com as unhas grandes.

Coloco meu rosto no pescoço dela aspirando profundamente o cheiro doce que exalava da mesma. Eu amava aquela mulher com toda a minha alma e eu sinceramente não acreditava que merecia tanto em minha vida.

__Nós vamos enfrentar isso juntos, vamos superar e crescer lado á lado. -ela sussurra em meu ouvido- eu te amo, Noel.

__Eu te amo mais, muito mais! -a aperto em meus braços como se aquela aproximação que estávamos não fosse o suficiente.