𝑆𝑒𝑗𝑎 𝑚𝑖𝑛ℎ𝑎, 𝑎𝑚𝑜𝑟!

• 𝑁𝑜𝑒𝑙 𝑀𝑖𝑙𝑙𝑒𝑟 •

__Bom, Dake é o "dono" dessa parte toda aqui, apesar de ser uma prisão bem monitorada os policiais e o diretor não querem saber se estamos ou não bem, só interferem quando tem alguma briga mas apenas, os presos mais "fracos" ele faz de empregados e só falta fazer lamber os pés dele! Recebi essa cicatriz dele como uma "lição" pra nunca o desafiar -explica passando a mão sobre o maxilar onde tinha a cicatriz.

__O reinado dele está pra acabar caso se intrometa comigo -vejo a cela abrir e saio juntamente com Setty- quantos anos você tem garoto?

__Fiz 28 anos, por que? -me olha enquanto anda ao meu lado com as mãos dentro dos bolsos do macacão.

__Você aparenta ser mais jovem -entro em um corredor e adentramos uma porta onde fica o banheiro, lá é formado uma fila para entrar e recebemos um kit de higiene com uma escova, um creme dental, um sabonete e uma toalha, dentro do banheiro havia uns 50 chuveiros disponíveis, os lados abertos e um ao lado do outro.

Retiro meu macacão e o deixo encima de um banco longo, pego o sabonete e ligo o chuveiro entrando de baixo da água e fecho meus olhos respirando fundo sentindo a água escorrer pelo meu corpo.

Tomo um banho rápido e escovo meus dentes, me seco e coloco meu macacão novamente com os policiais nos apressando, caminho com Setty até o refeitório e quando entramos lá todos os olhares se direcionam para nós, mais especificamente para mim!

Olho um por um e caminho até a fila para pegar o café da manhã, pego uma bandeja e vou andando com a fila e outros presidiários que estavam responsáveis por servir colocam na minha bandeja, eu sinceramente não sei o que é essa gororoba, mas caminho até uma mesa e me sento com o garoto se sentando a minha frente, começo a comer querendo ou não é isso ou simplesmente morro por desnutrição.

Naquele lugar se escuta as conversas paralelas, enquanto como sinto uma mão em meu ombro apertar de forma nada amigável e as conversas param ficando todos em silêncio, olho por cima do ombro.

Um homem bem mais alto que eu, visivelmente musculoso até demais por conta de anabolizantes, braço esquerdo fechado por tatuagem, não possuia uma parte de uma das orelhas.

__Algum problema? -minha cara de tédio é visivelmente nítida! Isso me cansa.

__Como você é novato aqui não deve saber muitas coisas, eu sou Dake e mando no lugar e em quem está nele entendeu? -da um sorriso mostrando os dentes mal cuidados e leva a mão a minha bochecha dando um tapinha de leve e quando ia dar o segundo seguro seu pulso impedindo.

__Não força intimidade beleza? Você fica na sua, e eu fico na minha -me viro sentando direito novamente pegando o copo descartável pra beber um pouco do café, mas o sinto ser tirado da minha mão e logo sinto um líquido quente na minha cabeça me queimando, o bom de ter sido treinado pra superar dores é que isso não é nem de longe algo que realmente doa.

__Mal chegou e já quer pagar de fodão? Essa é a minha casa! -pega no meu cabelo apertando com força me puxando fazendo eu me levantar.

Isso vai ser divertido, em um movimento rápido dou dois socos debaixo do braço dele e um no estômago com força fazendo ele me soltar buscando fôlego abaixando a cabeça com a mão na barriga, levanta a cabeça me olhando com ódio no olhar.

Vejo Setty se levantar rápido e querendo entrar no meio para impedir, balanço a cabeça para não vir e ele se afasta. Dake vem pra cima de mim e corro em sua direção também e me ajoelho deslizando pelo chão passando por baixo do braço dele e nisso levanto meus braços pegando um braço seu e me levanto o torcendo e escuto o barulho dos ossos do seu cotovelo se quebrando, ainda o segurando chuto sua panturrilha o fazendo cair de joelhos e ele gritar de dor pelo osso deslocado.

Ele me olha ajoelhado no chão, vejo o suor escorrer frio pelas suas têmporas com a mão do braço bom no que eu quebrei me olhando com tanto ódio que se isso fosse capaz de me matar eu já estaria morto.

Me aproximo dele e me inclino em sua direção com minhas mãos nos bolsos.

__Podemos fazer o seguinte, você fica no seu cantinho e não cruza o meu caminho e queira se pagar de dono dessa merda comigo, ou eu posso me tornar o seu pior pesadelo e eu garanto -coloco meu rosto ao lado do seu ouvido e sussurro- eu posso ser tão ruim que você vai desejar a morte e ser torturado pelo diabo e não por mim!

Me afasto e nisso os polícias entram e me seguram, não resisto apenas ando sendo acompanho por dois policiais até a solitária, antes de me colocarem lá fingo perder as forças e minhas pernas ficam moles como gelatinas os fazendo me segurar com mais força, nisso de forma discreta enfio minha mão cuidadosamente em um dos bolsos dos polícias que vi ter um celular e coloco no meu macacão enquanto eles se viravam para me erguer.

Agradeço pela primeira vez pelos treinamentos merdas que sofri estarem valendo pra alguma coisa.

Sou colocado na solitária e a porta é trancada, é um lugar escuro e a única luz presente é de uma janela circular com algumas grades nela, agora tenho um meio de comunicação!